A série tem alguns problemas óbvios que vão surgindo com maior ou menor intensidade ao longo dos episódios. Se você for capaz de aceitá-los, a série flui muito bem e é muito bonita. Particularmente, curti bastante, sobretudo pela carga emocional.
Fiquei pensando no que dizer a respeito, na palavra que usar, como sintetizar a coisa, acho que o melhor a dizer é que Devilman é um anime fino. São muitas camadas debaixo do sangue e do frenesi. Logo depois de ver quis rever e tentar sacar melhor aquela loucura do começo e ver como o restante vai saindo dali. Mas é um negócio fino.
O bom dessas produções "alternativas" é que elas colocam seus próprios padrões e pedem um pouco mais de inteligência para que evitemos julgá-las por padrões mais comuns, de modo que, quando conseguimos fazer isso, ganhamos a capacidade de julgar algo novo por uma nova base.
"Horace and Pete" começa e acaba abruptamente: os eventos se dão sem nenhum aviso ou significado e as coisas apenas ocorrem sem que isso sirva para levar alguém a algo, completar o arco de um personagem ou coisa assim, mais ainda, o decorrer da série abre diversas possibilidades que simplesmente se perdem ou que não são levadas adiante no correr da trama, algo que seria muito criticável em qualquer produção mais comercial. O curioso a esse respeito é que nada disso é propriamente um defeito da série, mas somente o padrão ao qual ela se reporta, que é essa vida que vem de lugar algum e vai a lugar nenhum.
Justamente por isso eu não me arriscaria a dar um tema para essa série, acho que ela é essa amostra de um cotidiano decadente que não quer provar algo ou ser sobre algo. A sucessão das coisas não necessariamente significa algo e a estrutura teatral da série é ótima para isso, por evitar os vários clichês de câmera e de ênfase que o cinema e a TV fazem. Capítulos como o terceiro, que praticamente se resolvem com uma câmera focada no rosto de alguém contando uma história, sem flashbacks e grandes mudanças de cenário, em suma, que se resolvem só com atuação pura e simples, são lindos em toda essa simplicidade e dão a impressão de que nós que estamos acostumados com muito mais que isso é que não sabemos nada sobre arte. Dá vontade de estar lá vendo de perto o rosto dos atores se contorcer de dor.
A série possui ótimos atores principais (todos veteranos), uma curta e bem escolhida duração, e um capítulo final que faz o favor de não tentar resolver a série, de entregar uma resolução feliz e idiota, tomando liberdades que só poderia tomar justamente porque foi feita para atingir um público pequeno.
Para quem quer fugir dos mesmos estímulos, das mesmas histórias, "Horace and Pete" é uma ótima chance de fazer isso.
É legal como a série joga as formas mais simplistas de debate político na lata do lixo e aquelas noções do tipo "direita" versus "esquerda", "opressor" versus "oprimido" ficam ridículas diante de relações bem mais profundas.
Existe uma oferta enorme de séries hoje que tem um formato muito parecido e que visam um público muito parecido também, por isso, fico feliz de encontrar outras propostas na TV que, embora não sejam tão alardeadas, são ótimas. Espero que as temporadas seguintes continuem ao menos tão boas quanto essa primeira, que é interessantíssima pelo aspecto psicológico, pelas questões que suscita e pelo fato de que tudo parece estar sempre prestes a explodir.
E divertida e dinâmica, sobretudo no começo, mas não consegue dar complexidade ou conflito aos personagens, consequentemente, não consegue desenvolvê-los bem ao longo da temporada. Depois que paramos de esperar explicações que tornem coerentes as ações de cada um e ficamos sabendo mais ou menos quem são, ficamos sem critério para saber como eles deveriam agir ou para onde deveriam se desenvolver, já que eles não têm nada que os defina muito. Suas personalidades são até divertidas (gosto do Foggy, por exemplo, e da relação dele com a mocinha), mas eles não tem definição e não evoluem bem, apenas vão reagindo circunstancialmente a cada situação.
Várias coisas me incomodaram além disso, mas acho que esse é o maior problema da série e foi o suficiente para que eu quisesse encerrar a primeira temporada e nunca mais voltar.
Eu só não suporto os discursos... É o tempo todo alguém discursando, caramba, podiam tirar essa bagaça. Ah, e as explicações do tipo: o personagem faz X pensando em Y, aí vem outro e diz "ah, ele fez X pensando em Y". Não sou tão burro assim não, caramba.
