Baseado no livro homônimo do escritor Paulo Lins, que lançou a obra em 1997, o filme é dividido em três fases distintas (anos 60, 70 e 80), que mostram a evolução do tráfico e as opções que os meninos da favela fizeram até se tornarem os maiores traficantes do Rio de Janeiro ou trabalhadores honestos. Representou o Brasil no Oscar como indicado a Melhor Filme Estrangeiro e, no ano seguinte, emplacou quatro indicações, inclusive Melhor Diretor e Roteiro Adaptado. No total, ganhou 48 prêmios e teve outras 21 indicações. Catapultou Fernando Meirelles ao mercado internacional. Enfim faz-se um filme que consegue retratar a pobreza, a violência, o tráfico de drogas e a cultura das favelas com qualidade e inteligência. Um filme sobretudo necessário, beirando "educativo", porém, de chato não tem nada. Excelente. A prova de que o cinema nacional tem salvação. Infelizmente, o filme em relação ao cinema nacional, é uma gota de genialidade num mar de lama acéfala. NÃO DEIXEM DE VER O melhor filme brasileiro de todos os tempos, a forma como as historias vão se intercalando... muito boa... a pobreza, violência e outros fatores sociais mostrado com uma inteligência ímpar. .Com um roteiro perfeito, fotografia de mestre e uma direção certeira, esse é um dos melhores filmes brasileiros que já assisti. É pura emoção. Um retrato da periferia brasileira, com toda a sua criminalidade e vitalidade. Fotografia incrível e direção fantástica. Esse é verdadeiramente um filme seminal no cinema brasileiro. Imperdível!!!!! Mais um momento de revolução no cinema brasileiro, com este filme ganhando o mundo com sua linguagem vinda da publicidade, e com uma montagem ágil, além de ser de um tema social que, apesar de presente, chocou o país. O ritmo de videoclipe não atrapalha, dando até um charme ao filme. O roteiro xoxo é compensado pela boa fotografia e pelo ritmo correto. Junto com tropa de elite, realmente são os dois melhores filmes brasileiros, ou os que retratam melhor a cultura vigente nas camadas menos favorecidas. Grande filme, dos melhores que ja vi. Grande historia e grande retrato do que se passa nas favelas. tudo é muito dinâmico, mas sem atropelos. tudo é colorido, divertido, político e imaginativo.
Bem dirigido. Boa atuação dos dois personagens centrais. Tema ótimo. Faroeste tupiniquim. Pontos negativos: narração muito vinculada ao Tropa de Elite e Cidade de Deus. E a maquiagem do personagem do Wagner Moura horrível e mal feita.
FILME TRASH – A ESPERANÇA VEM DO LIXO E A INFÂNCIA... E neste dia das crianças eu vou falar de um filme que assisti ontem e que me deixou com uma sensação de estar implodido, inundado por um sentimento desconhecido. Um buraco que tem que ser preenchido com palavras. Trata-se do filme Trash – a esperança vem do lixo. Gravado no Brasil, de direção estrangeira, com destaque para Selton Mello e Wagner Moura. Mas pra meus olhos o destaque foi para os três atores mirins, por isso escrevo pra comemorar o dia das crianças. O contexto do filme é um lixão onde vai parar uma carteira muito valiosa, não pelo dinheiro que contém nela, mas por guardar um segredo de um poderoso político. Tão poderoso que coloca a polícia a seu serviço para ir até o lixão encontrar a bendita carteira. Acontece que um garoto já encontrou e dividiu o segredo com seu amigo. Inicia-se a investigação tanto dos policiais, quanto dos garotos, que não confiam no policial –personagem de Selton Mello. São três meninos, um que encontrou a carteira, outro que sabe o segredo, e um terceiro, o Rato, que vive dentro do esgoto, fede e tem feridas no corpo que nunca saram. Uma bela metáfora para dizer o que é a miséria, o que é estar