Jaqueline Oliveira

No início, quis muito assistir a esse filme por conta do título ser o mesmo de um dos meus favoritos da vida: A festa, de Thomas Vinterberg. Depois de alguns minutos vi que a história iria mesmo para um lado meio diferente do que tinha pensado e achei que ali havia no máximo alguma semelhança, até mesmo pelas escolhas de direção e tais, com outro filme que gosto bem: Quem tem medo de Virgínia Woolf? Enfim, tudo isso pra dizer que não fui conferir esse A festa por ele mesmo exatamente, mas que ao final eu gostei bastante da história por ter boas interpretações, discutir temas atuais com falas mais ou menos densas (e fora de clichês), mostrar relações sociais e afetivas entre pessoas com experiências de vida mais duradouras e intensas (inclusive nas suas dúvidas), e ter ótimas tiradas de humor, claro! Eu ri bem com algumas cenas... Recomendo!

Assisti esse filme há anos, acredito que logo quando estreou nos cinemas. Na época gostei, mas acho que não me atentei tanto a algo que vi como fundamental dessa última vez: o quanto a história toda está centrada na questão da aleatoriedade e do acaso. Claro que os personagens planejam, jogam isso do jogo da vida, mas W. Allen me pareceu falar sobre como não temos controle absoluto sobre os resultados de nossas ações - por mais meticulosas que sejam como é o caso de Chris. O filme é relativamente longo e podemos acompanhar os personagens, ver suas expressões faciais de perto, como reagem aos fatos e uns aos outros, e como eles lidam ou não com as oportunidades que aparecem na história. Também acho que há uma discussão de fundo sobre desigualdades de classe e oportunidades de ascensão na lógica capitalista, mas para mim o que ficou mesmo foi o trágico e belo do acaso. As referências literárias e musicais reforçam as reflexões propostas pelo roteiro, direção e atuações. Para mim, um bom filme!

Assisti o filme ontem e o achei muito bom! Para mim, esse tema de falar dos desafios da vida adulta, responsável e tais, e de como isso conflita com os sonhos, expectativas e dificuldades da vida que sempre se levou - e com a leveza do filme e sua protagonista -, é realmente um ponto bem positivo! A caracterização dos personagens, situações e diálogos foi bem interessante, muito próxima ao que vejo no dia a dia, nada tão irreal e idealizado (por exemplo, isso de ter milhares de conversas paralelas na mesa e vem alguém com um assunto ainda mais "nada a ver" com o dito e mudar o rumo de tudo, de novo - mas tudo simultâneo). Fora a trilha sonora e fotografia, que gostei bastante também: enfim, filme bacana!