Lucas Trevisani

Diferente da primeira temporada, acho que aqui eles não souberam muito pra onde ir depois do nono episódio e isso resultou em uma queda de qualidade na trama.

Alguns arcos ficaram muito bons, os destaques foram: o arco dos Palmer e do Window Earle. Foram neles dois que a série se intensificou e ficou muito mais enigmática. Eu acho que é onde Twin Peaks brilha de verdade.
Sem dúvidas, os pontos mais fraco foram o arco da Nadine e do James. Um só servia de alívio cômico e o outro tinha uma melosidade do nível de uma novela, as vezes chegando a ficar até sem muito sentido. Não cheguei a não gostar, mas eles ficaram meio fora de foco e meio arrastados, poderiam ter sido concluídos um pouco antes. Essa disputa dos Hayward vs Eckhardt também não ficou lá grande coisas mas pelo menos serviu pra dar mais continuidade ao arco do Ben Horne e do projeto Ghostwood, que pra ser sincero, eu acabei gostando, achei bem diferente também aquele lance da guerra civil dele.

Ray Wise foi o melhor dessa temporada disparado!

Dois dos meus jogos favoritos (Alan Wake e Max Payne) tem Twin Peaks como suas maiores inspirações, depois de terminar a primeira temporada, consigo entender bem o porquê!

Gostei muito da estética da série, do senso humor e de todo tom de mistério que envolve a trama principal. Apesar de alguns aspectos dela não terem envelhecido de uma maneira tão satisfatória, eu diria que essa série consegue se manter bem mesmo depois de 30 e tantos anos.
Todos os personagens são bem desenvolvidos e a história é contada em um bom ritmo, fazendo com que os episódios nunca fiquem maçantes. Existem vários núcleos, então a cada episódio eu tive aquela sensação de estar vendo algo "novo", o que me deu ainda mais vontade de adentrar nesse universo que parece ser a cidade de Twin Peaks.
Uma coisa que gostei bastante foi a naturalidade do Dale Cooper que com certeza é o cara que carrega o restante do elenco nas costas, parece que o cara nasceu pra esse papel!

Um filmaço subestimado que infelizmente acabou caindo no esquecimento!

Quem é fã da franquia de jogos Silent Hill (como eu, hahaha) conseguiu captar várias referências, tenho certeza! Eis aqui o filme que inspirou a saga.

Um thriller de qualidade, com bastante mistérios, uma trilha sonora de qualidade, simbolismos sutis e uma fotografia deslumbrante.
Adorei!