à margem, como feridas que nunca fecham. Uma das cenas mais pesadas é quando um dos garotos, justamente o que encontrou a carteira, é levado pela polícia e, num efeito “montanha russa” dentro da viatura, é jogado de um lado a outro pelos próprios solavancos propositais dados por seus algozes. Ele escapa vivo (tal como uma barata em que se pisa, pisa, e ela insiste em não morrer). Quando questionado sobre o porquê de estar levando a investigação adiante, ele simplesmente diz: “porque é certo”. Então, eu não diria que a esperança vem do lixo, mas sim que vem da infância. A não ser que o lixo esteja colocado aí como fonte de vida, de desejo. O nada. O resto. O lixo. De onde não se acredita que pode haver algo além, é justamente daí que a vida pulsante renasce. O grande desafio é vencido pelas crianças, pela infância, lugar onde está todo o nosso “lixo”, tudo o que deveria estar esquecido, mas insiste, persiste. Quanto ao desejo, deveríamos ser assim: faço porque é o certo, e nada mais. É o certo no sentido moral? Nem de longe! Esse certo tem a ver com a verdade de cada um. Bem, devo dizer que não acredito em verdades, quanto menos nas absolutas. Por isso o filme me tocou tanto. Porque pude ver ali, mais uma vez e sempre, que a infância é o meu lugar. Como diz Mia Couto, “velhos são aqueles que não visitam as suas próprias variadas idades”. Não quero crescer nunca, porque quando a gente cresce o coração fica duro, se corrompe. E só gosto de gente que não tem medo de ser assim, mergulhada na sua pequenez. Somos pequenos diante da imensidão do mundo, dos Outros, dos desejos. Mas por trás dessa imensidão há uma outra, há uma vastidão de matéria da mais elevada qualidade: um nada corporificado, cheio de substância, de sustança. Estar no lugar da infância – questionador, perguntador – pode ser perigoso. Há verdades que preferiríamos não saber. Mas o que mais tentamos sufocar embaixo do tapete, é isso mesmo que volta, se revolta e quer saber. Desejo feliz dia das crianças para todos aqueles que não perderam a capacidade de amar, que não pararam de perguntar, pois estar no lugar da infância, pra mim, é justamente isso.
Francisco Camargo (Ângelo Antônio) é um lavrador do interior de Goiás que tem um sonho aparentemente impossível: transformar dois de seus nove filhos em uma dupla sertaneja. Ele inicialmente deposita sua esperança no mais velho, Mirosmar (Dablio Moreira), e resolve lhe dar um acordeão quando completa 11 anos. Mirosmar e seu irmão Emival (Marco Henrique), que toca violão, se apresentam com sucesso nas festas da vila onde moram, mas devido a perda da propriedade onde moravam nos anos 70 toda a família é obrigada a se mudar para Goiânia. Mirosmar e Emival começam então a tocar na rodoviária local, na intenção de conseguir algum dinheiro para ajudar em casa. Lá eles conhecem Miranda (José Dumont), empresário de duplas caipiras, que viaja com eles por mais de 4 meses. Os irmãos novamente fazem sucesso e chegam até mesmo a cantar para 6 mil pessoas em um show no interior do país, mas um acidente encerra prematuramente a carreira da dupla. Após quase desistir da carreira artística Mirosmar decide voltar a cantar, agora usando o nome artístico de Zezé di Camargo (Márcio Kieling). Ele grava um disco solo, mas não obtém sucesso. Já casado e com duas filhas pequenas, Zezé tem dificuldades em sustentar a família e o máximo que consegue é que outras duplas cantem composições suas. É quando ele encontra em seu irmão Welson (Thiago Mendonça), que passa a usar o nome artístico de Luciano, o parceiro ideal para levar adiante sua carreira musical. Bem Um Filme Muito Bom Com Boas Atuações , Recomendo.
