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Últimas opiniões enviadas

  • Filipe Ferraz / CineMMaster

    Quando a Pixar entregou, anos atrás, possivelmente a melhor de suas produções – Divertida Mente (2015) – lembro-me de comentar sobre a incrível ambição do estúdio em alçar voos maiores do que já havia atingido, mesmo tendo uma filmografia que já beirava o irretocável. Esta impressão dava-se pela enorme criatividade e ousadia do estúdio ao elaborar histórias e universos absolutamente únicos e originais, sempre contadas com a usual magia Pixar, mesclando a competência técnica e criativa com o aspecto dramático de suas produções. E mais uma vez a Pixar ousa arriscar com Viva – A Vida é Uma Festa, que apesar de não ter mesma genialidade de algumas outras obras do estúdio, prova mais uma vez o quão especial e extraordinário é a mente de seus idealizadores.

    Escrito por Lee Unkrich e Adrian Molina (que também assumem a direção), Viva acompanha Miguel, um menino de 12 anos que quer muito ser um músico famoso, mas que precisa lidar com sua família que desaprova seu sonho. Determinado a virar o jogo, Miguel acaba desencadeando uma série de eventos ligados a um mistério de 100 anos. A aventura, com inspiração no feriado mexicano do Dia dos Mortos, acaba gerando uma extraordinária reunião familiar.

    Viva começa estabelecendo um cenário absolutamente “aconchegante” e muito mais mundano e próximo de nossa realidade (podendo tranquilamente, principalmente em sua parte inicial, ser um longa em live-action), retratando as ruas do México com enorme simplicidade, mas de uma, com o perdão do trocadilho, vida contagiante, onde cada uma das pessoas que se cruza nas ruas, denotam cicatrizes que a humilde vida lhes causou, com a mesma intensidade que aproveitaram cada um desses momentos. Em semelhante proporção também presenciamos a vida do garoto Miguel, um jovem apaixonado por música e radiante com um simples caminhar pelas pedregosas ruas mexicanas, mas que sucumbe ao precisar esconder e limitar seus sonhos para não decepcionar sua família. Notem como mais uma vez a Pixar decide atingir outras camadas, ampliando uma discussão sobre escolhas, pressão e o verdadeiro papel da família. Nesse ponto a viagem de Miguel, mais do que para o Mundo dos Mortos, é também para o seu próprio “Mundo Interno”, já que o garoto precisa aprender a lidar com as escolhas feitas por ele e pela própria família.
    Para construir esse ambiente, os diretores Lee Unkrich e Adrian Molina criam um mundo absolutamente fascinante, desenvolvendo uma lógica visual e conceitual extraordinária, ao estabelecer regras e estruturas bem claras e muito bem exploradas, como os brilhantes segmentos em que criam um raciocínio em que, caso uma pessoa seja esquecida pelo mundo do vivos, ela deixará de existir no mundo do mortos. Este conflito, aliás, reserva boa parte das mais fortes intensidades dramáticas do longa, onde o arco do personagem de Hector ganha tons mais profundos e tortuosos sobre o destino dos personagens centrais – mesmo que o filme escorregue consideravelmente em algumas resoluções finais, ligeiramente esquemáticas e convenientes ao roteiro, e com soluções não tão inspiraras como sua plote.

    Permito-me também realizar uma analogia da vida do garoto Miguel regida por sua paixão, a música. Notem como o protagonista considera cada tom musical como algo substancial para sua existência, não medindo esforços para que aquele sentimento transcendente, que apenas a música consegue exalar, possa fazer parte de sua vida – e isso para um apaixonado por música, como eu, é tocante. Assim, o caminho trilhado por Miguel na busca pelo mito de Ernesto de La Cruz representa sem sombras de duvidas um mundo de descobertas da juventude, onde presenciamos e experimentamos os mais diversos sentimentos, escolhas, vislumbres e decepções – algo que se concilia bastante com Divertida Mente.

    Pisando no mundo dos mortos com o intuito de celebrar a vida, Viva – A Vida é Uma Festa é mais uma experiência única entregue pela Pixar, desenhada com tons inteiramente humanos e reais sob a perspectiva psicológica de seus protagonistas.
    E se existe algo que certamente celebra a vida na sua máxima potência é a música, cinema e família, o pacote completo e imenso de paixão mais uma vez entregue pela Pixar.

