Tá aparecendo em uma porrada de listas de Melhores Filmes da Década de revistas e sites de cinema prestigiados Mas quem tá certo mesmo é o usuário do filmow
Todd Phillips que me perdoe, mas se dependesse de sua filmografia, dificilmente a Warner Bros. contrataria o diretor da trilogia “Se Beber, Não Case!” para comandar um filme solo do Coringa. Mas há 3 fatores cruciais que explicam o porquê do estúdio ter optado pelo cineasta:
1. Todd teve uma ideia simples, mas até então não pensada: fazer um estudo de personagem sobre o arquirrival do Batman com uma pegada mais dramática e com uma produção de baixo orçamento, fugindo de CGI e de telas verdes.
2. Todd e Bradley Cooper, ambos produtores de Coringa, estavam com crédito com a WB devido ao resultado bastante positivo de “Nasce Uma Estrela” (2018), que contou com a produção de Joint Effort, produtora dos dois parceiros.
3. E, por último, mas talvez mais importante motivo, a adesão de um ator do calibre do Joaquin Phoenix. A estrela que era um dos nomes de Hollywood mais cobiçados tanto pela Marvel quanto DC no cinema, finalmente aceitou fazer um longa baseado em quadrinhos.
Joaquin sempre foi relutante em entrar em projetos do gênero de super-heróis porque, segundo o próprio, não tinha encontrado um diretor que propusesse explorar mais afundo o aspecto humano de um personagem (e também porque ele não queria fazer um múltiplo contrato como ocorre nesses filmes). Mas essa história mudou ao ler o roteiro feito por Todd com Scott Silver (“O Vencedor”).
A trama que encantou Phoenix, acompanha Arthur Fleck (vivido pelo próprio), um palhaço de uma agência de talentos que almeja ser um comediante de stand-up e se apresentar no programa de seu ídolo Murray Franklin (Robert De Niro), ao mesmo tempo que precisa lidar com seus problemas neurológicos e com a cidade hostil onde vive. Tudo isso enquanto cuida sozinho da sua mãe debilitada, que sente uma estranha fixação por seu antigo patrão e agora candidato a prefeito Thomas Wayne (Brett Cullen). De modo geral, é um roteiro até modesto, mas que dava a liberdade para Joaquin construir quase como quisesse o seu Coringa, inclusive o deixando improvisar ou sugerir alguma mudança na história. Nesse aspecto, o filme lembra outro trabalho do ator: “Você Nunca Esteve Realmente Aqui” (2017). Nessa obra da diretora Lynne Ramsay, o roteiro também não é dos mais complexos, mas a direção é tão inteligente e a atuação do Joaquin é tão poderosa, que a história fica em segundo plano.
O desempenho de Joaquin Phoenix como Arthur Fleck e Coringa é digna de Oscar! Ele não precisa falar, Joaquin atua com os olhos, ombros ou até mesmo os pés. É daqueles atores que aparecem de tempos em tempos no cinema. A pureza que o seu Arthur tem me lembra de quando o ator era criança e atuava com o nome Leaf Phoenix. Já o ódio que ele exala quando comete seus primeiros crimes e, depois, quando se transforma em Coringa, é de uma natureza brutal que nem o Imperador Commodus (outro vilão famoso da carreira do ator) teria. São duas personalidades distintas, mas que se conversam e se misturam o tempo todo. O personagem não se limita a esses extremos, ele tem várias camadas, com momentos de humor, romance e tristeza. O longa talvez não tenha grandes diálogos (apesar de ótimas frases de efeitos) ou uma trama mais rebuscada, contudo dá o básico para Joaquin brilhar e Todd Phillips ousar na direção e acertar artisticamente como nunca havia conseguido antes.
