Um dos filmes mais fracos do Clint Eastwood, roteiro inverossímil e alguns momentos piegas. Aqueles clichês sessão da tarde até no humor. Ainda assim é um bom entretenimento.
Escrevo esta carta para você sobre o futuro. Olho para ele por meio das lentes do meu mundo. Pelas lentes do cinema, que são o centro do meu mundo. Nos últimos anos, percebi que a ideia sobre o cinema com a qual cresci, que é aquela que eu mostro a você desde que era uma criança, e com a qual eu me desenvolvi quando comecei a fazer filmes, está chegando ao fim. Não me refiro aos filmes que já foram feitos, mas aos que estão por vir.
Eu não quero ser desanimador. Não escrevo estas palavras com o espírito de defesa. Pelo contrário, acredito que o futuro é brilhante. Sempre soubemos que os filmes são um negócio, e que a arte do cinema se tornou possível porque foi alinhada a estas condições. Nenhum de nós, que começamos nos anos 60 e 70 tínhamos ilusões quanto a isso. Sabíamos que teríamos que trabalhar duro para proteger o que amamos. Também sabíamos que às vezes temos que passar por períodos complicados. E acredito que nós percebemos, em certo nível, que deveremos chegar a um período em que cada elemento inconveniente ou imprevisível na produção de filmes seria minimizado, talvez até eliminado. Qual o elemento mais imprevisível de todos? O Cinema. E as pessoas que o fazem.
Não quero repetir o que já foi dito e escrito tantas vezes antes de mim, sobre as mudanças no Mercado, e eu me animo com as exceções para a tendência geral na produção de filmes – Wes Anderson, Richard Linklater, David Fincher, Alexander Payne, os irmãos Coen, James Gray e Paul Thomas Anderson estão conseguindo fazer seus filmes, e Paul não apenas fez “O Mestre” em 70mm, mas conseguiu exibi-lo desta forma em algumas cidades. Qualquer um que se importa com o cinema deveria agradecer. Também me sinto motivado pelos artistas que continuam a fazer seus filmes por todo o mundo, na França, Coreia do Sul, Inglaterra, Japão, África. Está ficando cada vez mais difícil mas eles estão fazendo seus filmes.
No entanto, eu não acho que estou sento pessimista quando digo que o cinema como arte e mercado está em uma encruzilhada. O entretenimento audiovisual e o que entendemos como cinema – imagens em movimento concebidas por indivíduos – parecem lançados em diferentes direções. No futuro, você provavelmente vai ver cada vez menos cinema em telas de multiplexes e cada vez mais em cinemas menores, online, e, imagino eu, em locais e circunstâncias que não posso prever.
Então por que o futuro é tão brilhante? Porque pela primeira vez na história de todas as formas de arte, filmes realmente podem ser feitos com muito pouco dinheiro. Isso não era dito quando eu era jovem, e filmes de orçamento muito baixo sempre foram exceção e não regra. Agora, é o contrário. Você pode conseguir imagens lindas com câmeras acessíveis. Você pode gravar som. Você pode editar e misturar e corrigir cores em casa. Isso tudo vai acontecer.
Mas com toda a atenção voltada para o maquinário de fazer filmes e para os avanços em tecnologia que levaram a esta revolução no cinema, há algo importante para se lembrar: as ferramentas não fazem o filme, você faz o filme. É libertador pegar uma câmera e começar a filmar e então juntar tudo no Final Cut Pro. Fazer um filme (aquele que você precisa fazer) é diferente. Não existem atalhos.
Se John Cassavetes, meu amigo e mentor, estivesse vivo hoje, ele certamente estaria usando todos os equipamentos disponíveis. Mas ele estaria dizendo as mesmas coisas que sempre disse: você tem que ser totalmente dedicado ao trabalho, dar tudo de si, e tem que proteger a primeira conexão que te levou a fazer o filme inicialmente. Você tem que proteger isso com a sua vida. No passado, devido ao fato de ser caro fazer filmes, tínhamos que nos proteger contra a exaustão e o compromisso. No futuro, você terá que se proteger contra outra coisa: a tentação de ir com o fluxo e permitir que o filme fique à deriva e siga sozinho.
Isso não é só uma questão de cinema. Não existem atalhos para nada. Não estou dizendo que tudo tem que ser difícil. Estou dizendo que a voz que te acende é a sua voz: a luz interior, como os Quakers dizem. Esta é você. Esta é a verdade.
Roteiro ok, diálogos ok, fotografia bonita e personagens pouco convincentes. A atuação dos dois protagonistas é fraca, o que faz cair a média do que seria mais um "bom e repetitivo" filme do velho Woody Allen.
