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Psicólogo que faz atendimentos online e traz dicas de filmes para quem ama psicologia.

Últimas opiniões enviadas

  • Valter Machado

    "Ya no estoy aquí" é um filme que traz em inúmeros detalhes a difícil jornada de um adolescente em transição para a vida adulta e com a juventude marcada pela violência social. Entre seus sonhos e amizades, Ulises vive a dura realidade de diferentes fronteiras. Primeiro, a fronteira nacional entre México e Estados Unidos. Segundo, a fronteira entre a violência e a cultura. Além disso, como sentido transversal de sua experiência, vive na fronteira entre o que foi e o que quer ser.
    A jornada de Ulises em "Já não estou mais aqui" envolve-se em um ciclo que pode complementar o título "mas também não estou lá". A falta de oportunidades e os desafios da sua cidade de origem são tão duras quanto a falta de oportunidades e as violências do sonho americano. Aqui, talvez não seja um sonho, mas uma tentativa de viver algo que não esteja relacionado com a violência.
    Uma personagem, também latina, diz a Ulises: "você pensou que seria fácil? Você não é o único". Ele não é o único, mas mostra um retrato que lembra outros filmes, como "Cidade de Deus", em que a violência é construída aos poucos e afeta todos. Ulises vive este drama fronteiriço: estar dentro, mas lutar por sobreviver alheio.
    Entre as características técnicas, o filme tem um cuidado especial com a trilha sonora, em especial, com a trilha musical e com a ambientação. A captação dos diálogos, às vezes, mostra algum distanciamento que difere da imagem. Além disso, o filme utiliza na maior parte planos abertos e câmera estática. O dinamismo é dado com zoom in e zoom out, além de movimentos laterais. Nessa simplicidade, o diretor cria bons sentidos dramáticos.
    O filme traz alguns problemas na montagem e na edição. Primeiro, a montagem fica comprometida pela sobreposição da sequência narrativa. Embora a proposta seja intercalar entre dois tempos, só na segunda parte percebe-se a intenção do diretor. Na edição, há um problema com cortes secos sem clara conexão entre as cenas. Em outras palavras, falta um cuidado com as transições narrativas para dar a ideia de continuidade entre os fatos apresentados.
    A principal dificuldade do longa está na construção dos diálogos. Isso ocorre tanto pelas atuações, ainda inexperientes, quanto pela escrita. Além de serem excessivamente expositivos, não transmitem a comunicação entre os personagens; tampouco, demonstram traços de sua personalidade. Por isso, as melhores cenas de conversação são apresentadas entre dois personagens que falam idiomas diferentes. Aqui, o diretor aposta mais na comunicação não-verbal, o que traz maior verossimilhança às cenas.
    "Ya no estoy aquí" é um filme necessário. É crítico, detalhista e traz importantes discussões. Além disso, utiliza muito bem as músicas e as ambientações para construir sua narrativa. Tem dificuldades na montagem, na edição e nos diálogos. Porém, vale a pena uma avaliação pessoal desses e dos demais aspectos cinematográficos. Por fim, é uma ótima contribuição para o cinema hispanohablante que nos faz questionar sobre nossas próprias fronteiras críticas.

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  • Valter Machado

    "Abrázame como antes" é uma boa demonstração do que turista não observam em San José. Traz uma temática importante, com uma abordagem sutil, sem deixar de expor seus principais aspectos.
    A atuação com maior qualidade é da protagonista, que construiu uma personagem de olhar reflexivo e melancólico. As demais atuações não impressionam. Mesmo que a sutiliza seja o tom principal, as atuações não transmitem personagens factíveis, com características próprias.
    O grande problema do filme é a manutenção de seu tom. O diretor não se decide entre drama, mistério ou documental. Mesmo que tivesse decidido variar entre as diferentes propostas, não consegue atinger qualquer delas.
    Há, sim, uma ótima experimentação de enquadramentos, planos com e sem movimentação de câmera. Ótimo exercício de registro. Em geral, a fotografia contribui para a narrativa.
    Por outro lado, a trilha sonora (ambientação e musical) deixa a desejar. O título do filme aparece no refrão de uma música durante a história. Poderia ter sido melhor explorado. Inclusive, com uma trilha musical mais bem trabalhada, o diretor poderia ter encontrado com mais facilidade o tom que desejava transmitir.
    Indico o filme para quem quiser uma ilustração registro visual da realidade das transexuais em San José e para quem quiser conhecer o cinema da Costa Rica.
    Dentro dos recursos que tinha, o diretor utilizou bem a linguagem visual, deixando de lado a sonoridade e evitando aprofundar algumas discussões.

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  • Valter Machado

    O filme cumpre sua proposta. Traz um drama existencial potente e intimista, com críticas a preconceitos sociais. A atuação de Liliana Biamonte é o ponto alto do filme. A diretora Alexandra Salazar optou por planos fechados que intensificam a expressão de sofrimento da personagem.
    María José é composta como uma mulher jovem, sofrendo sozinha com uma gravidez indesejada e um claro sentimento de deslocamento.
    Medea faz críticas sociais, mostra as dúvidas e as contradições típicas da juventude e entrega uma boa experiência cinematográfica.
    Em relação à execução técnica, traz planos simples, com som ambiente. Em alguns momentos, Alexandra executa boa técnica em iluminação baixa de locações noturnas. Assim, com simplicidade, traz reflexões importantes e aposta no silêncio e nos planos fechados para impactar.
    Pronto para entrar na lista de filmes latinoamericanos imperdíveis!

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