Francisco

Assistido dia 23/07 em Metz, França, primeiras impressões sobre o filme:

Um filme com roteiro totalmente a parte da filmografia do Nolan. Ele é um retrato de um acontecimento, então não se parece em nada com Interstellar ou Inception por exemplo. Em relação a direção, o Nolan continua com seu estilo oldschool câmera na mão e pouco uso de computação, só que com a tecnologia em mãos ele tem um leque muito maior de artifícios de direção, como por exemplo colocando as cameras IMAX nos aviões e fazendo takes muito bonitos do céu. A trilha sonora (Hans Zimmer) é constante e marcante. O filme tem ruídos até quase o seu fim, marcado por um tic tac de relógio por quase 90% da duração. Nenhuma atuação é marcante, porém nenhuma deixa a desejar, uma vez que o foco do flime varia quase todo o tempo, alternando entre água, terra e ar, numa divisão bem definida pelo roteiro.

Como foi citado, o flime com certeza unirá a crítica ao seu favor, mas dividirá os fãs que estão acostumados aos mindblowings dos filmes do Nolan, mas sem dúvida é um ótimo filme.

Esse filme traz toda a assinatura do Terrence Malick, ele é mais palpável que a Arvore da vida (2011) mas continua com todas as características do diretor. Eu o resumiria como uma tragédia hedonista de pessoas extremamente bonitas e perturbadas. Os personagens prezam sempre pela liberdade o que me levou a acreditar num grau elevado de niilismo por parte de cada um, desconstruído posteriormente. O background do roteiro traz características nietzschianas de eterno retorno e também de catarse provindas da tragédia sofrida.

Em aspectos técnicos o filme é dirigido e fotografado de forma excelente pelo Terrence e pelo multi premiado Emmanuel Lubezki, com câmeras de alto angulo e cores marcantes e contra o sol.

O filme não é pra qualquer um, é cinema de fluxo, não mimético, onde os picos são cortados pela direção. Quem quiser um filme pra se entreter não o veja, esse filme é arte, é para ser contemplado e não para distração.

Que roteiro sensacional!