Muitíssimo sofisticado e belo. Mesmo que o telespectador não se identifique em nada com o que se passa, ele é lançado ao meio de uma empatia claustrofóbica que causa uma angústia melódica e crua.
Os personagens levados de uma fase inicial de desgraça (até esse ponto, talvez reversível) até o fundo do poço, rapidamente e de modos bastante plausíveis. A trilha sonora perfeita no ponto de vista sonoro e conceitual. A transformação dos aspectos físicos em puramente emocionais e a elevação desses aspectos ao grau máximo. A incrível atuação de Ellen Burstyn. A ambientação geral, meio que tosca, refletindo o sentimento de sucesso individual previamente anunciado como irrealizável...
Não é de se espantar a rejeição a respeito da temática e até mesmo da condução do filme. Primeiro que "onde já se viu um homem passar por isso?" (...) "conta outra..." (...) "ah, 'tá, blz.." Segundo que o intuito de mostrar as coisas como que em capítulos à parte, ligados ao tema e ao ser e não ao filme como um todo, talvez tenha passado despercebido por boa parte do público, que se prende, não sem razão, ao primeiro item.
A cara de "ninguém se importa" foi plenamente abordada e com muita eficiência, passando pelas responsáveis, autoridades, namorada, pessoa mais próxima...
O revanchismo e vingança também não foram esquecidos, e mostrados tanto sexualmente quanto afetivamente e, lógico, com peso de segundo plano se comparado ao intuito real.
O que eu aconselho é que analisem a conduta de todos individualmente em relação ao tema. A partir disso é que há o filme.
O filme parece querer mostrar uma fase de transição, uma visão na qual as coisas não são mais padronizadas e não possuem um sentido maior. Com efeito, acima disso, há um grande aviso de que não há uma grande luz resplandecente sobre nós e não temos um intuito real, além da sede pela busca. Conseguem imaginar o que Chigurh faria com o dinheiro? Conseguiram assimilar a morte de Moss, feita sem alarde algum, como se o mesmo fosse um figurante desprezível?
O brilho dos personagens é retirado até que eles, antes super homens, se tornem apenas pessoas.
Essa abordagem filosófica (!) da vida tinha que ser mostrada por alguém com a visão e natureza do Miike. Acredito plenamente que em outras mãos, sobretudo americanas, a cara tediosa e hipócrita de uma lição de moral mesquinha seria o grande personagem desse filme. Aqui a bizarrice não se faz necessariamente precisa, mas obrigatória para que os acontecimentos se tornassem tão grandiosamente humanos. Construção de quem sabe onde estamos e por onde vagamos. Pra quem não entendeu, resta uma tijolada na cabeça.
Desperdício de talento. A cara de pau de Anton Bernard e a condição estética de algumas atrizes poderiam ter sido exploradas de modo a criar uma grande filmagem.
A turma já ressaltou a trilha sonora (Feita por uma banda de rock progressivo) [??!]... Pra completar a estética absurda, além da fotografia e iluminação, o diretor teve a iniciativa brilhante de colocar um diálogo sinistro num idioma eslavo que me parece russo por algumas palavras, além de (reparem na expressão final da protagonista). O que foi aquilo? Argento sabe das coisas...
Um heroi americano da guerra fria. Incrível como esses grandes personagens são desconhecidos por quem não é enxadrista. Não o vimos contra os demais da geração russa. É uma pena.
Inorgânico. Se era pra ser atemporal ou pra fazer qualquer crítica social, comportamental ou psicológica, o meio teatral simplesmente não me agradou. Não é tangível, nem chocante, nem inspirador. Após ver McDowell como Calígula, esse Alex fica difícil de ser aturado e não serve como símbolo de coisa alguma.(...) Ah, é de 1971... Isso tem que ser levado em consideração... É até imoral julgar um filme várias décadas após ele ter sido lançado, e ainda por cima não ter vivido a época. 2,5 por isso.
Criar um roteiro pra um monólogo não é pra qualquer um, ainda mais quando o destinatário é um personagem cuja vida foi dando errado progressivamente, e suas tentativas desanimadas de se superar (como alguém que se acha merecedor de regalias ou mesmo oportunidades médias que surjam sem grandes esforços) o levam cada vez mais profundamente em seus pensamentos de revanche. Um covarde? Um traidor? Um suicida? Um azarado? Um pervertido? Talvez todos esses adjetivos tenham passado pela cabeça a respeito do açougueiro desnomeado. Minha resposta? Um ser humano, como se vê aos montes, sozinho contra todos.
