Filmes assim me deixam tendo uma overdose de satisfação. Ouço os comentários de quem assiste comigo e percebo que as pessoas ainda se angustiam com coisas deformadas e sem nenhum sentido! E eu também. Tudo se resolve rindo só por ver essa reação interior e de quem está conosco.
É um filme incrível, literalmente: não é possível crer em nada dele. As opções são ficar muito puto e indignado ou rir da indignação de quem tá puto e rir mais ainda.
O ensaio "Símbolos e Mitos no filme O Silêncio dos Inocentes", do professor Olavo de Carvalho, foi a melhor coisa que li a respeito desse filme. Recomendo pra quem tenha interesse em compreender a obra.
Esse filme aborda um aspecto psicológico encontrado em psiques elevadas comparada ao ambiente imediato, porque a realidade apresenta a possibilidade dele incorporar esse modelo psíquico somente a ele mesmo e se torna indiferente aos outros, fazendo destes até um instrumento de provação. O nome dado ao aspecto da psique é Ato Sem Testemunha. Estes são os atos de que o indivíduo só se reconhece autor por uma obrigação interior, não externa; à medida que neles se reconhece, integra a sua personalidade e, assim, fica menos à mercê de quaisquer automatismos de pensamento ou comportamento, seja convenções sociais ou a ação dos personagens que ignoram a inclinação interior da personalidade que sabe algo que transcende toda a situação aparente. O personagem que Harrison Ford interpreta é raríssimo no cinema e na literatura.
> Quem não viu o filme não leia, tá cheio de spoiler <
Fiquei com algumas dúvidas sobre o filme. A primeira delas é se a família inglesa era protestante, já que estavam na Inglaterra no ano de 1630, após a reforma. A segunda é a explicação de não existir nenhum símbolo sacro durante o filme inteiro, como alguma cruz, imagem ou a própria Sagrada Escritura, apesar dos personagens terem incorporado a moral externa do cristianismo, exotérica, principalmente os filhos, que não possuíam conhecimento místico nem espiritual e esotérico, somente moral, no máximo ascético. Caso alguém saiba me explicar ou mostrar entrevistas com o diretor/roteirista, agradeço.
O filme me deu algumas reflexões, como uma intuição análoga da primeira cena com a revolta angélica de Lúcifer. A família, por causa do pai e chefe foi expulsa de uma comunidade por sua soberba, admitida pelo próprio provedor futuramente. Nessa comunidade havia interproteção mútua, médicos, comércio, casas e muros que protegessem das florestas (onde habitam as "forças sutis da natureza", que são exercidas por bruxos e magos até os dias atuais). É como se eles fossem expulsos da civilização e fossem viver no deserto, como a esposa do chefe disse posteriormente. A revolta angélica também foi chefiada por um único anjo que enganou e persuadiu os demais, onde foi inventada a soberba, primeiro pecado que é mãe de todos os outros e criação angélica, que os fazem sair da "civilização" (reino dos céus) para viverem no inferno, que simbolicamente é tido como deserto. Neste ambiente natural é onde se padece as maiores tentações carnais e espirituais: "Parecem doces no deserto as fontes, se salgadas" diz o poeta, que me fez pensar sobre Thomasim e seu desfecho, que já apresento.
A segunda reflexão que o filme me passou foi a carga real de percepção que o roteirista passou sobre a inteligência angélica, no caso a dos anjos decaídos, já que estes percebem os pontos mais fracos do caráter, temperamento e personalidade dos homens, os tentando justamente nesse ponto. Por exemplo: o menino irmão de Thomasim que olhava vez ou outra pro decote de sua irmã mais velha, futuramente na floresta teve uma visão de uma bela mulher, vestida de vermelho (cor sugestível), que o fixa até ela, quando na verdade era uma espécie de feitiço feito por uma bruxa velha, entre outros.