O filme tem como principal inspiração clássicos de Martin Scorsese. Se em “Cães de Guerra” (2016) Todd Phillips bebeu de “Os Bons Companheiros” (1990) e “O Lobo de Wall Street” (2013), em Coringa o cineasta se concentra em “O Rei da Comédia” (1983) e “Taxi Driver” (1976). O “Touro Indomável” (1980) também parece ter sido levemente lembrado na cena do camarim do Talk-Show. É verdade que Todd não tem a mesma genialidade de Scorsese, seu filme não é completo quanto as obras-primas estreladas por De Niro (que aqui vive o apresentador Murray), lhe falta um pouco de maturidade e de cuidado para dar dinamismo (uma melhor orientação ao editor poderia ter engradecido a obra) e padrão identitário mais bem definido às suas produções. Há uma cena bem problemática que contraria ao estilo realista do filme, por exemplo. Não entrarei em spoilers, mas digamos que um diretor de um programa de tv que é ao vivo deveria ter mais habilidades para saber lidar com situações imprevistas. Mas é de se admirar a forma como Todd conduz o personagem central da trama. Em termos de análise comportamental de carácter, não há do que se reclamar. E sua obra homenageia, mas não é uma cópia de seu novo mentor, Todd consegue tirar risos de cenas tão sombrias e perturbadoras que dá um misto de sensações que surpreende e encanta o público.
A direção de arte e o figurino recriam perfeitamente uma Nova York entre o fim dos anos 70 e o inicio dos 80. Porém, é a fotografia que transforma a cidade em Gotham, que parece que saltou dos gibis. Diferente da direção de fotografia da trilogia do “O Cavaleiro das Trevas” do Nolan onde a paleta meio azulada faz da cidade um lugar que parece com qualquer outra grande metrópole modernizada do mundo real e a clareza de luz, principalmente de dia, que lembra mais a de outro centro urbano da DC (Metrópoles), Lawrence Sher cria uma cidade com cores pasteis filtradas por nuvens cinzentas que mostram o clima poluído e úmido de Gotham.
A trilha sonora também merece ser destacada. Ela casa perfeitamente com o que o personagem do Arthur/Coringa está pensando ou vivendo. Se fosse um filme mudo como o de Charles Chaplin (reverenciado no longa), no qual os personagens não falam e a música exemplifica as palavras que não podem ser ditas (ouvidas), Coringa poderia ser completamente entendido e enaltecido justamente por conta do preciso trabalho da trilha com a linguagem corporal de Joaquin Phoenix.
Em Coringa, há também críticas pontuais a nossa sociedade em geral: como a política armamentista, o bullying e a falta de empatia das pessoas umas com as outras, a negligência do estado com problemas sérios sociais, como saúde mental e pobreza. Contraditoriamente, o filme critica pessoas como o próprio diretor Todd Phillips, que parece não ter noção da gravidade de certas piadas que ele sente falta de poder fazer, como ele demonstrou na entrevista a revista Vanity Fair, ao dizer que as comédias não funcionam mais hoje por conta do medo que se tem de ofender alguém e criticou o politicamente correto. Ele certamente seria uma vítima do Coringa de Joaquin Phoenix.
Mas em uma outra declaração ao site Comic Book, Todd Phillips é certeiro quando diz que não se pode ganhar da Marvel (pelo menos não jogando o jogo que ela joga), entretanto, a Warner pode fazer filmes que a Disney não pode fazer: proibidos para menores de idade, filmes solos ou universos fechados, histórias que abordam de perto temas indigestos etc. Ou seja, filmes em que o diretor tem carta livre e não precisa se limitar devido as várias imposições e interferências do estúdio.
Claro que há consequências de sair da zona de conforto das produções feitas para a família para filmes destinados ao público adulto. A grande polêmica que está tendo em torno do novo filme da DC é sobre até onde vai a influência de um filme que não economiza na violência para retratar um vilão de quadrinhos em pessoas e jovens que são ou podem vir a ser criminosos em série. Bem, há vários filmes que funcionaram como um gatilho para muitos jovens praticarem assassinatos e outras barbaridades, assim como há jogos de videogames, músicas ou livros (o assassino de John Lennon lia e se inspirou em “O Apanhador no Campo de Centeio”, que em nada tem a ver como violência, para matar o ex-Beatle). A arte tem o poder de instigar, provocar e influenciar, mas ela não pode ser censurada simplesmente por mostrar, por mais duro que possa ser, os horrores da nossa sociedade. E apesar do niilismo abundante existente no filme, a intenção de Coringa é criticar estruturas dominantes e a falta de compaixão das pessoas, e não de vangloriar ou justificar a barbárie.