Em 2003, ano de seu lançamento, “Carandiru” foi um dos filmes nacionais mais antecipados daquele período. Baseado no best-seller “Estação Carandiru”, de autoria do médico Dráuzio Varella (que, atualmente, possui um quadro no programa “Fantástico”, da Rede Globo) e adaptado pelo diretor Hector Babenco, cineasta argentino radicado no Brasil, o filme atende às expectativas do público, que, naquela época, lotou as salas de cinema do país – sucesso que acabou gerando, posteriormente, em 2005, a série “Carandiru: Outras Histórias”. A história por trás de “Carandiru” começa em 1989, quando Dráuzio Varella (Luiz Carlos Vasconcelos) foi ao presídio realizar um trabalho voluntário de prevenção ao vírus da AIDS – que vinha infectando muitos presos no local. O resultado de três anos de convivência entre o médico e seus pacientes foi posto justamente em “Estação Carandiru”, uma obra em que Varella analisa muito o dia a dia e a vida dos presos. De uma certa maneira, este também é o propósito do filme dirigido por Hector Babenco, uma vez que “Carandiru” faz o relato do dia a dia dos presidiários, de acordo com o ponto de vista de Dráuzio sobre eles. Por isso mesmo, a primeira cena do longa é aquela que retrata a chegada do médico ao local – antecipada por um pequeno conflito no pavilhão –, quando ele começa a entrar em contato com as suas primeiras impressões sobre o que acabou de assistir e que acabam influenciando na sua decisão de, talvez, não retornar ao presídio. Através do contato diário que Dráuzio possuía com os presos – quando fazia a triagem para ver quem necessitava fazer o exame de detecção do HIV – o espectador vai conhecendo, junto do médico, quem é quem no Carandiru, e quais os motivos que levaram aquelas pessoas a estarem ali. Mesmo quando a personagem principal não está em cena, a plateia continua a acompanhar a jornada diária de cada detento, numa verdadeira luta pela sobrevivência. Hector Babenco e equipe souberam desenvolver muito bem a história de “Carandiru”, equilibrando, de maneira acertada, cada dose de emoção, revolta e alegria – com destaque para a cena que retrata o show de Rita Cadillac. O único pecado cometido por eles foi no quarto final do longa – justamente aquele que é mais importante, uma vez que mostra a rebelião que causou a morte de 111 presos, em 1992 –, pois, neste momento, a obra ganha um ar de documentário que não condiz muito com o que estávamos assistindo antes, fazendo parecer com que estejamos assistindo a uma espécie de “Globo Repórter” sobre o fato. Entretanto, isto não prejudica “Carandiru”. O diretor Hector Babenco criou uma obra humanizada – graças, principalmente, à maneira como Dráuzio retratou a personalidade dos presos, resultando em uma mistura de tipos que se espalham em diversas realidades dentro de um mesmo espaço – e que causa uma grande empatia com a plateia. Outro acerto foi que o diretor não mostrou os presidiários como herois, e sim como pessoas que erram, que se arrependem, que se ajudam, que convivem com as suas próprias leis e que podem decidir jogar tudo para o alto. Neste sentido, também temos que reconhecer o mérito do elenco, que consegue transmitir com competência uma realidade nua e crua, que continua nas mentes daqueles que vivenciaram este período, e que teima em permanecer viva em algumas cadeias ou presídios do Brasil.
Filme ótimo, muito realista sobre a cena eletrônica, mostrando toda a cultura por trás dos festivais e sobre o consumo de sintéticos. Esse filme só poderia ser do Marcos Prado, a fotografia nem se fala! O final deu a entender que terá uma continuação, e merece muito!
É incrível a capacidade que alguns filmes tem de nos emocionar, mais de uma vez. Central do Brasil é um desses filmes. Não pude deixar de vir publicar aqui assistindo ao filme na TV. Uma história pura, que conta a jornada de um menino que perde a mãe e vai em busca do pai. Competentíssimo o jovem Vinícius de Oliveira. Fernanda Montenegro está impecável no seu papel. Indicação merecida ao Oscar de 1999. Uma pena a estatueta não ter vindo, pois seria justo. Filme pra pegar o pacote de lenços de papel e assistir. Emocionante do começo ao fim. Uma obra-prima do cinema brasileiro!
