Luis Kuik

Primeiro filme em muito tempo que foi capaz de me dar dor fisica ao assisti-lo. É preciso ter paciência e perceber que a personagem é uma narradora não confiável e que pouco a pouco as esperanças de certa normalidade vão naufragando a medida que ela tem surto atrás de surto e ao negar sua condição ela se afunda cada vez mais na mentira que se torna mais confortável que sua própria realidade de tons pastéis.

Esse filme reverberou forte comigo. Eu tinha um avô que era como Phil e que repensou muita coisa comigo enquanto eu repensava minhas coisas com ele. A história é um deleite e não consigo imaginar outra época melhor para uma produção tão impecável em sua execução.

Esse foi um filme muito daora de se ver com os olhos de hoje. A mudança de "Cândido do Otimismo" para alguém traumatizado (Hutter) pelas experiências que passou é muito interessante de se ver com a ótica de uma época conturbada. A caracterização do Vampiro é muito eficaz, apesar de seu subtom anti-judaico. A personagem de Ellen é muito interessante e achei ter visto uma forte influência para o final de "Hora do Pesadelo" (1980).