Rafael

Vou fazer uma resenha sem spoilers porque to sem nada pra fazer hoje.

Bom, o filme conta a história de Billy Batson, um garoto de 14 anos de idade que recebeu o poder de se transformar em um super-herói adulto através de um mago antigo. Sua transformação só ocorre quando ele grita seu nome de herói: “Shazam”, e com isso surge uma grande responsabilidade em suas mãos, que terá que aprender a controlar seus poderes. Com a chegada do vilão Dr Sivana e suas forças demoníacas, o protagonista vai ter que aprender a ser um super-herói de verdade o quanto antes, e seu novo amigo Freddy vai ajudá-lo nessa tarefa que não será nada fácil. Essa é basicamente a história central do filme que também se concentra no drama pessoal do protagonista em relação a busca por sua mãe biológica.

O filme consegue trazer momentos cômicos e sabe dosar a dramaticidade com comédia na medida certa. A grande ação do filme acontece só no final, mas ela tem seus momentos em algumas cenas durante o filme. O drama vai por conta do histórico do protagonista de ser um garoto órfão à procura de sua mãe biológica. Se ela está viva ou morta e o motivo de Billy ser órfão é revelado mais adiante com o passar da trama. A revelação pode até surpreender alguns, já que é uma causa que nem o próprio garoto imaginava. A forma como é mostrado os últimos momentos com sua mãe ajudam a confundir e enganar o espectador quando chega na hora da revelação. A parte principal do enredo sabe mesclar bem com essa subtrama, que é essencial para o desenvolvimento do personagem e sua relação com sua família adotiva. A parte cômica fica por conta de sua versão adulta, que garante altas risadas para quem entende de referências, e claro, com a ajuda da atuação de Zachary Levi, que sabe dar um humor divertido nas cenas. O vilão Dr Sivana, que é interpretado por Mark Strong, dá um tom exagerado e clichê para seu personagem. Entre “vilão raiz” e “vilão Nutella”, o primeiro se aplica bem nesse filme. Dr Sivana é tudo o que um vilão de quadrinhos de super-herói pode ser: malvado com propósitos óbvios e clichê.

As cenas de ação entre Shazam e Sivana não chegam a ser grandiosas, mas são bem executadas com efeitos simples. Alguns podem se incomodar com os efeitos dos monstros controlados pelo vilão, mas não na aparência visual, e sim na forma como eles falam. Enquanto os monstros se comunicam, suas bocas não fazem nenhum movimento. Apesar disso parecer mal feito, esse estilo combina com o propósito do longa que é apresentar um enredo simples com efeitos simples. A grande surpresa está no final no qual pode deixar o espectador entusiasmado e fazer com que ele saia do cinema satisfeito após o filme. O ponto negativo que o filme presenta é o fato da incoerência na atuação dramática e séria de Asher Ange como um garoto órfão que perdeu sua mãe com a atuação abobada e desajeitada de Zachary Levi como Shazam. Por mais que o ator mirim saiba interpretar bem o drama de seu personagem de 14 anos, ele não consegue mostrar a personalidade da sua versão adulta. É como se fosse dois personagens diferentes. Um erro de direção que podia ser consertado. Excluindo essa falha, o filme possui boas atuações. A família adotiva de Billy consegue trazer empatia e carisma. O destaque vai para Jack Dylan Grazer, que interpreta o amigo e irmão adotivo de Billy de uma forma bem divertida.

Shazam! não é um filme épico e nem grandioso, mas ganha a simpatia com sua trama simples, divertida e com piadas que funcionam. É um filme que tem o tema família enraizado em sua trama, e como tal tema, é perfeito para assistir na companhia do filho, da filha, do irmão, de quem quiser. Para mim foi uma experiência que valeu a pena.

ta pra nascer pessoa que conseguiu nao se agoniar com

O roteiro foi mal executado nesse filme. Colocaram muitas cenas de ação pra agradar a maioria e esqueceram de acrescentar uma história envolvente, que fizesse nos aproximar dos personagens. Me decepcionei, esperava mais.