Curti a referência ao Anticristo (cena do sonho fazendo sexo na floresta, aos pés da árvore) e à Laranja Mecânica (cena de Josh tomando um copo de leite logo antes da carnificina) hahaha
Fora isso, preferia que o filme tivesse um caminho menos sanguinário e mais dramático,
explorando a dificuldade dos garotos continuarem em direção a vida adulta (amizade, relacionamento amoroso, culpa) ao invés de colocar um deles como "vilão assassino" e todo aquele derramamento de sangue no final.
No último sábado a noite eu fiquei em casa e vi um filme imortal. O cinema existe pra nos lembrar que a vida real é implacável. Por ele - e jamais pela realidade - somos humanos.
Solidão e amor andam próximos. Estar sozinho desperta em nós a capacidade de sentir empatia, de amar sem interesses e degustar dos acasos da vida. Uma pequena obra de arte sobre a vida como ela é: despedaçante e aleatória. Lindo demais...
Dilacerador. Vai rasgando nosso coração aos poucos, sentimento por sentimento, sem piedade. E, ao final, percebemos o quanto ainda somos capazes de SENTIR com profundidade. Percebemos o quanto ainda estamos vivos. Todas as palavras são insuficientes...
Um Mundo Perfeito
4.0 248 Assista AgoraUm dos filmes mais fracos do Clint Eastwood, roteiro inverossímil e alguns momentos piegas. Aqueles clichês sessão da tarde até no humor. Ainda assim é um bom entretenimento.
Ovelha Negra
3.4 5Você pode até ser foda, mas a Rita Lee...
CineMagia - A História das Videolocadoras de São Paulo
4.0 109Tradução da carta escrita por Martin Scorsese para sua filha, em 2013:
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"Querida Francesca,
Escrevo esta carta para você sobre o futuro. Olho para ele por meio das lentes do meu mundo. Pelas lentes do cinema, que são o centro do meu mundo.
Nos últimos anos, percebi que a ideia sobre o cinema com a qual cresci, que é aquela que eu mostro a você desde que era uma criança, e com a qual eu me desenvolvi quando comecei a fazer filmes, está chegando ao fim. Não me refiro aos filmes que já foram feitos, mas aos que estão por vir.
Eu não quero ser desanimador. Não escrevo estas palavras com o espírito de defesa. Pelo contrário, acredito que o futuro é brilhante.
Sempre soubemos que os filmes são um negócio, e que a arte do cinema se tornou possível porque foi alinhada a estas condições. Nenhum de nós, que começamos nos anos 60 e 70 tínhamos ilusões quanto a isso. Sabíamos que teríamos que trabalhar duro para proteger o que amamos. Também sabíamos que às vezes temos que passar por períodos complicados. E acredito que nós percebemos, em certo nível, que deveremos chegar a um período em que cada elemento inconveniente ou imprevisível na produção de filmes seria minimizado, talvez até eliminado. Qual o elemento mais imprevisível de todos? O Cinema. E as pessoas que o fazem.
Não quero repetir o que já foi dito e escrito tantas vezes antes de mim, sobre as mudanças no Mercado, e eu me animo com as exceções para a tendência geral na produção de filmes – Wes Anderson, Richard Linklater, David Fincher, Alexander Payne, os irmãos Coen, James Gray e Paul Thomas Anderson estão conseguindo fazer seus filmes, e Paul não apenas fez “O Mestre” em 70mm, mas conseguiu exibi-lo desta forma em algumas cidades. Qualquer um que se importa com o cinema deveria agradecer.
Também me sinto motivado pelos artistas que continuam a fazer seus filmes por todo o mundo, na França, Coreia do Sul, Inglaterra, Japão, África. Está ficando cada vez mais difícil mas eles estão fazendo seus filmes.
No entanto, eu não acho que estou sento pessimista quando digo que o cinema como arte e mercado está em uma encruzilhada. O entretenimento audiovisual e o que entendemos como cinema – imagens em movimento concebidas por indivíduos – parecem lançados em diferentes direções. No futuro, você provavelmente vai ver cada vez menos cinema em telas de multiplexes e cada vez mais em cinemas menores, online, e, imagino eu, em locais e circunstâncias que não posso prever.
Então por que o futuro é tão brilhante? Porque pela primeira vez na história de todas as formas de arte, filmes realmente podem ser feitos com muito pouco dinheiro. Isso não era dito quando eu era jovem, e filmes de orçamento muito baixo sempre foram exceção e não regra. Agora, é o contrário. Você pode conseguir imagens lindas com câmeras acessíveis. Você pode gravar som. Você pode editar e misturar e corrigir cores em casa. Isso tudo vai acontecer.
Mas com toda a atenção voltada para o maquinário de fazer filmes e para os avanços em tecnologia que levaram a esta revolução no cinema, há algo importante para se lembrar: as ferramentas não fazem o filme, você faz o filme. É libertador pegar uma câmera e começar a filmar e então juntar tudo no Final Cut Pro. Fazer um filme (aquele que você precisa fazer) é diferente. Não existem atalhos.