De resto, foi uma boa temporada. Não dá para comparar com os quadrinhos, mas é uma série bacana apesar de tudo.
Revi recentemente este anime e infelizmente ele não resiste a uma avaliação feita depois da infância.
O anime tem algumas ideias que repercutem - ou deveriam repercutir - de forma magnífica nos capítulos, como, por exemplo, a acusação de traição feita contra os protagonistas.
Ela faz com que na "primeira temporada" Shurato e os outros matem gente que tem longas histórias no mundo celestial, que tem feitos fabulosos, bons ideais, e que são mais fortes que eles. O interessante a esse respeito é que não só matam inocentes, como tem que conviver com o preço de matar quem (pensa que) está lutando pelo bem tanto quanto eles. A princípio, essa ideia é ótima e muito bem utilizada pelo menos no caso da Lenge, que acaba ficando do lado de Indra em vez do lado de Vishnu. Se Shurato fosse um bom anime, essa traição seria muito melhor trabalhada na temporada seguinte, mas como não é, ela ficou inteiramente esquecida.
Salvo alguns personagens como Rakesh e Leiga, creio que nenhum personagem de Shurato tem propriamente uma personalidade. Nem o próprio Shurato. Todos tem algumas características (Shurato como bobalhão portador da virtude que faz com que todos resistam, Hyoga tem ideias quando é conveniente para o roteiro, Dan é impetuoso e assim por diante), mas nenhum grande conflito. Consequentemente, não há evolução psicológica dos personagens e os mesmos conflitos se repetem incansavelmente. Shurato, por exemplo, por vezes tem que abandonar algum companheiro de luta e seguir em frente, e em todas as vezes ele reluta e precisa da interferência de outro personagem para entender e aceitar o sacrifício dos colegas. Até o fim do anime isso é repetido, como se o personagem não tivesse passado por isso várias vezes.
Há uma quantidade absurda de batalhas no anime todo e a maioria delas se desenvolve da mesma maneira: o inimigo é mais forte que os protagonistas e bate neles infinitamente, até que, por meio de alguma astúcia ou estado de fúria, elas revidam o golpe e vencem. E caem no chão exaustos. É extremamente cansativa essa repetição, que é feita até o final e praticamente torna inútil a suposta evolução dos personagens, uma vez que mesmo evoluindo, eles continuam tendo os mesmos resultados nas lutas.
No fundo, acho que, mesmo sendo outra cópia de Cavaleiros (tão ruim quanto o próprio Cavaleiros, diga-se de passagem, pois esse não era nenhuma jóia), Shurato poderia ser refeito e melhor trabalhado. Há muitas ideias bacanas lançadas ao longo do anime
(o capítulo da morte de Rakesh seria brilhante se ela tivesse realmente morrido; Gai poderia não ser só um personagem com duas falas: rir e dizer que irá matar Shurato)
que são simplesmente desperdiçadas.
Não é um bom anime, não merece ser revisto, mas mereceria ser refeito por uma turma melhor que aquela que o criou.
É uma pena terminar desse jeito. Ela começa bem, tem uma segunda temporada esplêndida e depois disso desce ladeira abaixo com os temas e mesmo com aquilo que desenvolveu para os personagens.
Toda a melhora psicológica do Ryan na segunda temporada, inclusive sua confiança no Wilfred (trabalhada, por exemplo, no capítulo do testamento), é deixada de lado e substituída por uma relação de autos e baixos que não vai à lugar algum e retoma coisas já passadas e repassadas. Até a Amanda é retomada sem que isso acrescente nada ao desenvolvimento do personagem, ficando apenas como uma ponta do episódio e uma ponta solta na coerência da série como um todo.
Mesmo coisas que poderiam foram bem trabalhadas nas primeiras temporadas, como a relação do Ryan com o pai, toda calcada pelos discursos que a mãe do Ryan tinha sobre o pai que são comprados por ele, é mal trabalhada e o personagem é preguiçosamente eliminado.
Até aquilo que poderia funcionar muito bem, como a transformação de Wilfred em cão ou o abandono de Jenna por parte de Ryan, se perdem na medida em que não impulsionam nenhum crescimento do personagem (afinal Wilfred volta e ao fim Ryan mostra que é incapaz de construir relações, terminando só).
