Raiane

Hauntingly beautiful.

O sentimento de impotência reina; não há salvação possível naquele mundo cinza e úmido. O verde se perde na pedreira, a esperança que sobra é pouca. O último diálogo do filme é curto, mas diz tanto, machuca:

A pequena: "Para onde vamos?"
Gwen: "Procurar o papai".

Quando não há mais nada que esperar, elas agarraram esperanças vazias.

Filme de destaque!

VAI TER UNS SPOILERS, mas não precisa parar de ler meu comentário só por isso, já que talvez ele te convença a não assistir "Starfish"; logo, quem liga pros spoilers?

"Starfish" vai entrar na minha lista dos piores que já vi na minha vida. O inicio é quase promissor, mas o filme se estende por muito tempo, avança de forma lenta; tem pouco para contar, leva muito tempo repetindo o mesmo ciclo: ela faz algo normal (tipo cagar; sim, tem duas cenas para mostrar ela na privada), foge de monstros, se teletransporta, pensa numa cena do passado (é a mesma sempre, só varia nos minutos finais do filme), foge dos monstros, caga, pensa na mesma cena do passado, se teletransporta, come alguma coisa... Uma enrolação. Filme entediante e pretensioso, que no fim comunica pouco.

A melhor amiga dela morreu e os delírios que ela tem (seres de outra dimensão invadiram a terra, mataram todo mundo, ela é a lenda) falam da sensação de abandono que a domina; ela sente como se fosse a ultima pessoa da terra. A ideia poderia ser legal, caso fosse um curta metragem (talvez).

Para piorar, tem uns diálogos bem ruinzinhos, ex: "Você só pode fazer alguém feliz caso seja feliz", diz a amiga dela que morreu (a protagonista está delirando), dai a viva responde "mas e se fazer outra pessoa feliz for o que me deixa feliz?", dai a defunta "seja feliz". Esse é o tipo de diálogo que me faz ficar feliz pelo fato de que o filme quase não tem falas.

Filme de destaque negativo, mas destaque.

Uma palavra: dreamlike.
Por vezes, os acontecimentos do filme parecem infundados, beirando o absurdo, por exemplo: um peixe se transforma em garotinha humana, e ninguém demonstra surpresa ou estranhamento? Vários acontecimentos fantásticos passam como situações do dia-a-dia aos olhos dos moradores da pequena vila à beira mar que é palco da história.
Mas isso não é um defeito, no caso de "Ponyo": essa adorável irracionalidade torna o filme semelhante a um sonho, e vocês sabem como é estar em um: enquanto acontece, tudo é lindo, tudo faz sentido, mesmo que te deixe confuso ao acordar. Ponyo é como um sonho de criança. Filme de dar quentinho no coração.