    (CINEMMASTER)

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  • Filipe Ferraz / CineMMaster

    Todo e qualquer obra de arte que se propõe, mesmo que minimamente, a discutir o papel da Arte já se revela uma substância de estudo e aprofundamento essencial para quem tanto vive e se saboreia com suas nuances e perspectivas criadas, ou seja, nossas leituras, vivências e experiências particulares. Procurar entender o que representa a Arte e como ela pode ou não servir como exposição de ideias ou reflexões é, na verdade, encará-la como algo único na visão de cada um. E isso a transforma numa partitura que será interpretada e saboreada de maneira ímpar.
    Neste ponto de vista ouso dizer que O Rei do Show levanta duas camadas de discussões sobre o papel da Arte, uma mais evidente e outra mais oculta – em sua própria proposta. E começarei a discutir por essa última.

    P.T. Barnum foi uma controversa e polêmica personalidade, possuindo em seu currículo diversas alegações das próprias falcatruas evidenciadas pelo longa, mas também de mal tratos a animais (algo meio intrínseco ao submundo do Circo em seus primórdios). Mas como de praxe, o longa-metragem tende a fantasiar a história e deixar tais pontos polêmicos de lado, trazendo em meu ponto de vista de maneira mais oculta uma discussão sobre qual de fato é o papel da Arte. Ela deve ser um retrato fiel da personalidade a quem se refere? Ou possui certa licença poética para construir e alterar a essência e/ou característica de uma história ou pessoa?

    Quem me acompanha aqui no blog sabe que as mensagens do filme e o que representa como análise social e política sempre me encantam, pois como sempre frisei, esse é a Arte sendo explorada em sua máxima potência. Portanto, quando O Rei de Show, uma obra de fantasia e não um documentário, deixa de lado pontos polêmicos de seu protagonista e os substitui por discussões dramáticas, filosóficas e sociais importantíssimas, inserindo uma abordagem apaixonante e romancista, não posso deixar de entender que a Arte fez o seu papel: Pegou uma história controversa e a transformou em objeto de estudo e reflexão positiva para o espectador.

    Umas das verdades que acompanha desde sempre o Ser Humano é o poder da intolerância. O desconhecido sempre é pior. O diferente merece ser julgado e maltratado. Sempre foi assim, e mesmo que diariamente – parte pequena da sociedade – lute pela igualdade e por cada um cuidar do seu próprio nariz, ainda presenciamos o preconceito enrustido contra homossexuais, transexuais, pobres, negros e qualquer outro segmento que não seja o majoritário. Dessa forma, a análise que o longa-metragem propõe, não se baseia nas visões do seu protagonista e sim na do diretor Michael Gracey – e notem como o crítico vivido pelo ator Paul Sparks é um interlocutor preciso de Gracey, ao contestar as atitudes, interpretações e reais alcances de P.T. Bauman.

    Escrito por Bill Condon (diretor de A Bela e a Fera e roteirista dos musicais Chicago e Dreamgirls – Em Busca do Sonho) e Jenny Bicks (Rio 2), o musical acompanha P. T. Barnum (Hugh Jackman), um showman que tem uma tendência natural de enganar seu público, decide montar um circo na esperança de ficar famoso. Durante sua saga há ainda uma importante questão pendente em sua vida, uma paixão cega pela cantora Jenny Lind (Rebecca Ferguson).

    Gracey emprega uma energia altamente vigorosa, fazendo disso seu grande trunfo, que se concilia com as belíssimas e deliciosas canções, compostas pelos vencedores do Oscar por La La Land (Benj Pasek e Justin Paul) e com coreografias simples, mas de dinâmica poderosa. Gracey ainda pincela as elipses que servem como passagem de tempo, como o momento da gravidez da personagem de Michelle Williams, de forma elegante e delicada. Percebam também como o diretor de fotografia Seamus McGarvey utiliza cores fortes e vibrantes, estampando aquele cenário quase como uma fábula teatral, enfatizando novamente o caráter fantasioso da obra – onde voltamos a discussão levantada no início desta análise.

    Tematicamente, portanto, o Rei do Show consegue encaixar a discussão que se propõe com passagens poderosas e músicas intensas, de melodia e composição belíssimas, transformando uma controversa história numa fantasia quase cartunesca, mas essencialmente potente e densa em sua discussão. E se tem algo que uma verdadeira obra de arte sabe fazer é propor um debate, e O Rei do Show faz isso com um sentimento contagiante.

    (CineMMaster)

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  • Filipe Ferraz / CineMMaster

    Uma das características que mais me surpreendem no diretor Christopher Nolan é a forma e versatilidade com que seus filmes são construídos, sem se prender necessariamente a uma fórmula pré-estabelecida que serviria como um Norte para suas produções. Percorrendo, portanto, sua filmografia, presenciamos linguagens e abordagens absolutamente distintas entre si, que transformam assim, definitivamente, como um cineasta de visão estética e sensorial abrangente, captando com precisão o que de fato julga necessária em suas obras, ou seja, o drama? A tensão? O suspense? A estética? Os personagens?.

