Cleber Amorim

“Gosto de imaginar que o mundo é uma grande máquina. Você sabe, máquinas nunca tem partes extras. Elas têm o número e tipo exato das partes que precisam. Então imagino que se o mundo é uma grande máquina, eu também estou nele por algum motivo. E isso significa que você também está aqui por alguma razão.”

Em um ano interessante de homenagens, biografias, conflitos familiares, conflitos pessoais, de amor ao clássico cinema mudo, um filme em 3D, que mistura documentário, aventura, fantasia, romance, ficção cientifica, drama e comedia, de uma forma doce e ingênua, com mensagens profundas e um visual perfeito; De fato percebe-se que Martin Scorsese realiza o filme pra de certa forma agradecer aos seus grandes mestres George Méliès, Os Irmãos Lumière e a Sétima arte. Isso é A Invenção de Hugo Cabret.

Hugo, não deixa de ser um filme infantil, mas percebe-se que foi feito pra todas as idades, um filme pra resgatar e nos mostrar como tudo começou. Uma obra tão bem dirigida pelo mestre Martin Scorsese que me surpreendeu a tal ponto que por vezes pensei: É um filme do Scorsese mesmo? Eu estava acostumado com filmes adultos como (Taxi Drive, Os Infiltrados, Touro Indomável e O Aviador) me deixou maravilhado com sua sutileza, por vezes me deu vontade de voltar a ser criança, de ter vivido aquela época, algumas coisas que não vemos hoje em dia como companheirismo, solidariedade como vemos na amizade de Hugo e Isabelle. Eu poderia falar da trilha perfeita, direção de arte,figurino,maquiagem, fotografia mas tudo está realmente perfeito e olha que não o assistir em 3D. Além do (Ben Kingsley) que sempre está bem em todos seus papeis, não vejo grandes atuações, não que o pequeno e talentoso (Asa Butterfield - O Menino do Pijama Listrado) tenha deixado a desejar, mas acredito que HUGO, não foi um filme feito pra grandes atuações, mas foi um filme feito de certa forma homenagear, e nos mostrar a verdadeira magia da sétima arte, de onde ela veio como começou e quem começou e acima de tudo como ela inspirou tanto Scorsese como outros grandes mestres do cinema.

Não acho que seja o melhor filme do Scorsese, e nem que merecia o Oscar de melhor filme, mas acredito que o filme é tão brilhante que cada prêmio,cada elogio que recebeu, foi mais que merecido.

“Se você perde seu propósito… é como se você estivesse quebrado.”

Quando você termina de assistir você vai odiá-lo, mas depois que parar por um tempo, processa-lo e refleti-lo,você não vai achar palavras pra elogiar a genialidade da obra do Terrence Malick. O filme é único e tenho certeza que ninguém fará algo parecido por muito tempo.É uma nova linguagem, uma sensação diferente que a muito tempo não sentia assistindo algo. O Filme é pura reflexão,fala de Deus mas não fala de religião,se existe ou não um ser superior,fala da dor da perda, da criação, evolução e de como superar a morte de alguém. É um filme cheio de cores,paisagens e de universo. Há poucos diálogos,quase um filme mudo. Um roteiro complicado em que a historia dos personagens são desfragmentadas ao longo do filme se misturando no vai e vem do futuro e passado de suas historias.Me parece que os personagens buscam algo sem explicação, cada um busca por uma explicação do sentido de como e porque as coisas acontecem e como a morte de alguém pode abalar suas vidas.

“Sam Mendes consegue deixar Bond mais humano”
A franquia completa 50 anos com a operação Skyfall, é da de presente aos fãs vários elementos de filmes clássicos, vilão, animais, carros,personagens e referencias aos equipamentos de ultra geração do Q (Ben Whishaw – Perfume, Não estou lá)que volta a franquia muito bem, assim como a volta triunfal de Moneypenny.
James Bond é mais uma vez interpretado por Daniel Craig, quem acompanha a franquia e começou consigo em 007 – Cassino Royale pode notar que cada vez ele conhece mais o Bond, e lhe deixa mais solido e completo o que melhora sua atuação ainda mais em Skyfall. Judy Dench volta como M e como sempre arrasa, dessa vez a personagem a meu ver exige um pouco mais de si e de seu talento, o que é ótimo pra nós ver uma atriz de seu calibre na tela. Ralph Fiennes vem pra dar mais peso a franquia e como sempre uma atuação segura.
Uma coisa que é referencia na franquia são os vilões, como Dr.No, Stavro, Jaws, apesar de ter gostado da vilão interpretado por Mads Mikkelsen( Le Chiffre – Cassino Royale),Javier Barden me fez lembrar os maiores vilões da franquia,nesse filme ele trava com Bond uma batalha do velho contra o novo, o antigo e o moderno. Outra coisa além das Bond girls é a trilha sonora, em Skyfall a trilha fica por conta da Adele e sua poderosa voz, a apresentação da trilha no inicio do filme segundo a pessoa que viu o filme comigo: Uma das coisas mais lindas e arrepiantes que já vi no cinema! Eu assino embaixo, no momento da trilha os cabelos dos braços arrepiaram.
A fotografia do filme é diferente dos filmes da serie, a iluminação pra ser mais exato é o que fica mais evidente, com certeza vem de uma linguagem que envolve um Bond cheio de duvidas e lembranças guardadas dentro de si, refletida em menos luz e silhuetas. Talvez por Sam Mendes ter mais liberdade de ousar que os diretores das franquias antigas, que entravam no projeto apenas pra seguir uma linha. Aquela batalha entre o velho e o novo, seguir ou renovar que ao me ver o novo ganhou e os executivos tiveram que dar o braço a torcer e dar mais liberdade e espaço para inovações dos novos diretores que assumem a franquia.