Um filme com dois dos melhores atores brasileiros na atualidade na minha opinião e uma atriz talentosa, que anos antes do lançamento desse filme tinha feito Cidade de Deus e convencido.O filme mostra um triângulo amoroso nada convencional e retrata problemas sociais do país como pobreza, violência e uso de drogas.No geral eu gostei do filme, atuações bem dramáticas, principalmente no final.
Volta e meia, em conversas sobre a produção cinematográfica nacional, o assunto bilheterias X conteúdo acaba gerando algum tipo de polêmica. Invariavelmente, a comédia que anda faturando alto aparece como vilã de um drama cujos protagonistas preferem apontar falhas do que procurar alternativas para ser "consumido" por esse mesmo público que eles tanto reclamam não entendê-los. Provavelmente de olho nessa massa, A Busca entrega um drama familiar, pegando um caminho de fácil entendimento ao abordar temas como a separação, a adolescência e, mais precisamente, a paternidade. Na história, o médico Theo (Wagner Moura) vive um crise no casamento e o estopim para uma desenfreada espiral de acontecimentos é o desaparecimento do filho de 15 anos. Antes disso acontecer, porém, você é rapidamente apresentado a um cara que não aceita o divórcio e pai controlador que é, não suporta a ideia do filho ter contato com o avô paterno ("Ele não me conhece!! Não te conhece!!"). Após o sumiço do guri, o amor pelo rebento acaba reaproximando o casal no desespero e provocando reflexões.O roteiro foi escrito pela premiada Elena Soarez (Eu Tu Eles) e seu marido Luciano Moura, estreando na direção de um longa. E ele capricha no plantio de situações que vão gerando conflitos (alguns pequenos) para que Theo, sempre persistindo, reflita sobre a vida que leva, o pai que é e o filho que tem. E assim em cada um desses momentos o espectador e o próprio protagonista vão aprendendo um pouco mais sobre ele.
Ou seja, uma ótima maneira de buscar uma identificação com a turma da poltrona, que vai vivenciando as experiências uma a uma. Um bloqueio, uma superação e vida que segue. O único porém é que tudo é muito rápido. A mesma aceleração que mantém um ritmo frenético, faz com que certas passagens percam a força, como o parto, cheio de significados (nascimento/renascimento) e vazio de tão forçado. E tornam outras difíceis de acreditar, como o moleque ter virado "lenda" em um festival de jovens no interior porque chegou montado em um cavalo. Seria culpa da edição? Com belas imagens e uma sonora trilha de Beto Villares, o longa tem ares de road movie e a estrutura da narrativa, bem esquemática, pode incomodar uns e agradar outros. Os mais exigentes sentirão falta de um maior envolvimento, um tempo para mergulhar nas angústias, mas ainda assim é inegável que o longa funciona. E bem. Tanto que fez bonito em festivais por onde passou e foi Melhor Filme (Voto Popular) no Festival do Rio 2012. Tem um pouquinho de humor, bastante suspense e bom elenco. Mariana Lima (esposa) e Lima Duarte (avô) conferem brilho no pouco espaço que têm nesta trama focada no pai. É assim que você descobre que A Busca é acima de tudo uma jornada de descobertas com direito a momentos de emoção. E só você poderá dizer (aqui mesmo) se valeu ou não o bilhete para essa viagem.
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Diários de Motocicleta
3.9 827meia estrela para não perder o costume.
O Jovem Karl Marx
3.6 271 Assista AgoraNão há bondade na Esquerda, há hipocrisia. Apenas!...Porque no fundo todo esquerdista se acha um deus, pois só Deus cria algo do nada.
