Amanda Maia

Adoro absurdos desse tipo. É inusitado, provocador, exagerado em tudo. Tipo de filme que você assiste sem se preocupar no que faz ou não sentido, porque dentro do contexto, fora do comum, que é a narrativa, aquilo tudo lá faz sentido. Os papéis sociais desconstruídos, uma mãe que é nada do que se espera de uma mãe, as relações familiares e todo o resto gira em torno do sexo "exceto o sexo, sexo é poder". Me admira a baixa qualificação, porque pra mim é uma boa lombra.

A gente enxerga as coisas com base na nossa própria vida e tals, daí o que mais me chama atenção é essa visão crítica da vida acadêmica.
Pra maioria de nós parece absurdo ser um gênio e não se graduar. Tem que fazer várias pós, ganhar vários prêmios, escrever vários artigos, ser bajulado, mas nem todo mundo quer isso e tá ok.
Muita gente ia querer tá no lugar Will, ter as chances que ele teve, mas também deve ser tenso, aprender sobre tudo de uma forma tão fácil, e acabar enxergando tudo como medíocre. Por fim, de tão racional, ele foi pela emoção, por ser o que mais desafiava e instigava ele, é preciso muita coragem pra isso.

Assisti esse filme a primeira vez aos 5 anos, e por alguns anos vivi com a impressão de que tudo na minha vida era figuração, como a vida de Truman. Foi tão forte que me recordo dele desde então, principalmente da cena que ele fura o "céu".
É real, como assistir a vida do outro é mais interessante, pra algumas pessoas, do que viver suas próprias vidas.
Quem quer ter suas fragilidades expostas? Todos amam Truman, ninguém quer ser Truman.