Mesmo com uma indicação ao Oscar para Meryl Streep (a nona da atriz e a única vez que ela não compareceu à cerimônia) e o claro protagonismo da mesma, o filme de Nichols é todo de uma dupla. Falar de Meryl sem mencionar sua parceria com Shirley MacLaine é uma heresia: como mãe e filha, ambas se saem igualmente bem (com Shirley extravagante na medida exata) quando trocam faíscas de inveja e afeto em uma relação permeada por carinho mas também por competição. Apesarem de terem o mesmo sangue, mas são figuras opostas e que encaram a vida e a fama de maneiras opostas. Precisam se encontrar – afinal são atrizes e dividem o mesmo meio – só que não possuem nada em comum além da profissão, do sangue e dos deveres familiares em comum. O filme é leve e descompromissado, essas duas grandes damas da atuação, esbanjam charme e talento só para variar.
Antes de tudo amo esse filme. São filmes profundos e sentimentais como este que me fazem perceber o quão bom estou ouvindo as pessoas. E os dois personagens revelaram seus verdadeiros corações de uma maneira que surpreende. Mais interessante do que suas histórias aleatórias foi como cada um falou sobre si mesmo. É sobre "ouvir nas entrelinhas", sublime.
Um metamorfose triunfante que aproveita todas as oportunidades para pegar um clichê cinematográfico e transformá-lo completamente em sua cabeça. Este é o filme do escritor Kaufman, assim como o de Jonze, e a dupla consegue provocar risadas, sentimentos e pensamentos neste mergulho surreal na psique escrita, completa com uma dupla performance maravilhosa de Nicolas Cage (sem aquela cara de hoje em dia, que preciso pagar contas, deixa atuação pra depois) e Meryl Streep, como sempre roubando todas as cenas.
Uma maravilha de filme. Coisa de gente grande, para gente grande, com uma bela trama, um tema importante, um texto soberbo e atuações irretocáveis dos quatro atores que fazem os personagens principais, um padre, duas freiras e uma mãe – Philip Seymour Hoffman, Meryl Streep, Amy Adams, Viola Davis.
É um filme sobre religião, educação, amor ao próximo, certeza e dúvida, sobre os julgamentos que fazemos sobre as pessoas e seus atos sem ter prova concreta de nada, sobre como boatos podem destruir vidas. Um filme sobre conceitos morais, valores. Em suma: sobre temas fundamentais que a gente não vê toda hora no cinema, especialmente depois que ele passou a se voltar mais para os adolescentes que para os adultos.
Num dos especiais do DVD, há uma frase do autor e diretor que, na minha opinião, deveria estar no filme, nos créditos finais, logo depois que ele faz a homenagem à irmã James, sua professora da adolescência. O texto dele no especial é o seguinte: “Dedico Dúvida às muitas ordens de freiras católicas que devotaram suas vidas a servir aos outros em hospitais, escolas e casas de repouso. Embora elas tenham sido alvo de críticas malignas e terem sido ridicularizadas, quem entre nós foi tão generoso?”
E não poderia ser mais acertada a escolha dessa Amy Adams, que eu não conhecia, mas está ótima, soberba, no papel. Com um filme só, virei fã de carteirinha de Amy Adams.
De Meryl Streep, Viola Davis e Philip Seymour Hoffman, nem é preciso falar. Eles são maravilhosos sempre, e estão estupendos aqui.
A seqüência em que o Padre Flynn faz seu segundo sermão, o sobre a fofoca, a maldade que se espalha como um veneno que ninguém depois tem condições de aprisionar de volta, é de um brilho absoluto. É o tipo da união perfeita de forma e conteúdo, o que se diz e como se diz. É de babar.