E apesar das polêmicas, Coringa é um excelente estudo de personagem. Nuances de construção e evolução do personagem de Arthur para Coringa estão minuciosamente expostas. Talvez o longa tenha se prejudicado por focar demais no protagonista e não dar a mesma atenção ao resto do filme, mas inegavelmente Todd e Joaquin captaram o espírito do palhaço Príncipe do Crime e de Gotham e dão ao cinema um dos melhores filmes do gênero de super-herói, sem precisar de super efeitos especiais ou cair no erro de transformar um vilão em um herói ou anti-herói.
Sam Elliott (interpretando o irmão mais velho do personagem de Bradley Cooper) é a melhor coisa do filme. Gaga, Cooper (como ator e como diretor) tem seus momentos, mas Elliott é quem faz Nasce Uma Estrela ser levado a sério.
Tão sensível quanto chocante. Não achei parecido com Drive como alguns disseram. A única coisa parecida é o martelo. De resto, o filme bebe da fonte original: Taxi Driver. O filme tem 3 grandes destaques: Joaquin Phoenix, um MONSTRO (acredito q possa ser indicado ao Oscar)! A direção da Lynne Ramsay, que sai totalmente do óbvio, do clichê. Uma sensibilidade formidável em reproduzir uma dura violência sem exaltá-la. E a trilha do Jonny Greenwood, que conduz o filme e tem um importante papel aqui, já que o roteiro não é o forte (a trilha ajuda a engradecer a atuação do Joaquin e ajuda a sintonizar a dor do personagem com o público). .
Frances McDormand vai ganhar um Oscar por fazer ela mesma? Sério? Pra mim a melhor atuação feminista de 2017 é da Vicky Krieps (Trama Fantasma). Sam Rockwell rouba o show. Está INCRÍVEL! Finalmente está tendo o reconhecimento que sempre mereceu. Abbie Cornish é uma atriz muito subestimada. Nunca vou entender porque ela não decolou. O roteiro tem muita reviravoltas que funcionam muito bem. Mas enquanto ao humor, só funciona realmente com o Rockwell. As demais piadas soam forçadas. O plano sequência do "voo pela janela" é maravilhoso. Enfim, é um bom filme. Porém, só os Coen sabem fazer um filme Coen.
Uma indicação ao Oscar às vezes pode ser uma faca de dois gumes. Se por um lado divulga um filme que poucos iriam assistir; por outro, a grande exposição traz um público completamente alienado. Não é uma crítica (não sou elitista), é apenas uma constatação.
Greta deu uma kibada legal em Margaret. Apesar de ser um apanhado de vários filmes (Meninas Malvadas e Boyhood tbm),.é uma boa comédia. Os destaques pra mim são o Lucas Hedges e do olhar perceptível feminino na direção da Greta. O resto é Margaret.
Acho uma tremenda injustiça Daniel Day-Lewis e Lesley Manville terem sido indicados ao Oscar e a Vicky Krieps não. Ela é a Alma(rs) do filme. Finalmente um filme do Paul Thomas Anderson que é protagonizado, de fato, por uma mulher. Trama Fantasma é quase um misto de O Mestre e Embriagado de Amor. Lindo, mas não tão bom quanto essas duas outras obras de PTA. E Reynolds Woodcock é um Daniel Plainview (sangue negro) mimado e inseguro. Day-Lewis está ótimo como de costume, embora esta não seja uma de suas melhores atuações. A trilha-sonora do Jonny Greenwood é excelente, mas foi a que menos gostei da parceria com Anderson. Pretendo ver no cinema para saborear melhor o cogu... digo, filme.
É um daqueles filmes que te pega, te sacode todo e te deixa no bagaço para refletir sobre a vida.