Cidade de Deus
4.2 1,8K Assista AgoraBaseado no livro homônimo do escritor Paulo Lins, que lançou a obra em 1997, o filme é dividido em três fases distintas (anos 60, 70 e 80), que mostram a evolução do tráfico e as opções que os meninos da favela fizeram até se tornarem os maiores traficantes do Rio de Janeiro ou trabalhadores honestos. Representou o Brasil no Oscar como indicado a Melhor Filme Estrangeiro e, no ano seguinte, emplacou quatro indicações, inclusive Melhor Diretor e Roteiro Adaptado. No total, ganhou 48 prêmios e teve outras 21 indicações. Catapultou Fernando Meirelles ao mercado internacional. Enfim faz-se um filme que consegue retratar a pobreza, a violência, o tráfico de drogas e a cultura das favelas com qualidade e inteligência. Um filme sobretudo necessário, beirando "educativo", porém, de chato não tem nada. Excelente. A prova de que o cinema nacional tem salvação. Infelizmente, o filme em relação ao cinema nacional, é uma gota de genialidade num mar de lama acéfala. NÃO DEIXEM DE VER O melhor filme brasileiro de todos os tempos, a forma como as historias vão se intercalando... muito boa... a pobreza, violência e outros fatores sociais mostrado com uma inteligência ímpar. .Com um roteiro perfeito, fotografia de mestre e uma direção certeira, esse é um dos melhores filmes brasileiros que já assisti. É pura emoção. Um retrato da periferia brasileira, com toda a sua criminalidade e vitalidade. Fotografia incrível e direção fantástica. Esse é verdadeiramente um filme seminal no cinema brasileiro. Imperdível!!!!! Mais um momento de revolução no cinema brasileiro, com este filme ganhando o mundo com sua linguagem vinda da publicidade, e com uma montagem ágil, além de ser de um tema social que, apesar de presente, chocou o país. O ritmo de videoclipe não atrapalha, dando até um charme ao filme. O roteiro xoxo é compensado pela boa fotografia e pelo ritmo correto. Junto com tropa de elite, realmente são os dois melhores filmes brasileiros, ou os que retratam melhor a cultura vigente nas camadas menos favorecidas. Grande filme, dos melhores que ja vi. Grande historia e grande retrato do que se passa nas favelas. tudo é muito dinâmico, mas sem atropelos. tudo é colorido, divertido, político e imaginativo.
Serra Pelada
3.6 353 Assista AgoraBem dirigido. Boa atuação dos dois personagens centrais. Tema ótimo. Faroeste tupiniquim. Pontos negativos: narração muito vinculada ao Tropa de Elite e Cidade de Deus. E a maquiagem do personagem do Wagner Moura horrível e mal feita.
Trash: A Esperança Vem do Lixo
3.7 556 Assista AgoraFILME TRASH – A ESPERANÇA VEM DO LIXO E A INFÂNCIA... E neste dia das crianças eu vou falar de um filme que assisti ontem e que me deixou com uma sensação de estar implodido, inundado por um sentimento desconhecido. Um buraco que tem que ser preenchido com palavras. Trata-se do filme Trash – a esperança vem do lixo. Gravado no Brasil, de direção estrangeira, com destaque para Selton Mello e Wagner Moura. Mas pra meus olhos o destaque foi para os três atores mirins, por isso escrevo pra comemorar o dia das crianças. O contexto do filme é um lixão onde vai parar uma carteira muito valiosa, não pelo dinheiro que contém nela, mas por guardar um segredo de um poderoso político. Tão poderoso que coloca a polícia a seu serviço para ir até o lixão encontrar a bendita carteira. Acontece que um garoto já encontrou e dividiu o segredo com seu amigo. Inicia-se a investigação tanto dos policiais, quanto dos garotos, que não confiam no policial –personagem de Selton Mello. São três meninos, um que encontrou a carteira, outro que sabe o segredo, e um terceiro, o Rato, que vive dentro do esgoto, fede e tem feridas no corpo que nunca saram. Uma bela metáfora