O final, mais que ruim, é simplesmente triste: Ryan começa a série rumo ao suicídio e termina rumo ao suicídio. Wilfred é uma fantasia criada para suportar a vida e ao retornar no fim da série apenas mostra que Ryan nunca vai conseguir suportá-la. Todas as relações que poderia ter construído com profundidade ele não construiu: a responsabilidade pela mãe e pela irmã que ele poderia ter assumido após a morte do pai ele não conseguiu assumir, seus relacionamentos amorosos fracassam, e nem o trabalho se torna uma fonte de realização, sendo apenas um meio para pagar a grana da erva. Ryan termina pior do que começou, pois sem procurar nenhuma ajuda quanto a seu problema mental, assumiu que sua felicidade consiste em passar seus dias com um delírio criado na mais profunda depressão. Wilfred é a alienação da vida e essa é a escolha final de Ryan: não viver.
Se esse final fosse bem construído seria extremamente depressivo, mas, sendo tão mal feito o caminho que nos leva a ele, ele fica apenas triste, pois mostra tudo o que a série poderia ter sido e não foi, jogando fora coisas construídas de forma incrível anteriormente. Capítulos memoráveis, como aquele em que Wilfred abre a maleta para Ryan no porão, mostrando como um rapaz que fala com o cão joga seu tempo fora, são traídos com um final que quer ser bonitinho e representar uma espécie de amizade, mas é apenas ruim.
Trata-se de uma boa série, com capítulos e sacadas memoráveis, que se perdeu no caminho mas nem por isso deixará de ser lembrada com carinho.
Os personagens são incríveis, ficando cada vez mais complexos, mais cinzentos com o passar do tempo, inclusive aqueles que surgem como meros estereótipos, como o Catalano. É ainda mais interessante o fato de que todos eles estão imersos em relações familiares muito complicadas, e que, embora acompanhemos as vidas e conflitos típicos de adolescentes, consigamos perceber toda uma densidade implicada neles ao vermos como participam de conflitos maiores. Nesse sentido, Wilson Cruz brilha fazendo Ricky, mostrando cada detalhe de um personagem que é interessante apenas por existir, mas vai ficando mais complexo na medida em que descobrimos mais a seu respeito.
O último episódio dá uma pena danada por abrir tantos caminhos interessantes (inclusive o principal do capítulo), e ao mesmo tempo decretar o fim da série. Pessoalmente, mesmo que a série tivesse ido adiante, eu não consigo imaginar que final teria. Parece que tudo é complexo demais para simplesmente acabar.
Em tudo o que uma série poderia acertar, Os sopranos acerta. Acho que ela é um tipo de padrão de qualidade que vai ficar aí para sempre para quem perguntar o que seria uma boa série.
A série tem muitos problemas: o protagonista é uma espécie de cartola mágica de onde o roteirista pode retirar qualquer artifício para resolver a história ou os casos, de modo que suas deduções são, no mais das vezes, bem pouco verossímeis, além disso, os personagens secundários tem pouquíssima importância na resolução dos casos, servindo apenas como ganchos para levar o próprio protagonista a uma conclusão que resolverá tudo magicamente. Embora eles tenham características específicas, quase não tem personalidade e por isso não se desenvolvem à medida que os episódios avançam. Aliás, mesmo o Jane quase não tem conflitos e está sempre pairando acima dos demais, sem estar sujeito a nenhuma alteração, até quando sua motivação principal está em questão.
Somando a esses elementos aqueles que são claramente copiados de outras séries, como House e Law and order, O Mentalista parece se desenvolver sempre tendo em vista um elemento externo à sua própria coerência: um público pouco exigente e facilmente cativável, que não repara ou não liga para as interpretações canastronas, para a falta de nexo de grande parte dos episódios ou a falta de evolução da própria série, de tal modo que sua qualidade e coerência sempre será sacrificada em prol disso.
Não que isso seja um problema, é claro. Quem gostar, que assista, mas, pessoalmente, eu não me identifico com esse tipo de produção. Uma temporada já é suficiente.
"O caráter ficcional e ilusório do teatro é sempre ressaltado e jamais perdemos a consciência de que assistimos um encenação. Para levar isso ainda mais longe e nos forçar a sair da sensação de imersão em relação à obra, o diretor insere nela vários elementos que lhes são estranhos, daí, surgem aparelhos tecnológicos, uma tatuagem em Capitu, recursos audiovisuais, canções pop e referências que tem pouca relação com o livro mas caem facilmente no gosto do público, e ocupam as cenas (até de forma exagerada) fazendo com que fiquemos cientes das ilusões que a série tece para nos enredar.
