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Últimas opiniões enviadas

  • André

    A propaganda brasileira não depende de dinheiro público para existir e todo ano é aclamada em Cannes.
    O Festival de Publicidade de Cannes, mais importante premiação da propaganda do mundo que acontece em junho, consagra anualmente a qualidade da nossa propaganda há décadas. Só no ano passado foram 108 Leões (18 de ouro, 34 de prata, 55 de bronze), além do inédito Grand Prix de Filme Publicitário do ano conquistado pela agência F/Nazca S&S.
    Washington Olivetto, Nizan Guanaes, Marcelo Serpa, Fabio Fernandes, José Henrique Borghi, entre muitos outros, são reconhecidos como criadores de algumas das melhores campanhas publicitárias da história. O Brasil faz parte do primeiro mundo da propaganda e é um dos seus líderes indiscutivelmente.
    Já no Festival de Cinema de Cannes, que acontece em maio, a história é outra. A única vez que um longa-metragem do país dos 11 milhões de desempregados venceu a Palma de Ouro foi em 1962 com "O Pagador de Promessas", a despeito dos bilhões do contribuinte jorrados em "cultura" desde sempre.
    No Festival de Cinema de Cannes deste ano, o Brasil protagonizou um duplo vexame: subcelebridades imposto-afetivas fizeram um protesto pavoroso, embusteiro e grotesco pedindo a volta da presidente afastada constitucionalmente e seu filme, "Aquarius", não ganhou nada na premiação. Sonia Braga saiu do festival como uma Gretchen do cinema, um antigo símbolo sexual transformado em constrangimento público na velhice.
    A Ancine autorizou às vésperas da votação do afastamento da presidente que os produtores de "Aquarius" captassem R$ 2,7 milhões pela Lei do Audiovisual, ainda mais generosa que a Lei Rouanet porque permite a renúncia fiscal para 100% dos custos de produção. Kleber Mendonça Filho, diretor do filme, tem um cargo comissionado do MEC desde 1998. Ele é o coordenador das salas de cinema da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) em Recife.
    A propaganda brasileira que não vive de dinheiro público é reconhecida como uma das melhores e mais premiadas do mundo, já a cultura que chora por ministério e sinecuras é irrelevante. Não é coincidência.

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  • André

    Para cada real que um homem ganha trabalhando, uma mulher recebe 74 centavos.

    Esse foi o resultado de uma pesquisa demográfica do IBGE publicada no final do ano passado. Segundo os dados revelam, a renda média de um homem brasileiro é de R$ 1.522, contra R$ 1.123 das mulheres.

    É uma boa diferença, que tem persistido nos números do IBGE há diversos anos e vem sendo usada como argumento para defender reformas salariais e até motivou a criação da Lei 6393/09, aprovada em 2012, que prevê multas para empresas que pagarem salários diferentes para funcionários de gêneros diferentes que realizam o mesmo trabalho.

    Mas, essa análise da realidade esconde diversos problemas estatísticos.

    A própria experiência da Lei citada anteriormente revela um pouco dessa realidade: em 2011, a diferença entre salários era de 72,3% – um número que não sofreu grandes alterações, mesmo após a aprovação da medida. Outro dado interessante que ajuda a entender porque essa diferença entre salários necessita de análises mais aprofundadas, foi uma pesquisa sobre a inserção da mulher no mercado de trabalho conduzida em 2011 pelo próprio IBGE.

    No estudo, os pesquisadores demonstraram que, enquanto os homens trabalhavam uma média de 43 horas semanais, as mulheres dedicavam 39 horas da semana nessas atividades. Até mesmo no serviço doméstico a diferença era perceptível: homens trabalhavam 43 horas, enquanto as mulheres, 36. Mesmo as mulheres graduadas trabalhavam menos horas por semana, apesar de existir uma tendência de diminuição no número de horas trabalhadas à medida que a escolaridade entre os gêneros aumentava.

    Esta pesquisa, em especial, demonstra como a diferença salarial está ligada a diversos fatores, além do gênero em si, que influenciam diretamente nos ganhos individuais e na produtividade.

    A desigualdade entre a renda de cada sexo, no entanto, não é uma “jabuticaba”. Existe em outros países e já foi analisada partindo de diversas perspectivas.

    Os Estados Unidos, por exemplo, mesmo tendo uma renda per capita cerca de 4 vezes maior que a brasileira, apresenta uma taxa similar: cada mulher na terra do tio Sam ganha 77% a renda de um homem, segundo a estatística oficial do país. Mas existem grandes variações entre os estados. Enquanto a diferença é de 66% na Louisiana, no Distrito de Columbia é de somente 91%. Seria a localização?

    Definitivamente, não. A Louisiana faz divisa com Mississippi, Texas e Arkansas, estados onde a diferença de salários entre os sexos alcança 77%, 79% e 77%, respectivamente. Já o Arizona, um dos estados mais igualitários, onde a taxa é de 84%, é vizinho do Colorado e de Utah, onde as índices atingem 80% e 70%. Utah, por exemplo, continua sendo o 4º estado mais desigual, apesar da proximidade com o Arizona.