Não tem como dizer qualquer coisa antes de mencionar o excelente roteiro. E a interpretação do Poelvoorde? Nem precisava ter mudado de cenário; o filme poderia ser somente uma entrevista com o protagonista... Aí é que a película se torna uma obra-prima: Quando se tem certeza de que as poucas coisas analisadas já são excelentes e suficientes, vem a fotografia... Basta. Quem não ficou viajando na realidade ou não do suposto documentário, e até agora não quer pensar a respeito, que jogue o primeiro corpo abaixo.
A atmosfera desse filme é a mais pesada que já construíram. Não adianta assistir na praia, ao meio-dia, ou com seus amigos divertidos: Você se sentirá trancafiado(a) num porão escuro, com 1 tonelada de abstrações sobre alguma coisa que chamam de espírito. A ligação que esse sujeito faz do homem com a própria existência e com a natureza 'tá muito além de qualquer aniversário ou árvore centenária. Os cenários têm mais vida do que os personagens, e a sucessão de nascimentos e mortes ao lado do tédio profundo do eterno vazio que carrega a essência do todo é assombroso. Você quer ver qualquer situação como algo que lhe levará ao nada, idêntico lugar de onde você veio? Quer se vingar de si mesmo assassinando e procriando com as raízes lamacentas que lhe deram origem? Assista, mas não se desespere, pois tudo já está perdido.
Animais Noturnos
4.0 2,2K Assista AgoraMuitíssimo sofisticado e belo. Mesmo que o telespectador não se identifique em nada com o que se passa, ele é lançado ao meio de uma empatia claustrofóbica que causa uma angústia melódica e crua.
Delicadamente pesadíssimo.
Réquiem para um Sonho
4.3 4,4K Assista AgoraOs personagens levados de uma fase inicial de desgraça (até esse ponto, talvez reversível) até o fundo do poço, rapidamente e de modos bastante plausíveis. A trilha sonora perfeita no ponto de vista sonoro e conceitual. A transformação dos aspectos físicos em puramente emocionais e a elevação desses aspectos ao grau máximo. A incrível atuação de Ellen Burstyn. A ambientação geral, meio que tosca, refletindo o sentimento de sucesso individual previamente anunciado como irrealizável...
Temos a apresentação de uma obra-prima.
O Livro das Revelações
2.6 40Não é de se espantar a rejeição a respeito da temática e até mesmo da condução do filme. Primeiro que "onde já se viu um homem passar por isso?" (...) "conta outra..." (...) "ah, 'tá, blz.." Segundo que o intuito de mostrar as coisas como que em capítulos à parte, ligados ao tema e ao ser e não ao filme como um todo, talvez tenha passado despercebido por boa parte do público, que se prende, não sem razão, ao primeiro item.
A cara de "ninguém se importa" foi plenamente abordada e com muita eficiência, passando pelas responsáveis, autoridades, namorada, pessoa mais próxima...
O revanchismo e vingança também não foram esquecidos, e mostrados tanto sexualmente quanto afetivamente e, lógico, com peso de segundo plano se comparado ao intuito real.
O que eu aconselho é que analisem a conduta de todos individualmente em relação ao tema. A partir disso é que há o filme.
"Please, come back to the beginning"
Onde os Fracos Não Têm Vez
4.1 2,4K Assista AgoraO filme parece querer mostrar uma fase de transição, uma visão na qual as coisas não são mais padronizadas e não possuem um sentido maior. Com efeito, acima disso, há um grande aviso de que não há uma grande luz resplandecente sobre nós e não temos um intuito real, além da sede pela busca. Conseguem imaginar o que Chigurh faria com o dinheiro? Conseguiram assimilar a morte de Moss, feita sem alarde algum, como se o mesmo fosse um figurante desprezível?
O brilho dos personagens é retirado até que eles, antes super homens, se tornem apenas pessoas.
O resto? Pergunte ao Bell.