para dizer o que é a miséria, o que é estar à margem, como feridas que nunca fecham. Uma das cenas mais pesadas é quando um dos garotos, justamente o que encontrou a carteira, é levado pela polícia e, num efeito “montanha russa” dentro da viatura, é jogado de um lado a outro pelos próprios solavancos propositais dados por seus algozes. Ele escapa vivo (tal como uma barata em que se pisa, pisa, e ela insiste em não morrer). Quando questionado sobre o porquê de estar levando a investigação adiante, ele simplesmente diz: “porque é certo”. Então, eu não diria que a esperança vem do lixo, mas sim que vem da infância. A não ser que o lixo esteja colocado aí como fonte de vida, de desejo. O nada. O resto. O lixo. De onde não se acredita que pode haver algo além, é justamente daí que a vida pulsante renasce. O grande desafio é vencido pelas crianças, pela infância, lugar onde está todo o nosso “lixo”, tudo o que deveria estar esquecido, mas insiste, persiste. Quanto ao desejo, deveríamos ser assim: faço porque é o certo, e nada mais. É o certo no sentido moral? Nem de longe! Esse certo tem a ver com a verdade de cada um. Bem, devo dizer que não acredito em verdades, quanto menos nas absolutas. Por isso o filme me tocou tanto. Porque pude ver ali, mais uma vez e sempre, que a infância é o meu lugar. Como diz Mia Couto, “velhos são aqueles que não visitam as suas próprias variadas idades”. Não quero crescer nunca, porque quando a gente cresce o coração fica duro, se corrompe. E só gosto de gente que não tem medo de ser assim, mergulhada na sua pequenez. Somos pequenos diante da imensidão do mundo, dos Outros, dos desejos. Mas por trás dessa imensidão há uma outra, há uma vastidão de matéria da mais elevada qualidade: um nada corporificado, cheio de substância, de sustança. Estar no lugar da infância – questionador, perguntador – pode ser perigoso. Há verdades que preferiríamos não saber. Mas o que mais tentamos sufocar embaixo do tapete, é isso mesmo que volta, se revolta e quer saber. Desejo feliz dia das crianças para todos aqueles que não perderam a capacidade de amar, que não pararam de perguntar, pois estar no lugar da infância, pra mim, é justamente isso.
2 Filhos de Francisco
3.0 816 Assista AgoraFrancisco Camargo (Ângelo Antônio) é um lavrador do interior de Goiás que tem um sonho aparentemente impossível: transformar dois de seus nove filhos em uma dupla sertaneja. Ele inicialmente deposita sua esperança no mais velho, Mirosmar (Dablio Moreira), e resolve lhe dar um acordeão quando completa 11 anos. Mirosmar e seu irmão Emival (Marco Henrique), que toca violão, se apresentam com sucesso nas festas da vila onde moram, mas devido a perda da propriedade onde moravam nos anos 70 toda a família é obrigada a se mudar para Goiânia. Mirosmar e Emival começam então a tocar na rodoviária local, na intenção de conseguir algum dinheiro para ajudar em casa. Lá eles conhecem Miranda (José Dumont), empresário de duplas caipiras, que viaja com eles por mais de 4 meses. Os irmãos novamente fazem sucesso e chegam até mesmo a cantar para 6 mil pessoas em um show no interior do país, mas um acidente encerra prematuramente a carreira da dupla. Após quase desistir da carreira artística Mirosmar decide voltar a cantar, agora usando o nome artístico de Zezé di Camargo (Márcio Kieling). Ele grava um disco solo, mas não obtém sucesso. Já casado e com duas filhas pequenas, Zezé tem dificuldades em sustentar a família e o máximo que consegue é que outras duplas cantem composições suas. É quando ele encontra em seu irmão Welson (Thiago Mendonça), que passa a usar o nome artístico de Luciano, o parceiro ideal para levar adiante sua carreira musical. Bem Um Filme Muito Bom Com Boas Atuações , Recomendo.
