Mária Lacerda Santos Neves

Grata surpresa! Uma série cuidadosa, para quem gosta de suspense e drama psicológico. Todos os personagens têm seus fantasmas, o que os torna ligados uns aos outros. Gillian Anderson ótima, como sempre. Talvez um pouco contida demais. Já Jamie Dornan arrasa, com uma interpretação na medida certa, gestual e facial. Paul Spector é aquele psicopata que controla todas as emoções e parece gente boa, por isso mesmo é assustador.

Pode-se definir esse filme como um soco no estômago. Trata-se de um filme perturbador, que segue num crescendo, onde através de um flashback acompanhamos o crescimento de um menino até a adolescência, prevendo como será o desfecho. É impossível não se compadecer com a situação de impotência vivida pela mãe (Tilda Swinton, excelente!) ao ver que não consegue se relacionar (ou alcançar) o próprio filho. Baseado em um livro, "Precisamos falar sobre Kevin " é um relato fictício, mas é como se fosse uma colagem de histórias reais que temos visto na mídia nos últimos 15 anos. Jovens aparentemente comuns que cometem atos aterrorizantes. "Precisamos falar sobre Kevin" é na verdade um alerta. A sociedade precisa ficar atenta para a existência de Kevins em formação, seja na família, na escola, na casa ao lado, e talvez a melhor maneira de ajuda-los é não fechar os olhos. Nem a boca.

Para quem chegou a ler revistas em quadrinhos do Superman, o único, o melhor, o mais completo Superman é e sempre será Christopher Reeve. Porém, além dele, o filme é sensível e fidedigno à história do super-herói, tendo ainda uma aparição do genial Marlon Brando. Eu era adolescente quando o filme foi lançado e numa das cenas mais marcantes (não vou fazer spoiler), o cinema explodiu em aplausos. Bons tempos. Christopher Reeve deixou saudades.