    Em Dunkirk, Nolan mais uma vez instala uma linguagem e proposta ímpar em sua filmografia, retratando a Guerra e o episódico momento da retirada dos soldados britânicos da praia de Dunkirk como uma amostra realística e aterrorizante do poder massacrante do conflito e qual a devastadora e impecável trajetória daquele evento.
    Escrito pelo próprio Nolan, Dunkirk acompanha a Operação Dínamo, mais conhecida como a Evacuação de Dunkirk, onde soldados aliados da Bélgica, do Império Britânico e da França são rodeados pelo exército alemão e devem ser resgatados durante uma feroz batalha no início da Segunda Guerra Mundial. A história acompanha três momentos distintos: uma hora de confronto no céu, onde o piloto Farrier (Tom Hardy) precisa destruir um avião inimigo, um dia inteiro em alto mar, onde o civil britânico Dawson (Mark Rylance) leva seu barco de passeio para ajudar a resgatar o exército de seu país, e uma semana na praia, onde o jovem soldado Tommy (Fionn Whitehead) busca escapar a qualquer preço.

    Ao dividir o longa em três linhas narrativas, Nolan reafirma novamente sua genialidade ao intercalá-las e confundi-las constantemente, já que por se passarem em tempos cronologicamente distintos, posicionam-se como campos observatórios de ângulos multifacetados de uma Guerra, o que transforma a epopeia de Nolan ainda mais complexa e brilhante. Mas percebam que o diretor busca, dessa forma, retratar uma característica real da Guerra, onde o aspecto político e estratégico não entra no campo de batalha nas mãos dos soldados que se enfrentam. A única luta é simplesmente sobreviver. Dessa forma não serão poucas as vezes que Dunkirk tirará o fôlego do espectador, ao mergulhar, muitas vezes literalmente, quem assiste numa série de bombardeios, tiroteios e na iminência em ser capturado pelo lado inimigo.

    Nolan utiliza todas as ferramentas possíveis para enclausurar o espectador em cada avião e barco retratado no longa, utilizando inúmeras vezes uma câmera fechada, com cortes violentos e rápidos, que transcendem o desespero dos soldados, contrapondo-se com tomada aéreas incríveis, que denotam o posicionamento estratégico das tropas, assim como a localização e dificuldade de salvação dos soldados, que novamente são enfatizadas pela trilha sonora de Hans Zimmer.

    Notem como Nolan faz questão de, em momento algum, aprofundar seus personagens, o que a primeira vista seria algo absurdo e condenável, mas que serve, na verdade, para descentralizar e desumanizar a Guerra, afinal, naquele ambiente, suas motivações, crenças e ideais simplesmente não importam. O objetivo não é avançar ou conquistar um território, mas sim chegar vivo ao final daquele dia.

    Dunkirk não é propriamente uma obra fácil de ser digerida, mas propondo-se a abordar a Guerra pura e simplesmente como uma batalha de sobrevivência, Christopher Nolan opta em desenha-la com seu senso estético arrebatador, retratando-a sombriamente e desesperadoramente, onde recuperar o fôlego é a única saída para quem assiste.

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  • Filmow
    Filmow

    O Oscar 2017 está logo aí e teremos o nosso tradicional BOLÃO DO OSCAR FILMOW!

    Serão 3 vencedores no Bolão com prêmios da loja Chico Rei para os três participantes que mais acertarem nas categorias da premiação. (O 1º lugar vai ganhar um kit da Chico Rei com 01 camiseta + 01 caneca + 01 almofada; o 2º lugar 01 camiseta da Chico Rei; e o 3º lugar 01 almofada da Chico Rei.)

    Vem participar da brincadeira com a gente, acesse https://filmow.com/bolao-do-oscar/ para votar.
    Boa sorte! :)

    * Lembrando que faremos uma transmissão ao vivo via Facebook e Youtube da Casa Filmow na noite da cerimônia, dia 26 de fevereiro. Confirme presença no evento https://www.facebook.com/events/250416102068445/

  • Filmow
    Filmow

    Pessoal…

    O Oscar 2012 está chegando, e nós do Filmow resolvemos fazer um bolão para vocês usuários. E é claro que o vencedor não irá sair de mãos abanando, iremos dar um iPad 2 para o primeiro colocado.

    Então não perca essa chance, é só entrar na pagina do bolão, fazer o seu cadastro e já começar a dar os seus palpites.

    http://filmow.com/bolao-do-oscar/

    Participe e boa sorte.

  • Carolina Matsubara
    Carolina Matsubara

    Curti muito o que você escreveu. Você falou tudo o que eu achei do filme haha.
    As mortes passaram super batidas. As mortes que eram pra ser tristes e emocionantes, nem aparecerem. Enfim, fizeram pouco caso.

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