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Últimas opiniões enviadas

  • Marco

    “Casa Grande”, filme estreia de ficção de Fellipe Barbosa, compõe um retrato, assim como em “Que horas ela volta?”, da alta burguesia brasileira e de seus conhecidos discursos conservadores e inconscientemente preconceituosos. Além de expor em ótimos diálogos essa classe, “Casa Grande” observa o protagonista, o adolescente Jean (Thales Cavalcanti), que se descobre pertencente a esse espaço quando sua bolha social é atingida por uma crise financeira que desestabiliza o conforto dessa família. Vendo-se como um produto inevitável desse meio rodeado pelo pai neoliberal e a mãe asséptica, Jean passa a descobrir as grandezas e complexidades de um mundo invisibilizado para ele e a ensaiar sua autonomia no mundo.

    @faledecinema

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  • Marco

    Ingmar Bergman escreveu o argumento de Persona (1966) durante o tempo em que esteve internado na clínica Sophia, recuperando-se de uma pneumonia dupla. Naquele momento, ele também se dizia atolado com o bombardeio que chegava ao seu gabinete quando chefiava o Teatro Nacional. Este que, pela situação precária em que se encontrava, demandava-lhe muito mais do que um processo artístico. Apesar da experiência com o teatro ter lhe promovido uma maturidade acelerada, segundo ele, no livro Imagens (1990), estava ali passando por uma crise: “encontrava-me, portanto, na clínica Sophia e fui reconhecendo, pouco a pouco, que minha atividade como diretor de teatro se tornara um obstáculo à minha criatividade. Tinha posto os motores a funcionar ao máximo, e os motores avançariam a carroceria” (BERGMAN, 1990). Diante dessa sensação mecânica e fútil, Bergman se volta ao cinema para entregar novamente suas angústias. Na pele de suas personagens — Vogler e Alma, Bergman se projeta e parece questionar, em Persona, a multiplicidade de faces que nos habitam e a inútil procura por aquela mais tangível.
    Nesse seu filme, Persona, é evidente o anseio de Bergman em retomar seu cinema. Logo na primeira cena, enquadra um projetor de películas — objeto de grande afeto para o diretor — e passamos a ver diversas imagens, a princípio, desconexas; já indicando uma aproximação maior com a natureza das imagens do que com uma narrativa restringida puramente a um enredo clássico. Ainda em seu livro Imagens, Bergman observa que, pela primeira vez em sua carreira, foi importante não se preocupar com “o fato de o resultado vir a ser ou não do gosto do público. O evangelho segundo o qual se devia ser sempre inteligível e que me haviam metido na cabeça nos tempos em que trabalhava como escravo de roteiro para a Svensk Filmindustri, pude finalmente mandá-lo para o diabo” (idem). E completa dizendo que, em Persona e Gritos e Sussurros, “fui o mais longe que pude quanto à técnica narrativa. Isto é, com total liberdade toco em segredos para os quais não existem palavras e que só a cinematografia pode patentear” (idem). Diante disso, encontramos aqui uma obra prima que trata não somente de suas personagens ou do Bergman em si, mas também, do olhar que se direciona às imagens, ao cinema. “A questão que se põe é se a arte tem possibilidade de continuar a existir sem ser uma atividade do tempo de lazer” (idem), finaliza.
    Portanto, com esse filme, Bergman parece dar um salto em sua filmografia. Se antes, em seus enredos e constante monólogos, sempre estiveram presentes os questionamentos de uma alma aflita; em Persona, isso se volta majoritariamente à forma. Há uma busca pelo tátil, por aquilo que se encontra mais na imagem do que na palavra. Esse ponto talvez seja central para o desenvolvimento desse filme. Uma atenção à imagem, seja a nossa própria, a do outro ou a imagem plástica: é possível tocar o real a partir da forma? No início do filme, na cena em que vemos um garoto em um ambiente incerto, este abandona o livro e suas palavras para contemplar as imagens dos rostos das personagens que surgem a sua frente. Ali, estende a sua mão como se procurasse alcançar, através do toque, as imagens, como se fossem, elas mesmas, o real. Ao decorrer do filme, as mãos continuam a demonstrar essa procura pelo toque verdadeiro, para além da persona.
    Voltando o olhar para essa palavra que dá título à obra, persona era a máscara que os atores do teatro grego utilizavam para interpretar seus papéis. De acordo com a etimologia, persona significa soar através de — nessas máscaras haviam um orifício na região da boca que permitia a passagem da voz, mas, por outro lado, continuavam a omitir a face real. Nesse sentido, pensemos, por exemplo, na personagem Elisabeth Vogler (Liv Ullmann). Após anos interpretando diversos papéis no teatro, de repente, decide não mais falar. Essa personagem, podemos dizer, representa a tentativa de, ao omitir a voz que dá vida a essas máscaras, dar a ver uma imagem mais próxima de si — do mesmo modo, podemos perceber um paralelo da personagem de Liv com o próprio Bergman e sua relação, como abordamos no início, com a pausa no teatro e a busca pela imagem através do cinema.
    Ao lado de Vogler — para não se restringir ao dizer dentro —, está a personagem Alma (Bibi Anderson), a enfermeira designada a cuidar dessa atriz, com a qual desenvolve, a princípio, uma relação oposta, mas que passa cada vez mais a aproximar as personagens, a ponto de as fundirem. Para Bergman (1990), Alma, confrontada pelo silêncio do outro, passa a voltar a voz para si, procurando a sua própria pessoa e a se conhecer. Em determinado momento, no qual Alma relata sobre ações aparentemente contraditórias que cometeu no passado, ela diz: “nada disso se encaixa ou faz sentido. É possível ser duas pessoas ao mesmo tempo? ”, ao passo que, ouvindo o choro de Alma, Vogler a toca, sorrindo, como se visualizasse a verdadeira face da outra. Já em outra cena, quando Alma lê uma carta, na qual Vogler a analisa, a linha tênue que as dividia entre paciente e enfermeira termina por se dissolver. E então, a medida em que o filme avança, presenciamos a profunda experiência que Bergman constrói através da mise-en-scène, da fotografia, da iluminação, dos figurinos, dos diálogos; elementos que emergem na própria imagem a alma das personagens como uma só, diluindo suas personas. Aqui, é como se ambas fossem o espelho uma da outra.
    Antes de terminarmos essa passagem por Persona, atentemo-nos para o que diz respeito à forma. Aqui, o filme parece ser, ele mesmo, uma persona que se desenvolve juntamente com as personagens. Constantemente, ele rompe com um estado de imersão, com a ilusão, com o disfarce de si mesmo, para voltar a atenção para aquilo que, em essência, o cinema é: imagem e som. Desde as primeiras cenas, que se chocam e não se aglutinam como numa linha narrativa; passando por diálogos onde não há contra plano, mas uma quebra da quarta parede; por sons dissonantes; por iluminações emocionais; a até mesmo a interrupção do filme quando a película é queimada — nessa cena específica (figura abaixo), a fita, como que tomada pelo horror ao ver em imagem, por trás do véu, uma persona maligna da personagem Alma, queima-se —, vemos o filme olhar para si mesmo. Bergman, em Persona, consegue unir em uma única obra o olhar a si mesmo, a seus personagens, às imagens e ao próprio fazer cinema. Traçando um paralelo novamente com a personagem de Liv Ullmann, que diante das imagens é tomada por uma força inexplicável, finalizo com o que Bergman escreve em seu livro (1990): “minha arte não pode assimilar, transformar ou esquecer aquele garoto de uma certa fotografia nem o homem que se queima pela fé que professa”.