Do mesmo diretor de manchester a beira-mar, tem a mesma pegada trágica-familiar do filme com o casey, mas é contado de forma cronológica e em um curto espaço de tempo. é estrelado pela anne pasquin e tem um elenco de apoio maravilhoso. pasquin alterna entre a perfeição e o overacting, mas no fim, ela compensa todas as possíveis falhas. dos coadjuvantes, eu destaco o mark ruffalo e o matt damon. os 2 não devem ter 10 minutos de tela; isso não é um problema. seus personagens são bem desenvolvidos. o ruffalo tem uma atuação q eu considero marcante. uma de suas melhores. transborda sentimentos com o olhar. o papel do matt pode parecer meio sem sal, mas quando se lembra que o personagem parece um final cruel para o "gênio indomável", surgi um ouro.
kenneth lonergan é um poeta escrevendo. eu teria chorado se tivesse lido esse roteiro. como diretor, ele não tinha a mesma maturidade do que em manchester. são 3 horas de filme q não são bem preenchidos. ter focado tbm em uma trama da mãe da Lisa (pasquin) com o jean reno não agrega tanta valor quanto a história da sua filha, apesar de ser importante para o final do filme. não sei dizer se um corte de meia, uma hora faria Margaret ficar melhor ou pior, não me incomodei de fato, só acho q a obra com ctz teria ganhado mais atenção se fosse mais curto. mas vale a muito a pena ver essas 3 horas. o inicio é terrivelmente bom e o final tem uma catarse FODA.
"Me Chame Pelo Seu Nome não é um filme gay, é um filme universal. A temática homossexual serve muito mais como um pano de fundo para a história do que como uma pauta central. Para quem espera algo mais politizado ou contextualizado, será surpreendido, mas dificilmente sairá decepcionado" Leia a minha crítica completa: http://raciocinema.com.br/critica-me-chame-pelo-seu-nome/
Bom filme! É uma versão mais realista e menos poética dos Excentricos Tenenbaums. Dustin Hoffman está excepcional. Adam Sandler DESAPARECE no papel de Danny. Melhor atuação dele desde Punch-Drunk Love. O cara sabe atuar quando é guiado por um bom diretor. E o Ben Sttiler está em seu melhor papel dramático.
Melhor filme que vi até agora nesse ano. Pena que o estilo do Gray talvez seja muito estranho para a academia do oscar, pois acho que a obra merecia indicações a melhor filme, direção, fotografia e design de produção. Dependendo da concorrência, até melhor ator. Só não gostei da forma mostraram o envelhecimento de alguns personagens. Uns usavam maquiagens bem malfeitas, outros estavam iguais como estavam 20 anos atrás. Outro coisa que me incomodou foi a primeira tribo de índios que Fawcett e seu grupo encontraram. Por que diabos
os nativos falavam português se eles (pelo o que deu a entender) nunca tiveram contato com homens brancos? A tribo da fase final já era mais fiel e falava algum dialeto indígena.
Curiosidade: muitos ufólogos acreditam que a cidade perdida z existiu e foi completamente abduzida por extra-terrestres.
Este é um filme para passar nas escolas brasileiras. É muito bonito a forma como os índios são retratados. Eles não são inferiores a nós, na verdade, em vários aspectos, são mais civilizados do que os europeus e seus descendentes.
Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa
3.4 1,4KMelhor que Aquaman, Liga da Justiça, Batman vs Superman e esquadrão suicida.
O Mestre
3.7 1,0K Assista AgoraTá aparecendo em uma porrada de listas de Melhores Filmes da Década de revistas e sites de cinema prestigiados
Mas quem tá certo mesmo é o usuário do filmow
Ad Astra: Rumo às Estrelas
3.3 849 Assista AgoraQuem acha Interestelar uma obra-prima vai detestar Ad Astra.
FILMAÇO!
Coringa
4.4 4,1K Assista AgoraTodd Phillips que me perdoe, mas se dependesse de sua filmografia, dificilmente a Warner Bros. contrataria o diretor da trilogia “Se Beber, Não Case!” para comandar um filme solo do Coringa. Mas há 3 fatores cruciais que explicam o porquê do estúdio ter optado pelo cineasta:
1. Todd teve uma ideia simples, mas até então não pensada: fazer um estudo de personagem sobre o arquirrival do Batman com uma pegada mais dramática e com uma produção de baixo orçamento, fugindo de CGI e de telas verdes.
2. Todd e Bradley Cooper, ambos produtores de Coringa, estavam com crédito com a WB devido ao resultado bastante positivo de “Nasce Uma Estrela” (2018), que contou com a produção de Joint Effort, produtora dos dois parceiros.
