Mr. Filippo

Quando soube que Carlos Alberto de Nobrega e Silvio Santos não gostaram da série, pensei: o material deve ser bom, irei assistir. Aqui estou eu, depois de ver as duas temporadas totalizando 16 episódios, para atestar a qualidade da produção.

A série tem muitos acertos, a narrativa é muito bem construída, o elenco foi muito bem escolhido, ótimas atuações e cenografia. O maior mérito da série é, contudo, a coragem de expor – de maneira até muito elegante e polida – não apenas os momentos virtuosos, mas também as máculas – que as elites buscam esconder e que muitos se negam a enxergar – presentes na trajetória de vida de uma das maiores personalidades do país.

Sob certo ângulo, a série pode ser considerada um documentário light, a história de Silvio Santos se confunde com a história da televisão e com a história do Brasil nas últimas nove décadas, atravessando o período da ditadura militar, passando pela chamada “redemocratização” até chegar aos dias atuais.

Por coincidência, no mesmo período em que acompanhava “O rei da TV” assisti ao filme “Cidadão Kane” (1941) do qual destaco a seguinte frase: “Enriquecer não é tão difícil quando esse é seu único propósito na vida”.

Me emocionei ao assistir o trailer, minhas expectativas em relação ao filme foram lá pra cima... Infelizmente, embora considere um bom filme, o longa não conseguiu atingi-las. Esperava – ou desejava – que a narrativa explorasse mais os seguintes temas:

- Na medida em que a humanidade é a cada dia mais individualista e insensível (desumana), poderia uma programação (I.A.) tornar-se mais “humana” – no sentido de mais cordial, empática, altruísta e solidária – que os próprios homens?

- Um homem que passasse a desenvolver laços afetivos com uma programação (I.A.) poderia ser considerado psicologicamente saudável?

P.S.: Caso alguém se interesse pelas questões mencionadas acima, aqui vão algumas recomendações sobre o que assistir:
- Episódio “Volto já” Black Mirror – segunda temporada
- Ex Machina (2014)
- Ela (2013)
- A.I. Inteligência Artificial (2001)

Surpreso com tantas avaliações positivas em relação a esse filme. Um suspense bem clichê, mas que funciona como entretenimento. Ótimo para assistir com amigos fazendo piada dos furos e proferindo presságios acerca dos eventos subsequentes tendo em vista a previsibilidade da narrativa do longa.