Carandiru
3.7 750 Assista AgoraEm 2003, ano de seu lançamento, “Carandiru” foi um dos filmes nacionais mais antecipados daquele período. Baseado no best-seller “Estação Carandiru”, de autoria do médico Dráuzio Varella (que, atualmente, possui um quadro no programa “Fantástico”, da Rede Globo) e adaptado pelo diretor Hector Babenco, cineasta argentino radicado no Brasil, o filme atende às expectativas do público, que, naquela época, lotou as salas de cinema do país – sucesso que acabou gerando, posteriormente, em 2005, a série “Carandiru: Outras Histórias”. A história por trás de “Carandiru” começa em 1989, quando Dráuzio Varella (Luiz Carlos Vasconcelos) foi ao presídio realizar um trabalho voluntário de prevenção ao vírus da AIDS – que vinha infectando muitos presos no local. O resultado de três anos de convivência entre o médico e seus pacientes foi posto justamente em “Estação Carandiru”, uma obra em que Varella analisa muito o dia a dia e a vida dos presos. De uma certa maneira, este também é o propósito do filme dirigido por Hector Babenco, uma vez que “Carandiru” faz o relato do dia a dia dos presidiários, de acordo com o ponto de vista de Dráuzio sobre eles. Por isso mesmo, a primeira cena do longa é aquela que retrata a chegada do médico ao local – antecipada por um pequeno conflito no pavilhão –, quando ele começa a entrar em contato com as suas primeiras impressões sobre o que acabou de assistir e que acabam influenciando na sua decisão de, talvez, não retornar ao presídio. Através do contato diário que Dráuzio possuía com os presos – quando fazia a triagem para ver quem necessitava fazer o exame de detecção do HIV – o espectador vai conhecendo, junto do médico, quem é quem no Carandiru, e quais os motivos que levaram aquelas pessoas a estarem ali. Mesmo quando a personagem principal não está em cena, a plateia continua a acompanhar a jornada diária de cada detento, numa verdadeira luta pela sobrevivência. Hector Babenco e equipe souberam desenvolver muito bem a história de “Carandiru”, equilibrando, de maneira acertada, cada dose de emoção, revolta e alegria – com destaque para a cena que retrata o show de Rita Cadillac. O único pecado cometido por eles foi no quarto final do longa – justamente aquele que é mais importante, uma vez que mostra a rebelião que causou a morte de 111 presos, em 1992 –, pois, neste momento, a obra ganha um ar de documentário que não condiz muito com o que estávamos assistindo antes, fazendo parecer com que estejamos assistindo a uma espécie de “Globo Repórter” sobre o fato. Entretanto, isto não prejudica “Carandiru”. O diretor Hector Babenco criou uma obra humanizada – graças, principalmente, à maneira como Dráuzio retratou a personalidade dos presos, resultando em uma mistura de tipos que se espalham em diversas realidades dentro de um mesmo espaço – e que causa uma grande empatia com a plateia. Outro acerto foi que o diretor não mostrou os presidiários como herois, e sim como pessoas que erram, que se arrependem, que se ajudam, que convivem com as suas próprias leis e que podem decidir jogar tudo para o alto. Neste sentido, também temos que reconhecer o mérito do elenco, que consegue transmitir com competência uma realidade nua e crua, que continua nas mentes daqueles que vivenciaram este período, e que teima em permanecer viva em algumas cadeias ou presídios do Brasil.
Paraísos Artificiais
3.2 1,8K Assista AgoraFilme ótimo, muito realista sobre a cena eletrônica, mostrando toda a cultura por trás dos festivais e sobre o consumo de sintéticos. Esse filme só poderia ser do Marcos Prado, a fotografia nem se fala! O final deu a entender que terá uma continuação, e merece muito!