3. E, por último, mas talvez mais importante motivo, a adesão de um ator do calibre do Joaquin Phoenix. A estrela que era um dos nomes de Hollywood mais cobiçados tanto pela Marvel quanto DC no cinema, finalmente aceitou fazer um longa baseado em quadrinhos.
Joaquin sempre foi relutante em entrar em projetos do gênero de super-heróis porque, segundo o próprio, não tinha encontrado um diretor que propusesse explorar mais afundo o aspecto humano de um personagem (e também porque ele não queria fazer um múltiplo contrato como ocorre nesses filmes). Mas essa história mudou ao ler o roteiro feito por Todd com Scott Silver (“O Vencedor”).
A trama que encantou Phoenix, acompanha Arthur Fleck (vivido pelo próprio), um palhaço de uma agência de talentos que almeja ser um comediante de stand-up e se apresentar no programa de seu ídolo Murray Franklin (Robert De Niro), ao mesmo tempo que precisa lidar com seus problemas neurológicos e com a cidade hostil onde vive. Tudo isso enquanto cuida sozinho da sua mãe debilitada, que sente uma estranha fixação por seu antigo patrão e agora candidato a prefeito Thomas Wayne (Brett Cullen).
De modo geral, é um roteiro até modesto, mas que dava a liberdade para Joaquin construir quase como quisesse o seu Coringa, inclusive o deixando improvisar ou sugerir alguma mudança na história. Nesse aspecto, o filme lembra outro trabalho do ator: “Você Nunca Esteve Realmente Aqui” (2017). Nessa obra da diretora Lynne Ramsay, o roteiro também não é dos mais complexos, mas a direção é tão inteligente e a atuação do Joaquin é tão poderosa, que a história fica em segundo plano.
O desempenho de Joaquin Phoenix como Arthur Fleck e Coringa é digna de Oscar! Ele não precisa falar, Joaquin atua com os olhos, ombros ou até mesmo os pés. É daqueles atores que aparecem de tempos em tempos no cinema. A pureza que o seu Arthur tem me lembra de quando o ator era criança e atuava com o nome Leaf Phoenix. Já o ódio que ele exala quando comete seus primeiros crimes e, depois, quando se transforma em Coringa, é de uma natureza brutal que nem o Imperador Commodus (outro vilão famoso da carreira do ator) teria. São duas personalidades distintas, mas que se conversam e se misturam o tempo todo. O personagem não se limita a esses extremos, ele tem várias camadas, com momentos de humor, romance e tristeza.
O longa talvez não tenha grandes diálogos (apesar de ótimas frases de efeitos) ou uma trama mais rebuscada, contudo dá o básico para Joaquin brilhar e Todd Phillips ousar na direção e acertar artisticamente como nunca havia conseguido antes.
O filme tem como principal inspiração clássicos de Martin Scorsese. Se em “Cães de Guerra” (2016) Todd Phillips bebeu de “Os Bons Companheiros” (1990) e “O Lobo de Wall Street” (2013), em Coringa o cineasta se concentra em “O Rei da Comédia” (1983) e “Taxi Driver” (1976). O “Touro Indomável” (1980) também parece ter sido levemente lembrado na cena do camarim do Talk-Show. É verdade que Todd não tem a mesma genialidade de Scorsese, seu filme não é completo quanto as obras-primas estreladas por De Niro (que aqui vive o apresentador Murray), lhe falta um pouco de maturidade e de cuidado para dar dinamismo (uma melhor orientação ao editor poderia ter engradecido a obra) e padrão identitário mais bem definido às suas produções. Há uma cena bem problemática que contraria ao estilo realista do filme, por exemplo. Não entrarei em spoilers, mas digamos que um diretor de um programa de tv que é ao vivo deveria ter mais habilidades para saber lidar com situações imprevistas. Mas é de se admirar a forma como Todd conduz o personagem central da trama. Em termos de análise comportamental de carácter, não há do que se reclamar. E sua obra homenageia, mas não é uma cópia de seu novo mentor, Todd consegue tirar risos de cenas tão sombrias e perturbadoras que dá um misto de sensações que surpreende e encanta o público.