A recorrência desse recurso ressalta ainda o quanto estamos vendo não só uma montagem de Dom Casmurro, mas do Dom Casmurro sobre sua vida pregressa. O espaço do galpão, remontado, remexido, confuso, é, de alguma maneira, o próprio espaço imaginativo do narrador, de suas memórias misturadas incoerentemente."
Leia a resenha completa: http://aoinvesdoinverso.wordpress.com/2014/08/28/resenha-capitu-luiz-fernando-de-carvalho/
Completamente perdidos, com a personagem sem nenhuma motivação ou conflito. Poderiam ter trocado a Cassie pelo Zé da padaria que não teria diferença alguma, não tem nada ali dela. Mesmo o final não dá solução nenhuma, não diz que ela tomou qualquer rumo, as coisas vão simplesmente acontecendo sem chegar a lugar nenhuma. Uma porcaria fazer isso com um dos melhores personagens de skins.
Merlí (1ª Temporada)
4.5 220A série tem alguns problemas óbvios que vão surgindo com maior ou menor intensidade ao longo dos episódios. Se você for capaz de aceitá-los, a série flui muito bem e é muito bonita. Particularmente, curti bastante, sobretudo pela carga emocional.
Devilman Crybaby
4.1 190 Assista AgoraFiquei pensando no que dizer a respeito, na palavra que usar, como sintetizar a coisa, acho que o melhor a dizer é que Devilman é um anime fino. São muitas camadas debaixo do sangue e do frenesi. Logo depois de ver quis rever e tentar sacar melhor aquela loucura do começo e ver como o restante vai saindo dali. Mas é um negócio fino.
Horace and Pete (1ª Temporada)
4.6 20O bom dessas produções "alternativas" é que elas colocam seus próprios padrões e pedem um pouco mais de inteligência para que evitemos julgá-las por padrões mais comuns, de modo que, quando conseguimos fazer isso, ganhamos a capacidade de julgar algo novo por uma nova base.
"Horace and Pete" começa e acaba abruptamente: os eventos se dão sem nenhum aviso ou significado e as coisas apenas ocorrem sem que isso sirva para levar alguém a algo, completar o arco de um personagem ou coisa assim, mais ainda, o decorrer da série abre diversas possibilidades que simplesmente se perdem ou que não são levadas adiante no correr da trama, algo que seria muito criticável em qualquer produção mais comercial.
O curioso a esse respeito é que nada disso é propriamente um defeito da série, mas somente o padrão ao qual ela se reporta, que é essa vida que vem de lugar algum e vai a lugar nenhum.
Justamente por isso eu não me arriscaria a dar um tema para essa série, acho que ela é essa amostra de um cotidiano decadente que não quer provar algo ou ser sobre algo. A sucessão das coisas não necessariamente significa algo e a estrutura teatral da série é ótima para isso, por evitar os vários clichês de câmera e de ênfase que o cinema e a TV fazem. Capítulos como o terceiro, que praticamente se resolvem com uma câmera focada no rosto de alguém contando uma história, sem flashbacks e grandes mudanças de cenário, em suma, que se resolvem só com atuação pura e simples, são lindos em toda essa simplicidade e dão a impressão de que nós que estamos acostumados com muito mais que isso é que não sabemos nada sobre arte. Dá vontade de estar lá vendo de perto o rosto dos atores se contorcer de dor.
A série possui ótimos atores principais (todos veteranos), uma curta e bem escolhida duração, e um capítulo final que faz o favor de não tentar resolver a série, de entregar uma resolução feliz e idiota, tomando liberdades que só poderia tomar justamente porque foi feita para atingir um público pequeno.
Para quem quer fugir dos mesmos estímulos, das mesmas histórias, "Horace and Pete" é uma ótima chance de fazer isso.
House of Cards (1ª Temporada)
4.5 611 Assista AgoraÉ legal como a série joga as formas mais simplistas de debate político na lata do lixo e aquelas noções do tipo "direita" versus "esquerda", "opressor" versus "oprimido" ficam ridículas diante de relações bem mais profundas.
Rectify (4ª Temporada)
4.5 33"Eita", acho que é essa a palavra.
Rectify (2ª Temporada)
4.4 44Dá até medo de ver a próxima temporada de tão tenso que é o final dessa.