Lembranças de Hollywood
3.4 59 Assista AgoraMesmo com uma indicação ao Oscar para Meryl Streep (a nona da atriz e a única vez que ela não compareceu à cerimônia) e o claro protagonismo da mesma, o filme de Nichols é todo de uma dupla. Falar de Meryl sem mencionar sua parceria com Shirley MacLaine é uma heresia: como mãe e filha, ambas se saem igualmente bem (com Shirley extravagante na medida exata) quando trocam faíscas de inveja e afeto em uma relação permeada por carinho mas também por competição. Apesarem de terem o mesmo sangue, mas são figuras opostas e que encaram a vida e a fama de maneiras opostas. Precisam se encontrar – afinal são atrizes e dividem o mesmo meio – só que não possuem nada em comum além da profissão, do sangue e dos deveres familiares em comum. O filme é leve e descompromissado, essas duas grandes damas da atuação, esbanjam charme e talento só para variar.
As Pontes de Madison
4.2 835 Assista AgoraAntes de tudo amo esse filme. São filmes profundos e sentimentais como este que me fazem perceber o quão bom estou ouvindo as pessoas. E os dois personagens revelaram seus verdadeiros corações de uma maneira que surpreende. Mais interessante do que suas histórias aleatórias foi como cada um falou sobre si mesmo. É sobre "ouvir nas entrelinhas", sublime.
Adaptação.
3.9 706 Assista AgoraUm metamorfose triunfante que aproveita todas as oportunidades para pegar um clichê cinematográfico e transformá-lo completamente em sua cabeça. Este é o filme do escritor Kaufman, assim como o de Jonze, e a dupla consegue provocar risadas, sentimentos e pensamentos neste mergulho surreal na psique escrita, completa com uma dupla performance maravilhosa de Nicolas Cage (sem aquela cara de hoje em dia, que preciso pagar contas, deixa atuação pra depois) e Meryl Streep, como sempre roubando todas as cenas.
Dúvida
3.9 1,0K Assista AgoraUma maravilha de filme. Coisa de gente grande, para gente grande, com uma bela trama, um tema importante, um texto soberbo e atuações irretocáveis dos quatro atores que fazem os personagens principais, um padre, duas freiras e uma mãe – Philip Seymour Hoffman, Meryl Streep, Amy Adams, Viola Davis.
É um filme sobre religião, educação, amor ao próximo, certeza e dúvida, sobre os julgamentos que fazemos sobre as pessoas e seus atos sem ter prova concreta de nada, sobre como boatos podem destruir vidas. Um filme sobre conceitos morais, valores. Em suma: sobre temas fundamentais que a gente não vê toda hora no cinema, especialmente depois que ele passou a se voltar mais para os adolescentes que para os adultos.
Num dos especiais do DVD, há uma frase do autor e diretor que, na minha opinião, deveria estar no filme, nos créditos finais, logo depois que ele faz a homenagem à irmã James, sua professora da adolescência. O texto dele no especial é o seguinte: “Dedico Dúvida às muitas ordens de freiras católicas que devotaram suas vidas a servir aos outros em hospitais, escolas e casas de repouso. Embora elas tenham sido alvo de críticas malignas e terem sido ridicularizadas, quem entre nós foi tão generoso?”
E não poderia ser mais acertada a escolha dessa Amy Adams, que eu não conhecia, mas está ótima, soberba, no papel. Com um filme só, virei fã de carteirinha de Amy Adams.
De Meryl Streep, Viola Davis e Philip Seymour Hoffman, nem é preciso falar. Eles são maravilhosos sempre, e estão estupendos aqui.
A seqüência em que o Padre Flynn faz seu segundo sermão, o sobre a fofoca, a maldade que se espalha como um veneno que ninguém depois tem condições de aprisionar de volta, é de um brilho absoluto. É o tipo da união perfeita de forma e conteúdo, o que se diz e como se diz. É de babar.
Por Sérgio Vaz
A Escolha de Sofia
4.0 514 Assista AgoraArrebatadora interpretação de Meryl, e Kevin Kline, não fica atrás.