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Porto Alegre - (BRA)
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Últimas opiniões enviadas

  • Bill

    Meu nome é Chico, Francisco. Desde muito cedo aprendi o que era prisão, estar preso, amalgamado, fixo. A primeira ideia que nutri na vida foi o espaço, que de tão pequeno, ali eu conseguia criar todo um universo. Minha professora dizia que o universo era infinito, infinitas eram as imagens que criava em minha cabeça quando era prisioneiro dileto da cidade de Peixe de Pedra. Nada havia no mundo que não constasse ali. Peixe de Pedra é minha consciência congelada no tempo, meu duro diamante. Não conseguia entender a força disso na época e acho que nunca vou entender. Aquele peixe nunca saiu de dentro de mim e aquilo era a coisa mais próxima que conhecia como felicidade.

    Um fóssil, nada mais é que uma vida que não teve saída, que não deu para partir. Até hoje me pergunto se fui embora na hora certa, será que não fui tarde demais? Por que eu sai de Peixe de Pedra, mas esse peixe nunca me abandonou. Fui embora e nunca mais voltei, mas também não parei mais em lugar nenhum, talvez por medo de fossilizar em outro canto ou talvez por não pertencer à arqueologia de nenhum lugar em que não fosse lá, onde minha consciência permanece congelada no tempo.

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  • Bill

    Achei o filme muito interessante, para quem já acompanha o Cleber Mendonça e havia gostado de O Som ao Redor, provavelmente irá encontrar similaridades e gostar. É interessante notar também que este é mais um filme dentro da temática "filmes da classe média brasileira", como o próprio O Som ao Redor, Que Horas Ela Volta e Casa Grande. Apesar dele ter esse teor de crítica a classe média, não acho que ele seja estritamente sobre isso. Outras questões que chamam atenção são as experimentações de tempo e memória. Apesar de existirem criticas a determinados segmentos da sociedade, o ponto central é a relação que os personagens tem com o tempo, e isso é constantemente abordado no filme,

    Comentário contando partes do filme. Mostrar.

    tanto na cena inicial quando a tia olha pra cômoda e tem uma lembrança, como também a própria resistência de Clara em não vender o apartamento, é uma alusão direta ao valor que aquele lugar conquistou para ela durante os anos vividos. A discussões de Clara com os filhos é uma alusão aos diferentes significados atribuído ao mesmo objeto. A cena final também sintetiza isto, quando são mostrados os cupins, isso poderia simbolizar que o tempo não corrói nada para uma mente que conserva as memorias, é o próprio homem que corrói as coisas.

    No geral o filme é muito bom , tanto pelo teor político, quanto pela relação com o tempo estabelecida que dialoga com toda tradição do cinema.

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