A última é sobre Thomasim, a menina vítima da trama diabólica. Segundo Andrew Lobacewski, se uma pessoa saudável conviver com um psicopata ela se tornará histérica, no sentido clínico do termo. Após perder toda sua família, ela recebe o convite do próprio algoz e o aceita como provedor, "chefe da família", já que agora ela usufruirá de certas vantagens que o diabo oferece para seduzi-la. Não se trata, como disseram anteriormente aqui, sobre "enaltecer o mal", mas sobre um duelo de inteligências onde o diabo vence o homem. Indefesa física e psicologicamente, a menina também cede seu terreno espiritual ao vilão que dela tudo tirou. "Parecem doces no deserto as fontes, se salgadas". Thomasim começa o filme no caminho da aridez, onde é expulsa da vila, e um pouco depois perde seu irmão mais novo, Samuel, quando era por ele responsável, causando problemas com sua mãe desestabilizada e enfrentando uma crise de fé. A jornada dela e o fim vocês já sabem.
Não compreendo também o motivo de muita gente dizer: "achei muito cristão" ao comentar sobre o filme. Talvez seja mera idiotice. A bruxaria faz parte da estrutura da Tradição Cristã. Está dentro da demonologia, que está dentro dos rituais de exorcismos. O bruxo consulta o diabo, este conhece bem a Deus e se volta contra seus filhos, assim como bruxos se voltam contra monges, e ascetas se voltam contra magos etc. O fato do filme ter o nome "A Bruxa" não isentará quem for ver o filme de encontrar aspectos simbólicos apesar de que uma bruxa sirva ao diabólico, nem dará a certeza de que o filme se torne apenas um panfleto satanista. É natural que uma bruxa entre em confronto com aspectos sagrados, assim como um monge se empenhe contra aspectos profanos.
"O homem de mente clara é o que se liberta dessas “ideias fantasmagóricas" e olha de frente para a vida, e se conscientiza de que tudo nela é problemático, e sente-se perdido. Como isso é a verdade pura – ou seja, que viver é sentir-se perdido –, aquele que o aceita já começou a se encontrar, já começou a descobrir sua realidade autêntica, já está em terra firme. Instintivamente, como o náufrago, buscará algo a que se agarrar, e esse olhar trágico, peremptório, absolutamente verdadeiro porque se trata da salvação, o fará ordenar o caos de sua vida. Estas são as únicas ideias verdadeiras: as ideias dos náufragos. O resto é retórica, postura, farsa íntima. Quem não se sente verdadeiramente perdido perde-se inexoravelmente; isto é, não se encontra jamais, não se encontra nunca com a própria realidade." Ortega y Gasset.
Muito interessante é ter sabido que o Henrique VIII morreu de sífilis, olha só, que tragicômico, não é mesmo? Sua "igrejinha" anglicana permite a orgia generalizada com qualquer tipo de gente. Pegou o que lhe convinha da igreja católica e o que não era de seu interesse carnal tirou, além de perseguir e matar os cristãos, virou rei também da "espiritualidade". Um tremendo doente mental. Morreu pelo próprio pecado que instituiu. É isso aí, ótima mensagem do filme.
A cena do diário.. Uma das cenas mais sinceras em relação a vida de inúmeras pessoas hoje em dia, que exterioriza os sentimentos e situações mais profundas que estão no âmago de cada um, essa "cena" na qual mesmo assim, as pessoas insistem em dormir, em não dar importância nenhuma, a uma situação tão delicada que é a de viver sem escolher a opção de trafegar a própria vida.
O Ataque do Tubarão de 5 Cabeças
1.7 29 Assista AgoraFilmes assim me deixam tendo uma overdose de satisfação. Ouço os comentários de quem assiste comigo e percebo que as pessoas ainda se angustiam com coisas deformadas e sem nenhum sentido! E eu também. Tudo se resolve rindo só por ver essa reação interior e de quem está conosco.
É um filme incrível, literalmente: não é possível crer em nada dele. As opções são ficar muito puto e indignado ou rir da indignação de quem tá puto e rir mais ainda.
O Ataque do Tubarão de 5 Cabeças
1.7 29 Assista AgoraAhuashaudhfjjauahdd pqp
O Silêncio dos Inocentes
4.4 2,8K Assista AgoraO ensaio "Símbolos e Mitos no filme O Silêncio dos Inocentes", do professor Olavo de Carvalho, foi a melhor coisa que li a respeito desse filme. Recomendo pra quem tenha interesse em compreender a obra.