Visitor Q
3.4 166Essa abordagem filosófica (!) da vida tinha que ser mostrada por alguém com a visão e natureza do Miike. Acredito plenamente que em outras mãos, sobretudo americanas, a cara tediosa e hipócrita de uma lição de moral mesquinha seria o grande personagem desse filme. Aqui a bizarrice não se faz necessariamente precisa, mas obrigatória para que os acontecimentos se tornassem tão grandiosamente humanos. Construção de quem sabe onde estamos e por onde vagamos. Pra quem não entendeu, resta uma tijolada na cabeça.
Mistérios e Paixões
3.8 312Até hoje eu tô rindo igual ao Hans.
Forgive Me For Raping You
1.4 18Desperdício de talento.
A cara de pau de Anton Bernard e a condição estética de algumas atrizes poderiam ter sido exploradas de modo a criar uma grande filmagem.
Baixio das Bestas
3.5 397Pátria amada Brasil/
Ouviram a música do final do filme? Não esqueçam de fazer isso.
Suspiria
3.8 978 Assista AgoraA turma já ressaltou a trilha sonora (Feita por uma banda de rock progressivo) [??!]... Pra completar a estética absurda, além da fotografia e iluminação, o diretor teve a iniciativa brilhante de colocar um diálogo sinistro num idioma eslavo que me parece russo por algumas palavras, além de (reparem na expressão final da protagonista). O que foi aquilo?
Argento sabe das coisas...
Bobby Fischer Against the World
4.2 14Um heroi americano da guerra fria. Incrível como esses grandes personagens são desconhecidos por quem não é enxadrista. Não o vimos contra os demais da geração russa. É uma pena.
Laranja Mecânica
4.3 3,8K Assista AgoraInorgânico. Se era pra ser atemporal ou pra fazer qualquer crítica social, comportamental ou psicológica, o meio teatral simplesmente não me agradou. Não é tangível, nem chocante, nem inspirador. Após ver McDowell como Calígula, esse Alex fica difícil de ser aturado e não serve como símbolo de coisa alguma.(...) Ah, é de 1971... Isso tem que ser levado em consideração... É até imoral julgar um filme várias décadas após ele ter sido lançado, e ainda por cima não ter vivido a época. 2,5 por isso.
Sozinho Contra Todos
4.0 313Criar um roteiro pra um monólogo não é pra qualquer um, ainda mais quando o destinatário é um personagem cuja vida foi dando errado progressivamente, e suas tentativas desanimadas de se superar (como alguém que se acha merecedor de regalias ou mesmo oportunidades médias que surjam sem grandes esforços) o levam cada vez mais profundamente em seus pensamentos de revanche. Um covarde? Um traidor? Um suicida? Um azarado? Um pervertido? Talvez todos esses adjetivos tenham passado pela cabeça a respeito do açougueiro desnomeado. Minha resposta? Um ser humano, como se vê aos montes, sozinho contra todos.
Aconteceu Perto da Sua Casa
3.8 101Não tem como dizer qualquer coisa antes de mencionar o excelente roteiro. E a interpretação do Poelvoorde? Nem precisava ter mudado de cenário; o filme poderia ser somente uma entrevista com o protagonista... Aí é que a película se torna uma obra-prima: Quando se tem certeza de que as poucas coisas analisadas já são excelentes e suficientes, vem a fotografia... Basta. Quem não ficou viajando na realidade ou não do suposto documentário, e até agora não quer pensar a respeito, que jogue o primeiro corpo abaixo.
Subconscious Cruelty
3.0 244A atmosfera desse filme é a mais pesada que já construíram. Não adianta assistir na praia, ao meio-dia, ou com seus amigos divertidos: Você se sentirá trancafiado(a) num porão escuro, com 1 tonelada de abstrações sobre alguma coisa que chamam de espírito. A ligação que esse sujeito faz do homem com a própria existência e com a natureza 'tá muito além de qualquer aniversário ou árvore centenária. Os cenários têm mais vida do que os personagens, e a sucessão de nascimentos e mortes ao lado do tédio profundo do eterno vazio que carrega a essência do todo é assombroso. Você quer ver qualquer situação como algo que lhe levará ao nada, idêntico lugar de onde você veio? Quer se vingar de si mesmo assassinando e procriando com as raízes lamacentas que lhe deram origem? Assista, mas não se desespere, pois tudo já está perdido.