    Para Christina Hoff Sommers, colunista do jornal Daily Beast, as diferenças que vemos nos dados devem-se às carreiras seguidas pelas pessoas de ambos os sexos, que procuram campos de atuação distintos. Ela cita, por exemplo, um artigo do Washington Post sobre o assunto, que revela alguns dados relevantes sobre o tema:

    Primeiramente, a diferença entre salários, o wage gap, varia conforme a metodologia utilizada. Se na pesquisa conduzida pela Casa Branca, que utilizou os ganhos anuais como forma de entender quanto cada sexo ganhava, a diferença ficou em 23 centavos (ou seja, mulheres ganhando 77% do salário de um homem), uma pesquisa do Escritório de Estatísticas Trabalhistas, baseada na remuneração semanal, mostrou um gap de 19 centavos (ou 81%), enquanto uma outra análise do mesmo instituto, usando dados da remuneração por hora, encontrou uma diferença de somente 14 centavos (86%).

    Como Sommers explica, nos Estados Unidos, as mulheres tendem a trabalhar menos horas do que os homens, algo similar ao que ocorre no Brasil, e que muito provavelmente interferiu nesses números.

    Sommers também cita uma pesquisa conduzida pelo Departamento de Trabalho dos Estados Unidos em parceria com a CONSAD Research, que encontrou estatísticas bem diferentes.

    Neste estudo, os pesquisadores se ativeram em controlar diversas variáveis que especulava-se estarem interferindo nas diferenças registradas pelos outros institutos. Posição profissional, experiência, ocupação, tempo trabalhado e outros fatores externos levados em consideração nas análises, que mostraram uma diferença de apenas 5 centavos entre os sexos – ou seja, mulheres ganhando 95% do que um homem ganha realizando o mesmo trabalho.

    Os pesquisadores, no entanto, não apontam por que essa diferença persistiu. Ela apareceu na série de dados e, apesar de confirmar a possibilidade da existência de sexismo entre os empregados, demonstra também que a desigualdade salarial deve-se quase inteiramente a fatores que são comuns aos dois sexos, mas que incidem mais sobre as mulheres: homens que trabalharem menos horas também ganharão menos; homens que seguirem carreiras com menor reconhecimento também ganharão menos; homens que se especializarem menos também receberão salários mais baixos.

    Os resultados encontrados pela pesquisa do Departamento são próximos aos números revelados em um estudo da American Association of University Women (AAUW), uma organização que tem como objetivo a luta pela igualdade entre gêneros dentro dos Estados Unidos.

    O relatório, lançado em 2013 pela organização, demonstrou que o wage gap, quando fatores e variáveis são controlados, permanece somente em 6,6 centavos, dados que corroboram com a tese de que a desigualdade entre os sexos é fruto, em sua maioria, de escolhas e aspirações individuais.

    Já um estudo da Pew Research Center, também realizado nos Estados Unidos, demonstrou, entre outras coisas, que a proporção de mulheres entrevistadas que desejavam ocupar cargos de chefia e gerência era menor que o a proporção de homens que responderam afirmativamente à pergunta.

    Outra conclusão dos pesquisadores foi que, apesar da grande maioria dos homens (57%) e mulheres (75%) terem respondido que o país ainda precisa realizar reformas para garantir a igualdade nos ambientes de trabalho, 75% das mulheres e 73% dos homens afirmaram que no local onde trabalham, a remuneração é a mesma entre os dois sexos. Ainda, 73% dos homens e 72% das mulheres disseram que onde trabalham existem as mesmas oportunidades tanto para homens, quanto para mulheres, avançarem na carreira.

    Por outro lado, as pesquisadoras alertam que, mesmo que a maioria da diferença salarial possa ser explicada por variáveis conhecidas, isso não significa que não exista sexismo.

    Para Christianne Cobett e Catherine Hill, autoras do estudo lançado pela AAUW, é preciso atentar-se para a existência de padrões culturais que influenciam fortemente mulheres a seguirem carreiras que não pagam tanto quanto as profissões geralmente atribuídas aos homens. Dados históricos mostram que homens ocupam a maior parte das vagas de engenheiros e de áreas relacionadas à ciência da computação, enquanto mulheres vão para ciências sociais e educação, que são campos de estudo conhecidos por pagarem menores salários. No entanto, como Sommers cita, ações governamentais que procuram atrair mais mulheres para as áreas de atuação com melhor remuneração tem falhado grosseiramente em chamar a atenção das mulheres para esses setores.

    No caso do Brasil, entretanto, pesquisas que isolem fatores e variáveis explicáveis, como os estudos realizados nos Estados Unidos, são escassos. Além dos dados do IBGE, poucos institutos e pesquisadores se aprofundaram no tema a partir da perspectiva nacional e a grande parte dos artigos sobre o assunto possuem mais de 10 anos.

    Um estudo de 2009, realizado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento, nos países da América Latina, isolou alguns fatores e percebeu a existência de grandes desigualdades na região, sobretudo no Brasil, mas também encontrou alguns dados conflitantes, como uma diferença de remuneração maior entre as mulheres que trabalhavam por conta própria do que entre as empregadas, o que invalidaria a teoria de que empregadores seriam seletivos na hora de contratarem funcionários e de realizarem pagamentos.

    Já outra pesquisa, do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos, conduzida com homens e mulheres com títulos de mestre, encontrou uma tendência parecida com a observada nos Estados Unidos: mulheres tendem a seguir carreira em áreas de baixa remuneração. Segundo os dados, as mulheres representam 71% dos empregos da área de linguística, letras e artes, enquanto sua participação na área de engenharia, que é conhecida pela melhor remuneração, corresponde somente a 27,9%.

    Dessa forma, ao que esses dados indicam, o Brasil parece realmente se enquadrar nos mesmo parâmetros observados nos Estados Unidos: a escolha de carreiras com menor valorização e de profissões com menos tempo de serviço seriam o cerne dessa diferença entre o valor pago a cada profissional.

    Fonte: Spotnikis

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