Se John Cassavetes, meu amigo e mentor, estivesse vivo hoje, ele certamente estaria usando todos os equipamentos disponíveis. Mas ele estaria dizendo as mesmas coisas que sempre disse: você tem que ser totalmente dedicado ao trabalho, dar tudo de si, e tem que proteger a primeira conexão que te levou a fazer o filme inicialmente. Você tem que proteger isso com a sua vida. No passado, devido ao fato de ser caro fazer filmes, tínhamos que nos proteger contra a exaustão e o compromisso. No futuro, você terá que se proteger contra outra coisa: a tentação de ir com o fluxo e permitir que o filme fique à deriva e siga sozinho.
Isso não é só uma questão de cinema. Não existem atalhos para nada. Não estou dizendo que tudo tem que ser difícil. Estou dizendo que a voz que te acende é a sua voz: a luz interior, como os Quakers dizem.
Esta é você. Esta é a verdade.
Com todo meu amor,
Papai."
Os Miseráveis
4.0 161Me lembrou, na mensagem final, "A fita branca". Criamos monstros porque damos poder aos monstros.
Jojo Rabbit
4.2 1,6K Assista AgoraComo não amar as referências ao filme "A vida é bela"? A mente sorriu, mas o coração chorou...
Um Dia de Chuva em Nova York
3.2 288 Assista AgoraRoteiro ok, diálogos ok, fotografia bonita e personagens pouco convincentes. A atuação dos dois protagonistas é fraca, o que faz cair a média do que seria mais um "bom e repetitivo" filme do velho Woody Allen.
História de um Casamento
4.0 1,9K Assista AgoraAdam Driver na melhor atuação da sua carreira. Filme maduro, real e tão doloroso quanto reconfortante. 2019 foi um ano espetacular pro cinema!
Todas as Canções de Amor
3.6 97Cinema brasileiro + música brasileira: dilacerador!
Entre o Inferno e o Profundo Mar Azul
4.0 15Era uma vez um marinheiro... triste e solitário.
Tempos Obscuros
3.3 266Curti a referência ao Anticristo (cena do sonho fazendo sexo na floresta, aos pés da árvore) e à Laranja Mecânica (cena de Josh tomando um copo de leite logo antes da carnificina) hahaha
Fora isso, preferia que o filme tivesse um caminho menos sanguinário e mais dramático,
explorando a dificuldade dos garotos continuarem em direção a vida adulta (amizade, relacionamento amoroso, culpa) ao invés de colocar um deles como "vilão assassino" e todo aquele derramamento de sangue no final.
Cafarnaum
4.6 673 Assista AgoraNo último sábado a noite eu fiquei em casa e vi um filme imortal. O cinema existe pra nos lembrar que a vida real é implacável. Por ele - e jamais pela realidade - somos humanos.
Generation Iron 3
3.4 3Melhor que o 2 e pior que o 1. Muito boa a parte da "rivalidade" entre Bodybuilders e Men's Physique hahahaha
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3.5 5 Assista AgoraSem sal...
Bingo - O Rei das Manhãs
4.1 1,1K Assista AgoraO cinema nacional respira. Jamais matarão! "Vai,barão!" (L)
O Conto da Princesa Kaguya
4.4 802 Assista AgoraO cinema em seu estado puro. Como a arte pode explodir seus preconceitos e expandir seu coração. Muito obrigado...
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3.8 58Solidão e amor andam próximos. Estar sozinho desperta em nós a capacidade de sentir empatia, de amar sem interesses e degustar dos acasos da vida. Uma pequena obra de arte sobre a vida como ela é: despedaçante e aleatória. Lindo demais...
Lucky
4.1 193 Assista AgoraTudo é passageiro, é a temática da história. Porém, a arte permanece. Obra imortal.
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The Square - A Arte da Discórdia
3.6 318 Assista AgoraPorra de macaco. A melhor cena é a da camisinha!
Trama Fantasma
3.7 803 Assista AgoraComeça insuportável, melhora e depois termina chato pra caralho novamente.
Ouro e Cobiça
3.5 120 Assista AgoraMatthew McConaughey (L)
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4.5 375Torrent, por favor...
Mary e Max: Uma Amizade Diferente
4.5 2,4KDilacerador. Vai rasgando nosso coração aos poucos, sentimento por sentimento, sem piedade. E, ao final, percebemos o quanto ainda somos capazes de SENTIR com profundidade. Percebemos o quanto ainda estamos vivos. Todas as palavras são insuficientes...
Tower
4.2 28A montagem ser feita com animação foi uma ideia sensacional.
Rita (L)