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34 years Porto Alegre - (BRA)
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Eu gosto dos filmes que, como qualquer uma das outras artes, me elevam, me emocionam, me tocam. Se isso não acontece, geralmente eu acho que perdi algumas horas da minha vida. Cinema pra mim não é passatempo. É sempre uma aposta.

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Últimas opiniões enviadas

  • Odir

    O que eu entendi:

    Comentário contando partes do filme. Mostrar.

    A menina filha do policial sofreu um abuso pelo velho japonês. É por isso que ela fala, em tom de naturalidade, para o pai, depois de tê-lo visto transar com a mãe: "isso não é novidade pra mim". É por isso que o velho tinha o sapato da menina. A "possessão" que se desenrola depois disso é trauma, histeria. O mesmo a respeito do outro "fantasma" feminino que persegue o velho e aparece sobretudo na parte final do filme. Nós vimos, no começo, como ele abusou de uma mulher enquanto estava pescando. A metáfora do fantasma que "pesca" suas vítimas aleatoriamente é interessante: as mulheres abusadas também foram pescadas, inocentemente, pelo japonês. "Fantasmas" podem ser uma metáfora aqui. É por isso que no final o outro fantasma feminino, quando conversa com o policial na rua, diz que o verdadeiro fantasma está na casa com a menina: a lembrança, o trauma, o ódio e a fantasia são o "fantasma". Esse fantasma sempre estará lá.

    A menina que parece voltar ao normal no hospital quando abraça o pai pode estar melhor por estar medicada. Não pelo sucesso de qualquer ritual. Por isso o outro padre, em outro momento do filme disse: "a religião não pode fazer nada. Confie nos médicos". Obviamente o conselho não foi seguido.

    O tal xamã, apesar da boa intenção, também estava interessado sobretudo no dinheiro e via nisso seu sustento: "quanto você tem?" ele pergunta para o policial; antes disso a sogra já havia dito: "reserve o dinheiro pra amanhã".

    O japonês estrangeiro isolado, vivendo miseravelmente, tendo sua casa invadida, destruída e seu cachorro assassinado, sobretudo quando perseguido pelos locais com enxadas e armas na mão é uma imagem interessante. Alvo de fofocas, de várias especulações, de várias narrativas. Podemos falar aqui de uma xenofobia velada. É por isso que ele diz para o padre no final: "não importa o que eu diga, você já disse que eu sou o Diabo". Supondo que ele fosse inocente (e eu não acho que fosse), seria possível convencê-los de alguma coisa? Com certeza não.

    Quanto aos assassinatos que se espalham pela cidade: pode ser uma doença, pode ser consequência dos alucinógenos (os tais cogumelos que mais de uma vez aparecem) ou pode mesmo ter sido proposital, como uma histeria generalizada em efeito bola de neve. Por isso a gritaria constante, o desespero, a loucura. O tom cômico e pastelão no começo do filme não é gratuito: estamos falando de pessoas ignorantes, abobadas, que explicam a realidade a partir dos fantasmas e recorrem aos xamãs. Os fantasmas são deles mesmos, são projeções de vidas ignorantes, miseráveis e de fantasia. São máscaras.

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  • Odir

    Eu entendi o seguinte:

    Comentário contando partes do filme. Mostrar.

    A mãe se nega a aceitar o fato de que o filho está crescendo e, muito provavelmente, se tornando mais parecido com o pai. As cenas em que o garoto aparece sentado na frente da televisão e bebendo remetem a um homem adulto. O mesmo quando ele mata a aranha que antes tinha medo, quando se veste e se arruma sozinho ou deixa de fazer as "brincadeiras" que costumava fazer com a mãe. A cena em que o garoto diz que não quer que a mãe o abandone também remetem a uma experiência "refletida" do pai (percebam também a simbologia dos espelhos que é uma marca do filme). As cenas em que o garoto é supostamente violento com a mãe são ainda mais óbvias. Digo supostamente porque não sabemos se aquilo de fato aconteceu ou se passava na cabeça dela, como a fantasia de que o menino quebrou a mão de alguém em uma queda de braço.