A direção de arte e o figurino recriam perfeitamente uma Nova York entre o fim dos anos 70 e o inicio dos 80. Porém, é a fotografia que transforma a cidade em Gotham, que parece que saltou dos gibis. Diferente da direção de fotografia da trilogia do “O Cavaleiro das Trevas” do Nolan onde a paleta meio azulada faz da cidade um lugar que parece com qualquer outra grande metrópole modernizada do mundo real e a clareza de luz, principalmente de dia, que lembra mais a de outro centro urbano da DC (Metrópoles), Lawrence Sher cria uma cidade com cores pasteis filtradas por nuvens cinzentas que mostram o clima poluído e úmido de Gotham.
A trilha sonora também merece ser destacada. Ela casa perfeitamente com o que o personagem do Arthur/Coringa está pensando ou vivendo. Se fosse um filme mudo como o de Charles Chaplin (reverenciado no longa), no qual os personagens não falam e a música exemplifica as palavras que não podem ser ditas (ouvidas), Coringa poderia ser completamente entendido e enaltecido justamente por conta do preciso trabalho da trilha com a linguagem corporal de Joaquin Phoenix.
Em Coringa, há também críticas pontuais a nossa sociedade em geral: como a política armamentista, o bullying e a falta de empatia das pessoas umas com as outras, a negligência do estado com problemas sérios sociais, como saúde mental e pobreza. Contraditoriamente, o filme critica pessoas como o próprio diretor Todd Phillips, que parece não ter noção da gravidade de certas piadas que ele sente falta de poder fazer, como ele demonstrou na entrevista a revista Vanity Fair, ao dizer que as comédias não funcionam mais hoje por conta do medo que se tem de ofender alguém e criticou o politicamente correto. Ele certamente seria uma vítima do Coringa de Joaquin Phoenix.
Mas em uma outra declaração ao site Comic Book, Todd Phillips é certeiro quando diz que não se pode ganhar da Marvel (pelo menos não jogando o jogo que ela joga), entretanto, a Warner pode fazer filmes que a Disney não pode fazer: proibidos para menores de idade, filmes solos ou universos fechados, histórias que abordam de perto temas indigestos etc. Ou seja, filmes em que o diretor tem carta livre e não precisa se limitar devido as várias imposições e interferências do estúdio.
Claro que há consequências de sair da zona de conforto das produções feitas para a família para filmes destinados ao público adulto. A grande polêmica que está tendo em torno do novo filme da DC é sobre até onde vai a influência de um filme que não economiza na violência para retratar um vilão de quadrinhos em pessoas e jovens que são ou podem vir a ser criminosos em série. Bem, há vários filmes que funcionaram como um gatilho para muitos jovens praticarem assassinatos e outras barbaridades, assim como há jogos de videogames, músicas ou livros (o assassino de John Lennon lia e se inspirou em “O Apanhador no Campo de Centeio”, que em nada tem a ver como violência, para matar o ex-Beatle). A arte tem o poder de instigar, provocar e influenciar, mas ela não pode ser censurada simplesmente por mostrar, por mais duro que possa ser, os horrores da nossa sociedade. E apesar do niilismo abundante existente no filme, a intenção de Coringa é criticar estruturas dominantes e a falta de compaixão das pessoas, e não de vangloriar ou justificar a barbárie.
E apesar das polêmicas, Coringa é um excelente estudo de personagem. Nuances de construção e evolução do personagem de Arthur para Coringa estão minuciosamente expostas. Talvez o longa tenha se prejudicado por focar demais no protagonista e não dar a mesma atenção ao resto do filme, mas inegavelmente Todd e Joaquin captaram o espírito do palhaço Príncipe do Crime e de Gotham e dão ao cinema um dos melhores filmes do gênero de super-herói, sem precisar de super efeitos especiais ou cair no erro de transformar um vilão em um herói ou anti-herói.
Nota: 9/10.
Minha crítica postada no site Legado Plus
Capitã Marvel
3.7 1,9K Assista AgoraNo quesito filme solo de super-heroina, a DC vai continuar na frente. Capitã Marvel é do nível do 1o Thor.
Os Irmãos Sisters
3.5 105Faroeste formidável com um elenco primoroso!
