O Cinematologo | Rodrigo H.

"Música" é a cinebiografia de Ruby Mancuso, dirigida e estrelada por ele mesmo e por Camila Mendes, ambos com descendência brasileira.

O filme apresenta uma direção com muitas soluções criativas, mas peca pelo exagero. Tudo é um pouco demais, o que acaba tornando o filme cansativo. Uma coisa é usar a extravagância em pontos-chave do filme, outra é utilizá-la o tempo todo.

Um alerta para os espectadores é que o filme não é uma comédia romântica, mas sim a trajetória de como um artista conseguiu atingir o sucesso.

Apesar de cansativo, saí feliz com a experiência.

Todo mundo sempre disse que esse filme era horrível. Mas eu fui assistir pensando que fosse aquele filme ruim que é bom tipo Sharknado. Mas o filme realmente é muito ruim. Só se salva os 15 primeiros minutos que conta sobre o Christopher Robin ter abandonado o Pooh e seus amigos. A volta do "Cristovão" parecia ser uma premissa interessante, assim como o fato deles terem devorado o Bisonho.

Mas depois NADA faz sentido. O Pooh e o Leitão não parecem animais, sim humanos de mascara que mal tem movimentos. Sei que o orçamento é baixo (100 mil dolares) mas tem peça de teatro que com pouco menos consegue fazer uma máscara ou fantasia mais convicente. Ficou tão ruim o visual que eles ficam quase o tempo todo no escuro.

Depois as demais personagens são tão sem graça que vocÊ não se envolve e nem se lembra porque elas estão ali.

Mesma coisa com a motivação do Pooh e do Leitão. Eles matam pra se alimentar? Matam por vingança aos humanos ? Ou matam pra espantar os humanos de perto do bosque?

Depois dos 15 primeiros minutos nada funciona. Pois nem a função de fazer a gente rir consegue. Ele tenta se levar a sério sabendo que nunca ninguém iria levar a sério um filme desses.

"Já tinha visto trechos na Globo, mas nunca o vi inteiro. Tomei coragem para assistir completo porque minha mãe quer ver a sequência que chegou aos cinemas. Não é do tipo de humor que me agrada. Mas acredito que ele traz um humor que muita gente gosta sem ser apelativo ou daquele tipo que subestima nossa inteligência, como os filmes do Leandro Hassum, que têm uma comédia pastelão. Ri em poucos momentos. O ponto alto do filme foi a referência metalinguística que fizeram sobre comédias nacionais.

De fato, aqui a história consegue trazer um humor com o qual a maioria das pessoas se identifica por já ter passado por algo semelhante. O que talvez atrapalhe minha apreciação da obra é a atuação um tanto exagerada dos personagens. Se fosse algo mais contido, como uma comédia dramática, nos fazendo rir de nervoso e não nos obrigando a rir, eu poderia ter me identificado mais."