Claudio Marcio de Souza

Se esse filme fosse lançado há uns 20 anos atrás, seria um tremendo sucesso. Hoje, o pseudo puristas e neo moralistas não aceitam o conteúdo por condenar a estética. Triste.

Existem muitas e muitas versões de Frankenstein no cinema, mas a maioria falha em um ponto específico: a profundidade da relação entre o criador e a criatura. Nessa minissérie, entre várias falhas (talvez a maior delas seja a escalação do ator que faz o jovem protagonista, com muitas expressões exageradas), pelo menos nessa relação que comentei, ele acerta em cheio. Tudo é construído sem pressa ao longo dos episódios, para culminar na impactante cena final do último episódio.

A história trágica do morto trazido de volta a vida, somente para se reencontrar com o pior do ser humano, é recontada com muito empenho aqui. A música e a fotografia também ajudam muito o desenrolar da trama e compensa os pontos fracos da série, como algumas atuações, facilitações de roteiro e diferenças culturais que nos trazem alguma estranheza.

"Robotchka"
Fui assistir pela atriz e as notas dadas ao filme. Não gostei muito, acho que o personagem da Ninotchka foi muito mal escrito, dando a ela uma personalidade bidimensional, estereotipada, e que muda repentinamente após um simples tombo do outro, seu "par romântico" (a propósito, achei os dois sem química nenhuma). Fora isso, o longa entretém.