Bohemian Rhapsody
4.1 2,2K Assista AgoraNo quesito "homenagear a banda": 10
No quesito "compromisso com a 7a arte": 6
Dou 7 pela atuação do Rami
Nasce Uma Estrela
4.0 2,4K Assista AgoraSam Elliott (interpretando o irmão mais velho do personagem de Bradley Cooper) é a melhor coisa do filme. Gaga, Cooper (como ator e como diretor) tem seus momentos, mas Elliott é quem faz Nasce Uma Estrela ser levado a sério.
Venom
3.1 1,4K Assista AgoraSou bem crítico com filmes
Achei que Venom era uma bomba
Mas não é
Filme bem divertido
Na espera da sequência
Vício Inerente
3.5 554 Assista AgoraCoringa x Thanos
Vingadores: Guerra Infinita
4.3 2,6K Assista AgoraThor e Star-Lord são os donos do filme.
Você Nunca Esteve Realmente Aqui
3.6 521 Assista AgoraTão sensível quanto chocante.
Não achei parecido com Drive como alguns disseram. A única coisa parecida é o martelo. De resto, o filme bebe da fonte original: Taxi Driver.
O filme tem 3 grandes destaques:
Joaquin Phoenix, um MONSTRO (acredito q possa ser indicado ao Oscar)!
A direção da Lynne Ramsay, que sai totalmente do óbvio, do clichê. Uma sensibilidade formidável em reproduzir uma dura violência sem exaltá-la.
E a trilha do Jonny Greenwood, que conduz o filme e tem um importante papel aqui, já que o roteiro não é o forte (a trilha ajuda a engradecer a atuação do Joaquin e ajuda a sintonizar a dor do personagem com o público). .
Mãe!
4.0 3,9K Assista AgoraSó brasileiro mesmo para pagar pau pra esse filme.
A Forma da Água
3.9 2,7KÉ bom e tal, mas vou torcer para que não vença melhor filme e nem mrlhor diretor no Oscar. Não é nada memorável (diferente de O Labirinto do Fauno).
Três Anúncios Para um Crime
4.2 2,0K Assista AgoraFrances McDormand vai ganhar um Oscar por fazer ela mesma? Sério?
Pra mim a melhor atuação feminista de 2017 é da Vicky Krieps (Trama Fantasma).
Sam Rockwell rouba o show. Está INCRÍVEL! Finalmente está tendo o reconhecimento que sempre mereceu.
Abbie Cornish é uma atriz muito subestimada. Nunca vou entender porque ela não decolou.
O roteiro tem muita reviravoltas que funcionam muito bem. Mas enquanto ao humor, só funciona realmente com o Rockwell. As demais piadas soam forçadas.
O plano sequência do "voo pela janela" é maravilhoso.
Enfim, é um bom filme. Porém, só os Coen sabem fazer um filme Coen.
Trama Fantasma
3.7 803 Assista AgoraUma indicação ao Oscar às vezes pode ser uma faca de dois gumes. Se por um lado divulga um filme que poucos iriam assistir; por outro, a grande exposição traz um público completamente alienado.
Não é uma crítica (não sou elitista), é apenas uma constatação.
Lady Bird: A Hora de Voar
3.8 2,1K Assista AgoraGreta deu uma kibada legal em Margaret.
Apesar de ser um apanhado de vários filmes (Meninas Malvadas e Boyhood tbm),.é uma boa comédia.
Os destaques pra mim são o Lucas Hedges e do olhar perceptível feminino na direção da Greta. O resto é Margaret.
Trama Fantasma
3.7 803 Assista AgoraAcho uma tremenda injustiça Daniel Day-Lewis e Lesley Manville terem sido indicados ao Oscar e a Vicky Krieps não. Ela é a Alma(rs) do filme. Finalmente um filme do Paul Thomas Anderson que é protagonizado, de fato, por uma mulher.
Trama Fantasma é quase um misto de O Mestre e Embriagado de Amor. Lindo, mas não tão bom quanto essas duas outras obras de PTA.
E Reynolds Woodcock é um Daniel Plainview (sangue negro) mimado e inseguro. Day-Lewis está ótimo como de costume, embora esta não seja uma de suas melhores atuações.
A trilha-sonora do Jonny Greenwood é excelente, mas foi a que menos gostei da parceria com Anderson.