O Fugitivo
3.7 262 Assista AgoraEsse filme aborda um aspecto psicológico encontrado em psiques elevadas comparada ao ambiente imediato, porque a realidade apresenta a possibilidade dele incorporar esse modelo psíquico somente a ele mesmo e se torna indiferente aos outros, fazendo destes até um instrumento de provação. O nome dado ao aspecto da psique é Ato Sem Testemunha. Estes são os atos de que o indivíduo só se reconhece autor por uma obrigação interior, não externa; à medida que neles se reconhece, integra a sua personalidade e, assim, fica menos à mercê de quaisquer automatismos de pensamento ou comportamento, seja convenções sociais ou a ação dos personagens que ignoram a inclinação interior da personalidade que sabe algo que transcende toda a situação aparente. O personagem que Harrison Ford interpreta é raríssimo no cinema e na literatura.
O Peregrino do Absoluto
3.8 2https://www.youtube.com/watch?v=jaMriMgRwZk
A Bruxa
3.6 3,4K Assista Agora> Quem não viu o filme não leia, tá cheio de spoiler <
Fiquei com algumas dúvidas sobre o filme. A primeira delas é se a família inglesa era protestante, já que estavam na Inglaterra no ano de 1630, após a reforma. A segunda é a explicação de não existir nenhum símbolo sacro durante o filme inteiro, como alguma cruz, imagem ou a própria Sagrada Escritura, apesar dos personagens terem incorporado a moral externa do cristianismo, exotérica, principalmente os filhos, que não possuíam conhecimento místico nem espiritual e esotérico, somente moral, no máximo ascético. Caso alguém saiba me explicar ou mostrar entrevistas com o diretor/roteirista, agradeço.
O filme me deu algumas reflexões, como uma intuição análoga da primeira cena com a revolta angélica de Lúcifer. A família, por causa do pai e chefe foi expulsa de uma comunidade por sua soberba, admitida pelo próprio provedor futuramente. Nessa comunidade havia interproteção mútua, médicos, comércio, casas e muros que protegessem das florestas (onde habitam as "forças sutis da natureza", que são exercidas por bruxos e magos até os dias atuais). É como se eles fossem expulsos da civilização e fossem viver no deserto, como a esposa do chefe disse posteriormente. A revolta angélica também foi chefiada por um único anjo que enganou e persuadiu os demais, onde foi inventada a soberba, primeiro pecado que é mãe de todos os outros e criação angélica, que os fazem sair da "civilização" (reino dos céus) para viverem no inferno, que simbolicamente é tido como deserto. Neste ambiente natural é onde se padece as maiores tentações carnais e espirituais: "Parecem doces no deserto as fontes, se salgadas" diz o poeta, que me fez pensar sobre Thomasim e seu desfecho, que já apresento.
A segunda reflexão que o filme me passou foi a carga real de percepção que o roteirista passou sobre a inteligência angélica, no caso a dos anjos decaídos, já que estes percebem os pontos mais fracos do caráter, temperamento e personalidade dos homens, os tentando justamente nesse ponto. Por exemplo: o menino irmão de Thomasim que olhava vez ou outra pro decote de sua irmã mais velha, futuramente na floresta teve uma visão de uma bela mulher, vestida de vermelho (cor sugestível), que o fixa até ela, quando na verdade era uma espécie de feitiço feito por uma bruxa velha, entre outros.
A última é sobre Thomasim, a menina vítima da trama diabólica. Segundo Andrew Lobacewski, se uma pessoa saudável conviver com um psicopata ela se tornará histérica, no sentido clínico do termo. Após perder toda sua família, ela recebe o convite do próprio algoz e o aceita como provedor, "chefe da família", já que agora ela usufruirá de certas vantagens que o diabo oferece para seduzi-la. Não se trata, como disseram anteriormente aqui, sobre "enaltecer o mal", mas sobre um duelo de inteligências onde o diabo vence o homem. Indefesa física e psicologicamente, a menina também cede seu terreno espiritual ao vilão que dela tudo tirou. "Parecem doces no deserto as fontes, se salgadas". Thomasim começa o filme no caminho da aridez, onde é expulsa da vila, e um pouco depois perde seu irmão mais novo, Samuel, quando era por ele responsável, causando problemas com sua mãe desestabilizada e enfrentando uma crise de fé. A jornada dela e o fim vocês já sabem.
