Nilton Bernardo Gois

Cinema é uma forma de arte e não um mero entretenimento comercial financiado por bilheterias megalomaníacas, efeitos visuais deslumbrantes e roteiros descartáveis. Dança com Lobos é cinema arte, do começo ao fim acompanhamos uma história a ser contada e que merece ser contada, é o mesmo efeito que acontece quando lemos um ótimo livro em poucas horas.
Aqui se fala da história americana pelo ponto de vista de um homem que busca progredir como ser humano, é aquele cara que decide ir pela contramão de interesses maiores porque acredita em ideais de compaixão, amizade e justiça. O diferencial é que neste filme isso não é feito de maneira piegas, pelo contrario, as lutas inglórias dos indígenas e a mensagem de ecologia permeiam a história de forma coesa e natural.
Dança com Lobos traz atuações impecáveis, imagens belíssimas, humor, aventura e drama tudo na medida certa e ao fim vivemos uma experiência que nos remete ao ¨ser humano ¨ -Parece que os dias sempre terminam com um milagre...Qualquer que seja o Deus eu o agradeço por esse dia...Não precisávamos caçar mais, já tínhamos comida suficiente...Nunca conheci um povo tão alegre, tão dedicado à família, tão dedicado uns aos outros...A única palavra que me vêm a cabeça para descrevê-los é Harmonia....Reflete o soldado que depois dança com um lobo à luz da fogueira.
Outro fenômeno inegável ao rever Dança com Lobos é perceber que o longa Avatar possui um roteiro descaradamente adaptado daquele, muda-se a ambientação para o planeta Pandora, soma-se efeitos visuais deslumbrantes e surpresa, a maior bilheteria de todos os tempos do cinema negócio. Confesso que meu cérebro ficou feliz de ver um filme sem zilhões de efeitos e criaturas digitais, com paisagens indescritíveis do planeta terra e os Búfalos reais e também os bonecos. Nada contra CGI, mas não custa nada pensar em roteiros também. Nada contra Avatar também, afinal é a mesma mensagem e quase a mesma história....e em Avatar os mocinhos vencem.