Pretendo ver no cinema para saborear melhor o cogu... digo, filme.
Thor: Ragnarok
3.7 1,9K Assista AgoraAcho que é o melhor filme da marvel (sim, já vi todos da franquia).
Margaret
2.9 175É um daqueles filmes que te pega, te sacode todo e te deixa no bagaço para refletir sobre a vida.
Do mesmo diretor de manchester a beira-mar, tem a mesma pegada trágica-familiar do filme com o casey, mas é contado de forma cronológica e em um curto espaço de tempo. é estrelado pela anne pasquin e tem um elenco de apoio maravilhoso. pasquin alterna entre a perfeição e o overacting, mas no fim, ela compensa todas as possíveis falhas. dos coadjuvantes, eu destaco o mark ruffalo e o matt damon. os 2 não devem ter 10 minutos de tela; isso não é um problema. seus personagens são bem desenvolvidos. o ruffalo tem uma atuação q eu considero marcante. uma de suas melhores. transborda sentimentos com o olhar. o papel do matt pode parecer meio sem sal, mas quando se lembra que o personagem parece um final cruel para o "gênio indomável", surgi um ouro.
kenneth lonergan é um poeta escrevendo. eu teria chorado se tivesse lido esse roteiro. como diretor, ele não tinha a mesma maturidade do que em manchester. são 3 horas de filme q não são bem preenchidos. ter focado tbm em uma trama da mãe da Lisa (pasquin) com o jean reno não agrega tanta valor quanto a história da sua filha, apesar de ser importante para o final do filme. não sei dizer se um corte de meia, uma hora faria Margaret ficar melhor ou pior, não me incomodei de fato, só acho q a obra com ctz teria ganhado mais atenção se fosse mais curto. mas vale a muito a pena ver essas 3 horas. o inicio é terrivelmente bom e o final tem uma catarse FODA.
Me Chame Pelo Seu Nome
4.1 2,6K Assista Agora"Me Chame Pelo Seu Nome não é um filme gay, é um filme universal. A temática homossexual serve muito mais como um pano de fundo para a história do que como uma pauta central. Para quem espera algo mais politizado ou contextualizado, será surpreendido, mas dificilmente sairá decepcionado"
Leia a minha crítica completa:
http://raciocinema.com.br/critica-me-chame-pelo-seu-nome/
Os Meyerowitz: Família Não se Escolhe (Histórias Novas e Selecionadas)
3.4 257 Assista AgoraBom filme! É uma versão mais realista e menos poética dos Excentricos Tenenbaums.
Dustin Hoffman está excepcional.
Adam Sandler DESAPARECE no papel de Danny. Melhor atuação dele desde Punch-Drunk Love. O cara sabe atuar quando é guiado por um bom diretor.
E o Ben Sttiler está em seu melhor papel dramático.
Momentos mais engraçados do filme:
Cena do taco de sinuca.
Cena do vídeo da filha do Danny.
Danny tocando piano com sua filha.
Matthew discursando após brigar com o irmão.
Z: A Cidade Perdida
3.4 320 Assista AgoraMelhor filme que vi até agora nesse ano.
Pena que o estilo do Gray talvez seja muito estranho para a academia do oscar, pois acho que a obra merecia indicações a melhor filme, direção, fotografia e design de produção. Dependendo da concorrência, até melhor ator.
Só não gostei da forma mostraram o envelhecimento de alguns personagens. Uns usavam maquiagens bem malfeitas, outros estavam iguais como estavam 20 anos atrás. Outro coisa que me incomodou foi a primeira tribo de índios que Fawcett e seu grupo encontraram. Por que diabos
os nativos falavam português se eles (pelo o que deu a entender) nunca tiveram contato com homens brancos? A tribo da fase final já era mais fiel e falava algum dialeto indígena.
Curiosidade: muitos ufólogos acreditam que a cidade perdida z existiu e foi completamente abduzida por extra-terrestres.
Este é um filme para passar nas escolas brasileiras. É muito bonito a forma como os índios são retratados. Eles não são inferiores a nós, na verdade, em vários aspectos, são mais civilizados do que os europeus e seus descendentes.
Barton Fink, Delírios de Hollywood
4.0 174 Assista AgoraA primeira obra-prima dos Coen