Arthur

assistir as setes horas de filme foi um processo menos difícil do que eu esperava. as primeiras horas vão passando e, depois de estar completamente submerso na história/aldeia, a trama te prende e a vontade de terminar a obra te deixam mais centrado. porém, a duração de alguns planos é completamente desnecessária, o que torna a duração do filme (mais de 400 minutos) algo bem questionável. terminar o filme traz uma ótima sensação, encarar um monstro desse não é fácil mas, pra mim, foi uma das melhores experiências cinematográficas que tive.

no começo você fica ??????? ai no meio já fica !!!!!!!!!! uns momentos que você volta a ficar ????!!!! mas no fim é só ://////

Dos quatro filmes do gênero biográfico que competem a Melhor Filme nesse Oscar, 'Selma' é o melhor. Enquanto 'A teoria de tudo' e 'O jogo da imitação' são filmes bons mas com roteiros fracos e 'Sniper Americano' é um filme bem dirigido, com um Bradley Cooper ótimo e com aspectos técnicos surpreendentes, mas que no fim é uma obra que transforma um assassino em herói da nação; 'Selma' é interessante justamente por isso, pois coloca uma visão mais humanizada de um (verdadeiro) outro herói, Martin Luther King. Outro ponto interessante do filme é que ele se concentra na história que propõe, um roteiro que não se alonga muito na construção da visibilidade de MLK e não dedica o seu fim ao retratar o seu assassinato. Simplesmente porque não é necessário, e isso é ótimo. Um filme que importa mesmo pra entender a luta pacifica de Martin, mas uma paz que não significa ser passivo diante das agressões. Que mostra a desconstrução do herói para um homem e a construção de uma luta para leis. Que apresenta as divergências do movimento negro (embora apenas em poucas cenas), por um Malcom X em uma postura e MLK em outra (e o filme é ótimo em mostrar que embora as diferenças, são homens que sabem, por fim, qual é o verdadeiro inimigo a ser enfrentado). E que mostra como as lutas continuam atuais, pois é inevitável não fazer uma analise sobre as situações mostradas no filme e os recentes protestos em Ferguson. É notável sim a desconsideração da Academia ao não indicar o filme em outras categorias, principalmente na direção, pois Ava DuVernay filma com firmeza mas sem ser agressiva, uma mensagem pacifica mas de resistência, além do fato que seria ótimo uma diretora mulher negra ser reconhecida através de uma indicação. Enfim, um puta filme bonito.