Aline Hond

Vivendo numa sociedade cada vez mais mesquinha, consumista e apegada as religiões como uma forma de garantir um lugarzinho em "heaven", percebo o quanto este filme carrega consigo não apenas a excepcionalidade técnica já conhecida de Cuarón, mas como também uma premissa de onde nós iremos chegar um dia. A Primavera Árabe e o baixo índice de natalidade - em países desenvolvidos -, nos mostra indícios de que as coisas estão tomando um rumo apocalíptico. Seja pela ditadura antidemocrática de Bashar al-Assad na Síria ou pela frieza das relações humanas atualmente, onde as pessoas estão cada vez mais preocupadas em fazer dinheiro e alcançar certo status social. Em detrimento disto, estamos sempre a ligar nossa TV nos noticiários para nos "sensibilizamos" em nossa acomodação diária com o que ocorre no Mundo Árabe ou onde for. E, sempre nos certificamos em dizer: "Que deus proteja essas pessoas".

Um dos melhores filmes que assisti recentemente, super recomendo!

Um ótimo documentário que não limita-se em atrair somente as futuras mamães, pois mostra-se grandioso retratando momentos tão íntimos e belos que seguem o clico da vida de uma forma natural entrelaçando o gerar e o trazer vida para o nosso planeta. É interessante observar o quão não-natural é a intervenção desnecessária hospitalar que transforma o nascimento numa cirurgia metódica, que enquadra todas as mulheres num mesmo processo.
Dar luz a uma vida não trata-se de um evento rotineiro, este documentário é recomendado para aqueles que veem o nascimento como algo transcendental, que muda para a sempre a vida de uma mulher, de um casal e de uma família.