jubs

fui coagida a assistir

pior temporada até agora. todo o conteúdo chocante foi aplicado gratuitamente em lugar do que poderiam ter sido críticas conscientes; pra uma temporada tão centrada em negligência administrativa às detentas, é de se admirar que o time criativo tenha sido tão desleixado quanto ao lugar delas nessa narrativa. honestamente?

se a intenção era fazer referência à violência policial direcionada a mulheres negras ou ao assassinato constante de personagens lésbicas em veículos midiáticos de importância, duas abordagens conscientes seriam 1. NÃO matar ela e 2. diretamente conectar essas duas linhas à fatalidade. minha impressão maior foi a de que o incidente serviu como complemento ao diálogo aberto em cima da corrupção dos guardas dentro do/pelo presídio e não a honrou de forma alguma.

e qual é o lance de tamanho enfoque nos guardas, de qualquer jeito? a trama do healey se dá inteiramente em como ele joga docinhos pra mulheres aleatórias em sua vida como tapinha nas próprias costas e meio de aquietar a consciência

+ o número crescente de negligência feminina que ele orquestra e depois fica puto por registrar a validação dessas moças como algo inerentemente de seu direito por ter ~*~tentado~*~ ajudá-las. a única coisa que me sai produtiva disso é , que poderia muito bem ter sido explorada pela lolly ou a suzanne num ritmo mais adaptável à série.

MUITA violência de exploração. é absurdo que qualquer um acredite que aquela cena

se poste como um apontamento válido de violência policial; foi explícito, gráfico e diretamente desrespeitoso. o alívio cômico não teve graça. quem lembra do monólogo da boo sobre o projeto gay de dominação mundial e o diálogo entre a penn e o healey sobre lésbicas? e a referência a máxima cultural de que lésbicas se apegam fácil na primeira temporada? não tivemos texto de tal calibre em nenhum momento durante a quarta temporada. a melhor sacada humorística foi e SÓ. não cheguei ao fim da season finale e não pretendo.

gostaria de finalizar adicionando que, para pessoas alheias às pautas da temporada, nada disso se aplica. se violência gratuita for o necessário para que considerem a vida dessas personagens, acho sinceramente válido e acredito que a trama foi construída de forma responsável o suficiente para que a mensagem passe. mas é exaustivo e desgastante pra uma menina lésbica acreditar que determinado material é marquetado para ela e dar de cara com 300 aplicações de fator de choque quanto à injustiças que ela conhece bem; essencialmente, não foi dessa vez para mim, e não recomendo que pessoas na linha de fogo (mulheres trans, negras, lésbicas etc etc) acreditem que seja pra elas.

cenas de sexo desprezíveis construídas de forma a apetecer o olhar masculino sem mínima consideração pelas personagens e/ou integridade das espectadoras lésbicas provenientes do trabalho original. senti falta de uma possível consultoria mais ativa da sarah waters. de resto: magnífico.