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Últimas opiniões enviadas

  • Alexandre

    Geralmente gosto de vir aqui no Filmow depois de assistir um filme ou uma série para poder processar aquilo que acabei de assistir junto do ponto de vista de outras pessoas, que com frequência contribuem para a minha experiência com informações que eu não tinha.

    Dessa vez, entretanto, depois de ler os comentários que estão no topo, senti a necessidade de escrever a minha interpretação por não ter tido o mesmo ponto de vista que a maioria dos comentários que li.

    Comentário contando partes do filme. Mostrar.

    Para mim, a série aborda a sub-existência de pessoas que vivem na miséria e que se veem com necessidades, muitas vezes de vida ou morte, que seriam facilmente resolvidas se tivessem dinheiro. Então temos exemplos disso nos primeiros episódios para nos ajudar a entender a dimensão disso. O personagem principal tem não só a questão da filha (na qual ter dinheiro ajudaria, mas não penso que era absolutamente necessário), mas tem, principalmente, a mãe correndo risco de vida sem poder pagar por um tratamento. Temos também a outra menina, com a mãe presa na Coreia do Norte e o irmão no orfanato, precisando de dinheiro para tentar ajudar a mãe a escapar e para tirar o irmão do orfanato e poderem viver todos juntos.

    Para as pessoas que talvez não enxerguem desespero nesses exemplos, acreditando que se essas personagens se esforçassem mais para conseguir trabalho, eventualmente conseguiriam dinheiro para resolver esses problemas, temos a personagem Ali. Imigrante, trabalhador, esforçado, que trabalha para sustentar a esposa e o filho de 1 ano, mas que acaba sendo explorado em seu emprego por conta de sua condição social. Ou seja, tem trabalho, se esforça, tem necessidade, mas ainda assim o esforço não resulta em dinheiro.

    As histórias são distintas. E, sim, nem todos que participam do jogo são pessoas por quem torceríamos para que vencessem, como por exemplo o criminoso e assassino. Mas o que todos eles têm em comum é que dinheiro mudaria a vida dessas pessoas, e não se apenas trata de uma melhora para uma condição boa, mas eu diria que para uma posição básica, digna de qualquer ser humano (mas que na realidade, muitos não têm). Então, o que levou essas pessoas para o jogo foi desespero e falta de perspectiva.

    Porém, isso não quer dizer que todos ali acreditavam que o dinheiro vale mais do que uma vida. Para alguns, sim. Mas, para outros, eles não estavam matando outras pessoas ao participar do jogo, eles estavam sobrevivendo (e, para mim, essa é uma palavra chave para entender a série, a diferença entre assassinos e sobreviventes, ou ainda, pessoas que valorizam a vida humano e aqueles pra quem a vida humana não significa nada).

    E é essa distinção que se faz clara no episódio das gudes. Ali, o instinto de sobrevivência de todos vem a tona mais forte do que nunca, porque antes se tratava apenas do que eles faziam ou deixavam de fazer para sobreviver e ganhar o dinheiro (se mover ou não se mover durante o primeiro jogo, ou conseguir tirar a forma correta do biscoito sem quebrar, ou matar ou não matar outras pessoas durante a briga da noite), mas no episódio das gudes essa linha entre ser um assassino e ser um sobrevivente se torna mais tênue do que nunca. Para alguns, a decisão é “fácil”, como para a menina que percebe que a outra menina tem mais motivo para sobreviver ali do que ela, ou como o cara que engana Ali para poder sobreviver. Não vou discutir a decisão do protagonista porque seria uma discussão longa só para esse ponto, mas ficou claro que não foi uma decisão fácil pra ele.

    Então, enfim, tudo isso nos leva para o último episódio.

    Vi gente questionando a decisão do protagonista de querer cancelar o jogo quando estava prestes a ganhar. Não acredito que a série tem uma resposta fechada para o que estava acontecendo na cabeça dele. Mas em episódios anteriores (e ainda nesse mesmo episódio, quando a menina o impede de esfaquear o outro cara), a série mostrou que ele não tem a consciência limpa se tiver que matar outras pessoas, e que essa não é a pessoa que ele quer ser. Além disso, se eles desistem do jogo, a família das pessoas que morreram recebem algum dinheiro. Será que isso pode ter feito parte da decisão dele? De uma forma ou de outra, essa cena é o primeiro indício de que o dinheiro já não mais justificava para o protagonista tudo aquilo que estava acontecendo ali. Ele teve que viver tudo isso para poder perceber que não valia a pena, ter que sair dali tendo feito parte de tanta morte, incluindo a do amigo dele cuja mãe ele teria que encarar depois.

    E se tudo isso já não tivesse sido o suficiente, encontrar a mãe dele morta depois, tendo passado os últimos dias dela sozinha enquanto ele estava lá participando daquilo tudo, é a gota d’água. O dinheiro perde o sentido. Como eu disse antes, a filha dele não precisa de dinheiro, ela tem dois pais (a mãe e o padrasto), tem uma boa condição de vida (o padrasto tem dinheiro), e tudo que ela precisava era que o pai dela fosse presente, então ele não precisava realmente de dinheiro para melhorar a relação dele com a filha. Então, sem real necessidade para o dinheiro, esse dinheiro não só perde o sentido, mas se torna claro o quanto esse dinheiro é sujo. Cada parcela desse dinheiro é uma pessoa morta. De novo, a série não dá uma explicação quanto ao que está acontecendo na cabeça do protagonista, mas dizer que nesse momento ele está perdendo a chance de ser um bom pai para a filha dele é subestimar demais problemas emocionais e pós-traumáticos que ele deve estar vivendo naquele momento. Talvez algumas pessoas conseguiriam, e talvez outras não, talvez alguns reagiriam de uma forma, outros, de outra. Mas pra mim isso não tira veracidade da série. E reclamar do tempo que ele levou para tomar alguma atitude, tanto na vida dele quanto a respeito da vida de outros (o irmão da menina, a mãe do “amigo”), é mais um julgamento do que uma compreensão. A série toda é sobre compreender a condição humana (inclusive quando o humano não faz sentido).