Central do Brasil
4.1 1,8K Assista AgoraÉ incrível a capacidade que alguns filmes tem de nos emocionar, mais de uma vez. Central do Brasil é um desses filmes. Não pude deixar de vir publicar aqui assistindo ao filme na TV. Uma história pura, que conta a jornada de um menino que perde a mãe e vai em busca do pai. Competentíssimo o jovem Vinícius de Oliveira. Fernanda Montenegro está impecável no seu papel. Indicação merecida ao Oscar de 1999. Uma pena a estatueta não ter vindo, pois seria justo. Filme pra pegar o pacote de lenços de papel e assistir. Emocionante do começo ao fim. Uma obra-prima do cinema brasileiro!
Cidade Baixa
3.4 356 Assista AgoraUm filme com dois dos melhores atores brasileiros na atualidade na minha opinião e uma atriz talentosa, que anos antes do lançamento desse filme tinha feito Cidade de Deus e convencido.O filme mostra um triângulo amoroso nada convencional e retrata problemas sociais do país como pobreza, violência e uso de drogas.No geral eu gostei do filme, atuações bem dramáticas, principalmente no final.
A Busca
3.4 714 Assista AgoraVolta e meia, em conversas sobre a produção cinematográfica nacional, o assunto bilheterias X conteúdo acaba gerando algum tipo de polêmica. Invariavelmente, a comédia que anda faturando alto aparece como vilã de um drama cujos protagonistas preferem apontar falhas do que procurar alternativas para ser "consumido" por esse mesmo público que eles tanto reclamam não entendê-los. Provavelmente de olho nessa massa, A Busca entrega um drama familiar, pegando um caminho de fácil entendimento ao abordar temas como a separação, a adolescência e, mais precisamente, a paternidade.
Na história, o médico Theo (Wagner Moura) vive um crise no casamento e o estopim para uma desenfreada espiral de acontecimentos é o desaparecimento do filho de 15 anos. Antes disso acontecer, porém, você é rapidamente apresentado a um cara que não aceita o divórcio e pai controlador que é, não suporta a ideia do filho ter contato com o avô paterno ("Ele não me conhece!! Não te conhece!!"). Após o sumiço do guri, o amor pelo rebento acaba reaproximando o casal no desespero e provocando reflexões.O roteiro foi escrito pela premiada Elena Soarez (Eu Tu Eles) e seu marido Luciano Moura, estreando na direção de um longa. E ele capricha no plantio de situações que vão gerando conflitos (alguns pequenos) para que Theo, sempre persistindo, reflita sobre a vida que leva, o pai que é e o filho que tem. E assim em cada um desses momentos o espectador e o próprio protagonista vão aprendendo um pouco mais sobre ele.
Ou seja, uma ótima maneira de buscar uma identificação com a turma da poltrona, que vai vivenciando as experiências uma a uma. Um bloqueio, uma superação e vida que segue. O único porém é que tudo é muito rápido. A mesma aceleração que mantém um ritmo frenético, faz com que certas passagens percam a força, como o parto, cheio de significados (nascimento/renascimento) e vazio de tão forçado. E tornam outras difíceis de acreditar, como o moleque ter virado "lenda" em um festival de jovens no interior porque chegou montado em um cavalo. Seria culpa da edição?
Com belas imagens e uma sonora trilha de Beto Villares, o longa tem ares de road movie e a estrutura da narrativa, bem esquemática, pode incomodar uns e agradar outros. Os mais exigentes sentirão falta de um maior envolvimento, um tempo para mergulhar nas angústias, mas ainda assim é inegável que o longa funciona. E bem. Tanto que fez bonito em festivais por onde passou e foi Melhor Filme (Voto Popular) no Festival do Rio 2012. Tem um pouquinho de humor, bastante suspense e bom elenco. Mariana Lima (esposa) e Lima Duarte (avô) conferem brilho no pouco espaço que têm nesta trama focada no pai. É assim que você descobre que A Busca é acima de tudo uma jornada de descobertas com direito a momentos de emoção. E só você poderá dizer (aqui mesmo) se valeu ou não o bilhete para essa viagem.