Rectify (1ª Temporada)
4.3 83Existe uma oferta enorme de séries hoje que tem um formato muito parecido e que visam um público muito parecido também, por isso, fico feliz de encontrar outras propostas na TV que, embora não sejam tão alardeadas, são ótimas. Espero que as temporadas seguintes continuem ao menos tão boas quanto essa primeira, que é interessantíssima pelo aspecto psicológico, pelas questões que suscita e pelo fato de que tudo parece estar sempre prestes a explodir.
Freaks and Geeks (1ª Temporada)
4.6 545 Assista AgoraMagnífica.
Faz uma bela dupla com My so call life, outra série que morreu prematuramente.
Demolidor (1ª Temporada)
4.4 1,5K Assista AgoraE divertida e dinâmica, sobretudo no começo, mas não consegue dar complexidade ou conflito aos personagens, consequentemente, não consegue desenvolvê-los bem ao longo da temporada. Depois que paramos de esperar explicações que tornem coerentes as ações de cada um e ficamos sabendo mais ou menos quem são, ficamos sem critério para saber como eles deveriam agir ou para onde deveriam se desenvolver, já que eles não têm nada que os defina muito. Suas personalidades são até divertidas (gosto do Foggy, por exemplo, e da relação dele com a mocinha), mas eles não tem definição e não evoluem bem, apenas vão reagindo circunstancialmente a cada situação.
Várias coisas me incomodaram além disso, mas acho que esse é o maior problema da série e foi o suficiente para que eu quisesse encerrar a primeira temporada e nunca mais voltar.
Steins;Gate
4.5 101Muito, muito bom. É difícil hoje ver uma série tão bem fechada.
The Walking Dead (6ª Temporada)
4.1 1,3K Assista AgoraEu só não suporto os discursos... É o tempo todo alguém discursando, caramba, podiam tirar essa bagaça. Ah, e as explicações do tipo: o personagem faz X pensando em Y, aí vem outro e diz "ah, ele fez X pensando em Y". Não sou tão burro assim não, caramba.
De resto, foi uma boa temporada.
Não dá para comparar com os quadrinhos, mas é uma série bacana apesar de tudo.
Shurato
3.9 77Revi recentemente este anime e infelizmente ele não resiste a uma avaliação feita depois da infância.
O anime tem algumas ideias que repercutem - ou deveriam repercutir - de forma magnífica nos capítulos, como, por exemplo, a acusação de traição feita contra os protagonistas.
Ela faz com que na "primeira temporada" Shurato e os outros matem gente que tem longas histórias no mundo celestial, que tem feitos fabulosos, bons ideais, e que são mais fortes que eles. O interessante a esse respeito é que não só matam inocentes, como tem que conviver com o preço de matar quem (pensa que) está lutando pelo bem tanto quanto eles. A princípio, essa ideia é ótima e muito bem utilizada pelo menos no caso da Lenge, que acaba ficando do lado de Indra em vez do lado de Vishnu. Se Shurato fosse um bom anime, essa traição seria muito melhor trabalhada na temporada seguinte, mas como não é, ela ficou inteiramente esquecida.
Salvo alguns personagens como Rakesh e Leiga, creio que nenhum personagem de Shurato tem propriamente uma personalidade. Nem o próprio Shurato. Todos tem algumas características (Shurato como bobalhão portador da virtude que faz com que todos resistam, Hyoga tem ideias quando é conveniente para o roteiro, Dan é impetuoso e assim por diante), mas nenhum grande conflito. Consequentemente, não há evolução psicológica dos personagens e os mesmos conflitos se repetem incansavelmente. Shurato, por exemplo, por vezes tem que abandonar algum companheiro de luta e seguir em frente, e em todas as vezes ele reluta e precisa da interferência de outro personagem para entender e aceitar o sacrifício dos colegas. Até o fim do anime isso é repetido, como se o personagem não tivesse passado por isso várias vezes.
Há uma quantidade absurda de batalhas no anime todo e a maioria delas se desenvolve da mesma maneira: o inimigo é mais forte que os protagonistas e bate neles infinitamente, até que, por meio de alguma astúcia ou estado de fúria, elas revidam o golpe e vencem. E caem no chão exaustos. É extremamente cansativa essa repetição, que é feita até o final e praticamente torna inútil a suposta evolução dos personagens, uma vez que mesmo evoluindo, eles continuam tendo os mesmos resultados nas lutas.