    Com relação a cena final, o que acontece é que 1 ano depois ele decide seguir com a vida dele. Mas, a caminho de ir se encontrar com a filha dele, ele vê o processo se repetindo e se iniciando mais uma vez. Ele vê 1, de 456 outros humanos, que vão ter a sua humanidade retirada por causa de dinheiro. E impedir que aquele 1 cara não vá para o jogo não resolve o problema, e seguir com a vida dele sem fazer nada é egoísta. É, mais uma vez, o que ele discutiu com o velhinho lá no prédio. Ele vê outro humano necessitando de ajuda, e ele tem a escolha de simplesmente seguir com a vida dele e ignorar, ou ele pode interromper os planos dele para tentar ajudar outras pessoas.

    Não acho que fica claro se ele vai participar do jogo novamente ou não. Ele pode ter dado o nome dele só para que reconhecessem quem estava falando, para que ele pudesse confrontar o líder lá do povo do jogo. Ou talvez ele vá participar novamente, não sei. Mas, pra mim, quem acha que ele devia ter seguido com a vida dele e ter ido ver a filha dele, não entendeu a mensagem da série. Talvez outra pessoa faria “melhor uso” do dinheiro, sim, como a menina que salvaria a mãe e o irmão para viverem juntos. Mas não sabemos se ela iria tentar fazer algo para acabar com o jogo. O protagonista pode ter perdido tempo, pode não ter usado o dinheiro como gostaríamos, mas ele é quem está tomando a decisão mais humana (aquele humano que a gente tem esperança de que outras pessoas sejam) de talvez sacrificar a felicidade dele (e parte da felicidade da filha, talvez, mas, de novo, ela não está abandonada nem sozinha) para poder ajudar outras pessoas. Talvez, a dificuldade de alguns para entender seja devido ao fato de que nem todo mundo pense que aquele jogo seja inerentemente ruim, porque todos que participam o fazem “voluntariamente” (a voluntariedade de alguém com a corda no pescoço). Eu acredito que o ponto de vista do protagonista é de que essa troca, 1 pessoa que passa a ser milionária ao custo de 455 vidas, não é justa, e não é algo certo.

    Então, pra mim, ao contrário, o final teria sido ruim se ele tivesse ido ver a filha sem fazer nada sobre o jogo. Ele passou tempo demais para ir ver a filha? Pra mim, passou tempo demais sem fazer algo sobre o jogo. E se ele tivesse saído de lá e imediatamente tivesse feito algo contra o jogo, seria satisfatório para ter uma resolução imediata, ter alguma movimentação, como a gente está acostumado com filmes de ação. Mas, pra mim, esse momento humano de ter que sofrer, e viver o luto, e as dificuldades emocionais e psicológicas, só faz acrescentar mais a essa série incrível.

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  • Alexandre

    Da cena em que

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    o Fabrizio deixa levarem ela pra fora da cabana em diante,

    o filme vai por água abaixo pra mim.

    Mas a fotografia, direção e atuação são bons, e valeu a pena o tempo investido como alguém que não esperava muito e só queria um filme para me distrair, não um filme incrível. Sem falar que é refrescante um filme de terror italiano, pra quebrar da mesmice dos americanos (apesar do filme ser tipicamente americano).

    Gostei da ideia de

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    ela conseguir a vingança dela no final, mas achei que a “revelação” do filme foi uma solução bem pobre para a pergunta de “por que?”.

    Talvez se tivessem deixado sem explicação, apesar de, novamente, não ser nada de inovador, teria sido um filme sólido do gênero.

    Mas como está, não é um filme ruim e não merece 2,8 de nota. Eu dei 3.0. Acharia razoável até um 3.5, se desconsiderar o final. Entendo quem gostou muito e deu 4.0, mas se eu tivesse ido com a expectativa de um 4.0, teria me decepcionado muito.

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  • Alexandre

    Caso você não tenha entendido ou percebido o real significado daquela última frase marcante do Neil:

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    “Para mim, esse é o final”. Ele diz isso não porque a missão acabou ali e deu tudo certo, mas sim, porque depois dali ele vai fazer parte da equipe azul que vai participar da batalha em tempo reverso, e vai ser ele quem vai abrir o portão para o protagonista poder chegar até a bomba, e que, por fim, vai entrar na frente do tiro que iria matar o protagonista, salvando o protagonista, mas morrendo.

    E como bônus: foi ele, também, que salvou a vida do protagonista na cena do início do filme, no momento daquela primeira bala invertida.

    Melhor personagem do filme pra mim. Ainda mais quando você descobre que as coisas que ele sabia, como a bebida do protagonista, não era porque ele é o fodão que sabe tudo, mas por causa da longa amizade deles que a gente nunca chegou a conhecer, mas que foi forte o suficiente para ele escolher se sacrificar pelo amigo e pela causa.

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  • Nenhum recado para Alexandre.

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