Lucine

Um belo drama sobre a ideologia do favor e os valores familiares. Atuações afiadíssimas de McGregor e Farrel, que conduzem o filme com humor, leveza, mistério e até um certo cinismo (por parte dos personagens).

"Remember when Uncle Howard bought me and Ian that boat when we were kids? What a summer!"

Que filme! Fui ao cinema sem expectativas e saí deslumbrada. Foi incrível ver mais um filme poderoso trabalhando de maneira magistral os mesmos temas de Enemy (2013) e Side Effects (2013): manipulação, traição, vingança entrando quase que em looping num relacionamento. A maneira como Fincher vai construindo o filme, revelando pouco a pouco camadas mais profundas da personalidade dos personagens, faz a trama ficar instigante a ponto de não se conseguir desgrudar o olho da tela durante as mais de duas horas de filme, porque é imprevisível e envolvente. A maneira como conseguimos nos relacionar com as neuroses dos personagens é surpreendente pelas atuações dos protagonistas. Se Rosamund Pike é a grande estrela do filme, Ben Affleck não foi ofuscado e a acompanhou com dignidade, mostrando aqui a melhor atuação de sua carreira. Fincher fez um trabalho de mestre. Até agora, o melhor filme do ano.

Assisti a esse filme para fazer um trabalho da faculdade e, ao contrário de tantos outros que misturam a biografia do autor com o enredo do filme fazendo alusão a algumas de suas obras, esse não cai na mesmice, nem fica forçado. Graças às boas atuações e ao roteiro bem montado, o filme consegue transmitir ao público, imagino que até ao que desconheça Molière, o espírito do autor e um recorte de sua vida e de pontos importantes do Grande Século francês. Bastante agradável como um todo e com cenas muito engraçadas, como