Lucas Souza

Dá loucura do treinamento pra ser um fuzileiro, ou pra qualquer posto nas Forças Armadas, ao retrato da guerra em si, pura, nua, sem piedade, Stanley Kubrick produz uma de suas melhores obras demonstrando o quão poderosa e traumática a experiencia de guerra pode ser. Seus famosos enquadramentos são sempre notáveis, colocando uma perspectiva diferente ao espectador, e a um filme de guerra. Além da excelente trilha sonora escolhida pelo diretor.

R. Lee Ermey está muito bem em seu papel, mostrando o treinamento rígido e cruel que foi feito na época, e é feito até hoje.

Apesar de uma queda leve na história na segunda parte do filme, ele continua tão interessante, cativante e cru como é na primeira parte. Mostrando-se um filme digno de ser dito como um dos melhores filmes de guerra já feito.

Um filme que não segue a tendência gore e jump scare dos filmes de terror atuais, apelando para um suspense mais melodramático entre uma família extremamente religiosa(compreensível para o contexto histórico do filme) e suas convicções.

A história é bem fechada no círculo familiar, e os momentos de real terror são poucos, fazendo com o que o filme se prenda ao seu roteiro.

Apesar da discrepância de opiniões entre quem assistiu, achando que o filme é de uma
poesia sem tamanho, ou de que é superestimado, considerado ruim, vale bastante a pena conferir. Ainda mais pra quem curte um terror psicológico, com alguma conexão histórica e seu suspense em torno do núcleo principal do filme. Provavelmente não é o melhor filme de terror que você vai assistir, mas também nem de longe é o pior. Apenas um bom filme, com uma história interessante e uma narrativa aberta.