No fundo, acho que, mesmo sendo outra cópia de Cavaleiros (tão ruim quanto o próprio Cavaleiros, diga-se de passagem, pois esse não era nenhuma jóia), Shurato poderia ser refeito e melhor trabalhado. Há muitas ideias bacanas lançadas ao longo do anime
(o capítulo da morte de Rakesh seria brilhante se ela tivesse realmente morrido; Gai poderia não ser só um personagem com duas falas: rir e dizer que irá matar Shurato)
Não é um bom anime, não merece ser revisto, mas mereceria ser refeito por uma turma melhor que aquela que o criou.
[spoiler][/spoiler]
O Prisioneiro
4.3 18Onde posso assistir?
Wilfred (4ª Temporada)
4.1 39[spoiler][/spoiler]
É uma pena terminar desse jeito. Ela começa bem, tem uma segunda temporada esplêndida e depois disso desce ladeira abaixo com os temas e mesmo com aquilo que desenvolveu para os personagens.
Toda a melhora psicológica do Ryan na segunda temporada, inclusive sua confiança no Wilfred (trabalhada, por exemplo, no capítulo do testamento), é deixada de lado e substituída por uma relação de autos e baixos que não vai à lugar algum e retoma coisas já passadas e repassadas. Até a Amanda é retomada sem que isso acrescente nada ao desenvolvimento do personagem, ficando apenas como uma ponta do episódio e uma ponta solta na coerência da série como um todo.
Mesmo coisas que poderiam foram bem trabalhadas nas primeiras temporadas, como a relação do Ryan com o pai, toda calcada pelos discursos que a mãe do Ryan tinha sobre o pai que são comprados por ele, é mal trabalhada e o personagem é preguiçosamente eliminado.
Até aquilo que poderia funcionar muito bem, como a transformação de Wilfred em cão ou o abandono de Jenna por parte de Ryan, se perdem na medida em que não impulsionam nenhum crescimento do personagem (afinal Wilfred volta e ao fim Ryan mostra que é incapaz de construir relações, terminando só).
O final, mais que ruim, é simplesmente triste: Ryan começa a série rumo ao suicídio e termina rumo ao suicídio. Wilfred é uma fantasia criada para suportar a vida e ao retornar no fim da série apenas mostra que Ryan nunca vai conseguir suportá-la. Todas as relações que poderia ter construído com profundidade ele não construiu: a responsabilidade pela mãe e pela irmã que ele poderia ter assumido após a morte do pai ele não conseguiu assumir, seus relacionamentos amorosos fracassam, e nem o trabalho se torna uma fonte de realização, sendo apenas um meio para pagar a grana da erva. Ryan termina pior do que começou, pois sem procurar nenhuma ajuda quanto a seu problema mental, assumiu que sua felicidade consiste em passar seus dias com um delírio criado na mais profunda depressão. Wilfred é a alienação da vida e essa é a escolha final de Ryan: não viver.
Se esse final fosse bem construído seria extremamente depressivo, mas, sendo tão mal feito o caminho que nos leva a ele, ele fica apenas triste, pois mostra tudo o que a série poderia ter sido e não foi, jogando fora coisas construídas de forma incrível anteriormente. Capítulos memoráveis, como aquele em que Wilfred abre a maleta para Ryan no porão, mostrando como um rapaz que fala com o cão joga seu tempo fora, são traídos com um final que quer ser bonitinho e representar uma espécie de amizade, mas é apenas ruim.
Trata-se de uma boa série, com capítulos e sacadas memoráveis, que se perdeu no caminho mas nem por isso deixará de ser lembrada com carinho.
Death Note (2ª Temporada)
4.3 399 Assista AgoraA segunda parte é um insulto à primeira e o final é um insulto à série como um todo. Sem mais.
Minha Vida de Cão
4.5 160Tristeza essa série ter uma temporada só.
Os personagens são incríveis, ficando cada vez mais complexos, mais cinzentos com o passar do tempo, inclusive aqueles que surgem como meros estereótipos, como o Catalano. É ainda mais interessante o fato de que todos eles estão imersos em relações familiares muito complicadas, e que, embora acompanhemos as vidas e conflitos típicos de adolescentes, consigamos perceber toda uma densidade implicada neles ao vermos como participam de conflitos maiores. Nesse sentido, Wilson Cruz brilha fazendo Ricky, mostrando cada detalhe de um personagem que é interessante apenas por existir, mas vai ficando mais complexo na medida em que descobrimos mais a seu respeito.
