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Últimas opiniões enviadas

  • Jair Augusto

    Para muitas pessoas, é difícil entrar no clima do humor dos filmes mudos. Muito do que vemos nesses filmes é o chamado ‘pastelão’, e eu não tenho certeza se esse é o tipo de humor que encontra muitos fãs entre os jovens de hoje em dia. (uns tempos atrás eu fiquei surpreso ao descobrir que pouquíssimos dos meus amigos da mesma idade que eu já ouviram falar de Laurel e Hardy)

    Eu sou um grande fã desse tipo de comédia, e Buster Keaton é sem dúvidas seu praticamente mais criativo, singelo e preciso (afinal, Buster teria sido engenheiro se não fosse ator). Mas um filme como The General não precisa nem mesmo contar com a bondade do senso de humor contemporâneo para funcionar – é um filme de ação e aventura completo. Muito do que Buster faz aqui ainda impressiona; é um filme sobre trens com a energia frenética de uma locomotiva. Algumas pessoas compararam The General com o filme mais recente da franquia Mad Max, mas eu acho que a correria mecanizada protagonizada por Buster, apesar de menos extravagante, tem ainda menos tempo para deixar o público respirar. (Mesmo quando Buster desce do maquinário para se infiltrar na base unionista, ele tem de enfrentar uma forte chuva e vários outros desconfortos – como armadilhas e um urso selvagem)

    Eu já assisti esse filme umas dez vezes, mas toda vez eu ainda digo ‘não!’ para tela em vários momentos – Buster prendendo seu pé em uma corrente, as toras jogadas no meio dos trilhos, o trem retornando bem quando Buster consegue alcançá-lo. Como a comédia sempre está perfeitamente integrada na ação e no enredo, nunca parece que Buster está forçando a barra para obter risos. De fato, The General é mais longo do que um filme como Sherlock Jr., mas parece que tem menos tempo a perder (sem tempo, por exemplo, para ficar brincando de ‘metalinguagem do cinema’). Essa é uma locomotiva que só vai pra frente.

    Também não há tempo para melodramas à la Chaplin. Como Orson Welles observou, se há um sentimento passado por The General, é a curiosa dignidade que permeia o longa. Talvez seja por isso que esse seja o filme que melhor represente a personalidade de Buster. Cada olhar de Buster fala mais sobre estoicismo e dignidade do que todo um livro de Sêneca. O personagem de Buster é atrapalhado e engraçado (quem já viu Buster antes sabe que seus tombos lembram um balé), mas ele não é um covarde, e ele não é um palhaço. (isso torna particularmente trágico o fato de que, após essa era dourada dos anos 20, Buster foi forçado a despir a sutileza que havia adquirido para muitas vezes interpretar um tipo mais vulgar de palhaço, o mero alívio cômico que atira tortas nos outros)

    Vale dizer que esse é, ironicamente, um dos filmes mais autênticos que existem sobre a guerra civil. Quando os dois exércitos se encontram dos dois lados do riacho, a grandiosidade não deve nada à Griffith ou à Lawrence da Arábia. Há um momento em que soldados estão andando pela mata, com feixes de luz penetrando por entre as árvores, e é uma cena tão bonita que francamente poderia ser emoldurada.
    Um clássico imortal.

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  • Jair Augusto

    Uma das primeiras obras-primas da história do cinema. Todos sabem que Griffith não foi o inventor das técnicas cinematográficas (significativamente, o uso inteligente de cortes, closes, fades), mas foi um pioneiro ao empregá-las dramaticamente em um filme grandioso.

    É interessante que, mesmo sendo um filme de mais de cem anos, castigado pelo tempo (acreditem, o filme era muito mais bonito visualmente para as pessoas que assistiram na época; as versões que temos são a sombra da sombra da fotografia original), que é discutido no mais das vezes academicamente (por sua importância histórica) ou política/moralmente (como na maioria dos comentários aqui), eu me peguei ficando legitimamente entretido com diversos momentos do filme. As cenas de ação (a jovem menina dos Cameron subindo a montanha durante a perseguição; os personagens presos dentro de uma casinha da união, com adversários cercando o local) mostram que tudo o que as pessoas buscam em filmes já estava contido em Griffith – um pouquinho empoeirado, sem rodeios, e muito sentimental para o nosso gosto, mas está tudo lá. As composições visuais de Griffith são majestosas – são casas e florestas filmadas por alguém que indubitavelmente sabe o que está fazendo. A reconstrução do assassinato de Lincoln é maravilhosa, e Lillian Gish, como de costume, é a pessoa mais interessante de se olhar nesse filme.

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  • Jair Augusto

    Filme absolutamente encantador. Meu primeiro filme do René Clair, e deixou uma ótima primeira impressão.

    O filme é uma farsa que depende de um Macguffin na forma de um bilhete de loteria para desencadear sua comédia de erros.

    Eu não havia assistido nenhum filme com René Lefèvre, mas eu sei que ele trabalhou com Renoir em Monsieur Lange (um filme que eu ainda não assisti), mas definitivamente ele me pareceu galã marcante, engraçado e carismático no papel de Michel, o artista um tanto cafajeste que deve para todas as pessoas de sua vizinhança. Annabelle é uma fofura completa no papel da bailarina Beatrice.

    O filme vai para lugares inesperados e divertidos de uma Paris fantasiosa e glamourosa. (é verdade, muitos personagens não tem um centavo, mas glamour não é (só) dinheiro) Nós visitamos o covil subterrâneo do vovô Tulipa (um Robin-Hood moderno, me parece), e também passamos uma noite na ópera. Justamente na ópera, durante um número musical, com pétalas de rosas caindo, temos a cena mais bonita do filme. Trata-se, inclusive, de um momento desprovido de palavras, assim como várias outras partes do filme. Le Million é um filme cujo DNA tem muitos traços do cinema mudo. (é quase um filme híbrido, eu diria) Alguns críticos franceses achavam que isso era uma fraqueza do cinema de Clair: sua insistência em utilizar elementos do cinema mudo na era do som. Mas para mim (cada vez mais me interesso pela vivacidade dos melhores filmes mudos) isso parece mais uma virtude. O slapstick silencioso de certas cenas com certeza vai arrancar um sorriso de quem estiver assistindo.

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