Fernando Lechner

Tentei assistir sem expectativa nenhuma, tentando abraçar a ideia de produção nacional. Tirando o Sítio do Pica pau amarelo, é a primeira vez que o folclore brasileiro ganha um bom espaço para ser explorado em uma produção que poderia ser de grande orçamento e com uma grande ideia, fotografia exuberante, personagens complexos e bem desenvolvidos, uma trama inteligente e surpreendente. Mas aqui não é o caso. É totalmente ao contrário, e, sem entrar na discussão de que é para olhar com outros olhos, de que é uma produção nacional e devo me contentar com isso, é só mais uma desculpa esfarrapada tentado mentir pra si mesmo que achou bom. Estamos falando de Netflix, que produz excelentes séries de outros países com suas próprias histórias locais e que faz sentido para o público fora do determinado país. Como produto de exportação, essa série não faz seu papel, porque mesmo nós que conhecemos as lendas foi difícil não achar "cafona" boa parte da trama.
A impressão foi de que quase tudo foi feito de qualquer jeito, salvo algumas atuações.

Pra mim, Sítio do Pica Pau Amarelo foi a melhor série que adaptou todas essas histórias para o contexto de uma época.
Pois é, não foi dessa vez.

A trilogia "Before" termina com chave de ouro e, além de primeiramente dramatizar uma história de amor, é a história de um ciclo natural de um relacionamento. Destaque para os longos planos de excelentes diálogos e uma fotografia muito bonita.
A mensagem final dessa trilogia é que de que a vida como um todo, é feita de CONQUISTAS e RECONQUISTAS, e no final estamos aqui aprendendo e tentando aproveitar o tempo que nos resta, tentando amar, ser amado, lidando com situações inesperadas do cotidiano, no trabalho, nas horas de lazer, etc.
Nada termina como uma tragédia grega, mas sim, como um filme em que o final sempre fica em aberto.