    Em mais de um momento ela diz que não poderia viver sem o filho. Como a outra mãe, a "louca", que, segundo o viúvo, dizia a mesma coisa sobre o filho "falecido". Uma das muitas camadas do filme toca esse ponto: o da recusa da mãe em cortar o cordão umbilical do filho enquanto cria[nça].

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  • Odir

    O que eu entendi do filme:

    Comentário contando partes do filme. Mostrar.

    Kat sofre de psicopatia. Esse é o motivo para os pais terem abandonado-a em um internato? É possível, mas não sabemos. Fato é que ela esperava a visita dos pais, apostava nisso, e se frustrou profundamente por eles não terem ido visitá-la. Ela sonha, na véspera, que eles morreram em um acidente de carro. Mas nunca sabemos o que de fato aconteceu. Fato é que ela fica sozinha quando todas as outras colegas vão embora para passar as férias com os pais. Kat vê no diretor da escola, então, outra figura paterna: pede que ele fique para ver sua apresentação. Visivelmente decepcionada, ela insiste e o diretor reforça que não estará lá. A frase que ele diz mais tarde, em tom de brincadeira, "você não poderá ficar aqui pra sempre", a afeta profundamente. Reforça seu sentimento de rejeição. É a segunda vez.

    O diretor insiste que ela seja cuidada pela outra colega, Rose. Rose ignora a recomendação do diretor e sai para encontrar um garoto. Kat demonstra sua insatisfação quanto a isso e Rose ignora a menina. É a terceira rejeição de Kat. Mais tarde, depois que Rose volta do encontro e tenta dar atenção para Kat, ela responde "você já teve sua chance".

    Rose conta uma história a respeito das irmãs do internato adorarem o Diabo. Kat elabora no Diabo outra fantasia: ele é uma projeção de outra paternidade. Por isso o Diabo fala para Kat "você ficará aqui comigo para sempre". Nessa fantasia, o culto ao Diabo (que se faz na frente de uma espécie de fogareiro, responsável pelo aquecimento da escola) se mistura com o desejo de Kat de ser acolhida, protegida. Lembre-se que lá fora neva (nas duas temporalidades em que o filme se passa) e é por isso que ela chora, no futuro, enquanto Joan (é a mesma pessoa) quando encosta no forno e ele está apagado, frio.

    É por ver no Diabo um pai que nunca teve, que Kat diz "por favor não vá embora" quando o diretor do internato faz um exorcismo e expulsa-o do seu corpo.

    A fantasia do Diabo também está relacionada à educação religiosa do internato que faz Kat reprimir suas pulsões. Rose, que fuma, usa maquiagem e sai com garotos desperta em Kat um ódio e/ou desejo recalcado que pode ter motivado o seu assassinato.

    Kat é internada e no futuro, 9 anos depois, consegue fugir. É por isso que ela arranca, em certo momento do filme, essas pulseiras que internados usam em hospitais.

    Enquanto Joan, por ironia do destino, encontra os pais de Rose. Mata-os e guarda suas cabeças porque, simbolicamente, era queria ter um pai e uma mãe consigo.

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  • Edkalume
    Edkalume

    Tudo certo, Odir?
    Escrevendo pra saber se você teria interesse de participar de um grupo de whatsapp sobre cinema.
    Se sim, me dá um toque e a gente conversa.

  • Alan Guimarães
    Alan Guimarães

    Olá, Odir, obrigado pela minha curtida da lista de História Geral, mas tem também as minhas complementares de História do Brasil e do Oriente Médio, espero que você goste também. Abraços.

  • Lucas Afonsus
    Lucas Afonsus

    Por que excluiu sua resposta no meu comentário de Eu Não Sou um Homem Fácil? Eu gostei do que você falou pelo pedaço que li aqui na minha notificação, hahaha.

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