Higor

Esse filme na verdade foi feito em homenagem ao 60º aniversário da Sociedade de Cinema de São Francisco, o que explica seu tema. Trata-se de uma colaboração de Maddin com outros co-autores e o musico Jacob Garchik, que tocou a trilha sonora ao vivo durante a exibição original. O projeto então é na verdade uma experiência festiva que não foi originalmente desenvolvida para a distribuição no cinema de maneira geral. Ainda assim, uma belíssima visão de São Francisco através de fragmentos do cinema americano.

Respeito muito o LVT por todas as suas conquistas dentro do cinema, é inegável que seu estilo seja definitivo e único, e a maioria de seus filmes tem uma sensibilidade humanista ímpar. Dessa vez, após despejar comentários horrendos nos últimos anos e passar por graves acusações, decidiu vestir a carapuça do macho-vitima e perdeu totalmente o controle da sua mão. Não Lars, eu não vou entrar no seu joguinho intelectual dessa vez.

Eu senti muito de Agnès Varda aqui, Rehana fez um ótimo trabalho em criar um ambiente intimista e ao mesmo tempo surrealista, é como se adentrássemos no subconsciente da entrevistada e ouvíssemos todos os seus pensamentos. Uma obra muito interessante.