Não compreendo também o motivo de muita gente dizer: "achei muito cristão" ao comentar sobre o filme. Talvez seja mera idiotice. A bruxaria faz parte da estrutura da Tradição Cristã. Está dentro da demonologia, que está dentro dos rituais de exorcismos. O bruxo consulta o diabo, este conhece bem a Deus e se volta contra seus filhos, assim como bruxos se voltam contra monges, e ascetas se voltam contra magos etc. O fato do filme ter o nome "A Bruxa" não isentará quem for ver o filme de encontrar aspectos simbólicos apesar de que uma bruxa sirva ao diabólico, nem dará a certeza de que o filme se torne apenas um panfleto satanista. É natural que uma bruxa entre em confronto com aspectos sagrados, assim como um monge se empenhe contra aspectos profanos.
O Jardim das Aflições
3.5 152"O homem de mente clara é o que se liberta dessas “ideias fantasmagóricas" e olha de frente para a vida, e se conscientiza de que tudo nela é problemático, e sente-se perdido. Como isso é a verdade pura – ou seja, que viver é sentir-se perdido –, aquele que o aceita já começou a se encontrar, já começou a descobrir sua realidade autêntica, já está em terra firme. Instintivamente, como o náufrago, buscará algo a que se agarrar, e esse olhar trágico, peremptório, absolutamente verdadeiro porque se trata da salvação, o fará ordenar o caos de sua vida. Estas são as únicas ideias verdadeiras: as ideias dos náufragos. O resto é retórica, postura, farsa íntima. Quem não se sente verdadeiramente perdido perde-se inexoravelmente; isto é, não se encontra jamais, não se encontra nunca com a própria realidade." Ortega y Gasset.
O Homem Que Não Vendeu Sua Alma
3.9 96 Assista AgoraMuito interessante é ter sabido que o Henrique VIII morreu de sífilis, olha só, que tragicômico, não é mesmo? Sua "igrejinha" anglicana permite a orgia generalizada com qualquer tipo de gente. Pegou o que lhe convinha da igreja católica e o que não era de seu interesse carnal tirou, além de perseguir e matar os cristãos, virou rei também da "espiritualidade". Um tremendo doente mental. Morreu pelo próprio pecado que instituiu. É isso aí, ótima mensagem do filme.
A Gaia Ciência
3.8 30esse cara perdeu absolutamente o meu respeito pelos seus trabalhos
Killer Joe: Matador de Aluguel
3.6 877 Assista Agoraaplausos
principalmente pela cena da coxinha
Até que a Luz nos Leve
4.3 145https://www.youtube.com/watch?v=Befpd-laOFM
Kids
3.5 665é assim mesmo jenny
https://www.youtube.com/watch?v=FiElRCSoXRY
A Casa do Cemitério
3.4 106sinopse desgraçada essa que já enfia um spoiler do caralho
A Máscara do Horror
3.8 21 Assista Agorasua aflição não veio de deus, nem do demônio... mas de seu coração, seu próprio cérebro, sua própria alma... sua cura virá somente de si mesmo
A Marca do Vampiro
3.5 34"pareceu um filme do Jodorowsky nesse final, né?" ahahaha
Cenas de um Casamento
4.4 232A cena do diário.. Uma das cenas mais sinceras em relação a vida de inúmeras pessoas hoje em dia, que exterioriza os sentimentos e situações mais profundas que estão no âmago de cada um, essa "cena" na qual mesmo assim, as pessoas insistem em dormir, em não dar importância nenhuma, a uma situação tão delicada que é a de viver sem escolher a opção de trafegar a própria vida.
A Casa Sinistra
3.4 43muito louco hdhdahadashashasdhdsahdashdashasdhasdhadsbdassda
Maníacos
3.4 21 Assista Agoradrive, before i change my mind!
O Quinto Elemento
3.7 815o cara comeu o quinto elemento, possa crer