Karoline Rodrigues

Piegas.

Sabe aquele filme que você fica com o coração na mão o tempo inteiro, e quando ele acaba você fica achando que está vivendo naquele universo? Pois é, saí do cinema de madrugada e passei por uma avenida arborizada jurando que a qualquer momento um macaco iria sair de lá pra me atacar. Um filme simplesmente incrível. Perfeito.

Tenho que admitir que procurei muito na internet outras resenhas sobre o documentário Fahrenheit 11 de Setembro pra poder me basear e fazer a minha. Apesar de fazer resenhas de livros toda semana, não acho a coisa mais fácil do mundo fazer uma resenha sobre um documentário no qual eu sou totalmente leiga quando o assunto é critica. Não conheço diretores, e não faço idéia de como as produções por aí a fora são julgadas, mas eu vou tentar fazer meu melhor, usufruindo da pouca experiência que tenho em resenhar livros.

Dentre as resenhas que eu li sobre o documentário, todas dão um enfoque absurdo na forma de dirigir de Michael Moore, que é conhecido especialmente por seu jornalismo parcial. Em Fahrenheit ele deixa bem claro que ele é totalmente contra o governo do ex-presidente norte-americano, o George W. Bush. No momento em que eu estava assistindo ao documentário, confesso que gostei bastante da forma que ele “atacava” o presidente, cheio de humor sarcástico e imagens do ex-presidente fazendo gracinhas com o ataque de 11 de Setembro.

Possa ser que meu ódio pelo Bush me induziu a gostar do filme e a fazer uma resenha positiva sobre ele, mas eu não posso deixar de destacar alguns pontos que me incomodaram – não incomodaram exatamente, apenas fiquei meio apreensiva em relação à imparcialidade. Estamos cansados de ouvir no mundo jornalístico que “jornalista tem que ser imparcial e blá-blá-blá”, em alguns casos eu concordo plenamente, mas convenhamos, nenhum jornalista é imparcial. É praticamente impossível atingir a imparcialidade! Você tem que se posicionar de algum lado, não é mesmo? E com o jornalismo não é diferente. O que eu não concordo é quando as pessoas confundem a parcialidade encontrada no documentário com a tão falada manipulação que deixa tanta gente revoltada – eu não sou uma delas.

O documentário é recheado de opinião não de “manipulação” como muitos dizem por aí. Acredito que o que Moore quis fazer foi isso, mostrar em que lado do muro ele ficou e esse lado foi o contra o ex-presidente dos EUA. Não o condeno de forma alguma, mesmo sabendo que ele poderia ter puxado algumas cenas para o seu interesse – especialmente no episódio em que ele reúne alguns cidadãos, e os pergunta “quem aqui conhece alguém que está servindo no Iraque?” e praticamente todos levantam a mão. Claro que ele selecionou as pessoas que conheciam alguém que servia ao Iraque, mas se ele não fizesse isso, como ele iria defender seu ponto de vista? Como ele iria mostrar o pior lado da cara de George W. Bush?

Em termos técnicos, eu não conseguiria criticar nada, até por que eu conheço pouca coisa a respeito. Mas falando como uma leiga, a edição do filme é muito boa e algumas até me arrancaram uma gargalhada com a trilha sonora que era colocada em determinadas situações controvérsias.

Espero não ter escrito nenhuma besteira e, principalmente, não ter cometido nenhum crime contra os amantes do mundo cinematográfico.