    @faledecinema

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  • Marco

    A partir de uma pesquisa de seu pai, professor e escritor Joaquim Maná, Zezinho Yube continua a investigar os grafismos tradicionais das mulheres Huni Kui, procurando conhecer e fortalecer seu povo e sua cultura indígena. Oriundo do “Vídeo nas Aldeias”, projeto extremamente importante no empoderamento das imagens dos povos indígenas por e para si próprios, “As voltas do Kene” é um documentário com o que se tem de mais potente neste gênero. Mais do que o registro de um tempo e um espaço, esse filme se estende em um passado presente na esperança de que o meio retratado resista às opressões externas e, também, internas. Aqui, estamos diante de um documentário em processo, aberto e transparentemente direcionado pelas realidades e complexidades de um povo indígena — brutalmente expropriado de voz, imagem e espaço.

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  • Filmow
    Filmow

    O Oscar 2017 está logo aí e teremos o nosso tradicional BOLÃO DO OSCAR FILMOW!

    Serão 3 vencedores no Bolão com prêmios da loja Chico Rei para os três participantes que mais acertarem nas categorias da premiação. (O 1º lugar vai ganhar um kit da Chico Rei com 01 camiseta + 01 caneca + 01 almofada; o 2º lugar 01 camiseta da Chico Rei; e o 3º lugar 01 almofada da Chico Rei.)

    Vem participar da brincadeira com a gente, acesse https://filmow.com/bolao-do-oscar/ para votar.
    Boa sorte! :)

    * Lembrando que faremos uma transmissão ao vivo via Facebook e Youtube da Casa Filmow na noite da cerimônia, dia 26 de fevereiro. Confirme presença no evento https://www.facebook.com/events/250416102068445/

  • Lorena Barbosa
    Lorena Barbosa

    olha só que beleza, a gente gosta de cinema <3

  • Lorena Barbosa
    Lorena Barbosa

    <3

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