O último episódio dá uma pena danada por abrir tantos caminhos interessantes (inclusive o principal do capítulo), e ao mesmo tempo decretar o fim da série. Pessoalmente, mesmo que a série tivesse ido adiante, eu não consigo imaginar que final teria. Parece que tudo é complexo demais para simplesmente acabar.
The Walking Dead (3ª Temporada)
4.1 2,9KNão entendo como uma HQ tão interessante virou essa série ruinzinha, cheia de concessões para os fãs, frases de efeito, closes no rosto, puts.
Família Soprano (6ª Temporada)
4.7 305 Assista AgoraEm tudo o que uma série poderia acertar, Os sopranos acerta. Acho que ela é um tipo de padrão de qualidade que vai ficar aí para sempre para quem perguntar o que seria uma boa série.
O Mentalista (1ª Temporada)
4.3 174A série tem muitos problemas: o protagonista é uma espécie de cartola mágica de onde o roteirista pode retirar qualquer artifício para resolver a história ou os casos, de modo que suas deduções são, no mais das vezes, bem pouco verossímeis, além disso, os personagens secundários tem pouquíssima importância na resolução dos casos, servindo apenas como ganchos para levar o próprio protagonista a uma conclusão que resolverá tudo magicamente. Embora eles tenham características específicas, quase não tem personalidade e por isso não se desenvolvem à medida que os episódios avançam. Aliás, mesmo o Jane quase não tem conflitos e está sempre pairando acima dos demais, sem estar sujeito a nenhuma alteração, até quando sua motivação principal está em questão.
Somando a esses elementos aqueles que são claramente copiados de outras séries, como House e Law and order, O Mentalista parece se desenvolver sempre tendo em vista um elemento externo à sua própria coerência: um público pouco exigente e facilmente cativável, que não repara ou não liga para as interpretações canastronas, para a falta de nexo de grande parte dos episódios ou a falta de evolução da própria série, de tal modo que sua qualidade e coerência sempre será sacrificada em prol disso.
Não que isso seja um problema, é claro. Quem gostar, que assista, mas, pessoalmente, eu não me identifico com esse tipo de produção. Uma temporada já é suficiente.
Capitu
4.5 629"O caráter ficcional e ilusório do teatro é sempre ressaltado e jamais perdemos a consciência de que assistimos um encenação. Para levar isso ainda mais longe e nos forçar a sair da sensação de imersão em relação à obra, o diretor insere nela vários elementos que lhes são estranhos, daí, surgem aparelhos tecnológicos, uma tatuagem em Capitu, recursos audiovisuais, canções pop e referências que tem pouca relação com o livro mas caem facilmente no gosto do público, e ocupam as cenas (até de forma exagerada) fazendo com que fiquemos cientes das ilusões que a série tece para nos enredar.
A recorrência desse recurso ressalta ainda o quanto estamos vendo não só uma montagem de Dom Casmurro, mas do Dom Casmurro sobre sua vida pregressa. O espaço do galpão, remontado, remexido, confuso, é, de alguma maneira, o próprio espaço imaginativo do narrador, de suas memórias misturadas incoerentemente."
Leia a resenha completa: http://aoinvesdoinverso.wordpress.com/2014/08/28/resenha-capitu-luiz-fernando-de-carvalho/
Skins - Juventude à Flor da Pele (7ª Temporada)
4.0 800 Assista AgoraNossa, que episódios medonhos esses da Cassie.
Completamente perdidos, com a personagem sem nenhuma motivação ou conflito. Poderiam ter trocado a Cassie pelo Zé da padaria que não teria diferença alguma, não tem nada ali dela. Mesmo o final não dá solução nenhuma, não diz que ela tomou qualquer rumo, as coisas vão simplesmente acontecendo sem chegar a lugar nenhuma. Uma porcaria fazer isso com um dos melhores personagens de skins.
Psychoville (1ª Temporada)
4.1 68bizarro e interessante. Gostei.
1 Litro de Lágrimas
4.7 223Muito, muito, mas muito triste... É tão terrível pensar que somos finitos e suscetíveis a coisas que nos ultrapassam.
Shameless UK (5ª Temporada)
4.2 3Quero ver, ainda não encontrei para baixar. Quero ver se a Mônica vai se dar mal, odeio ela.