Paola

Chorei do início ao fim. Magnífico.

Admito que não consegui terminar porque fiquei enjoada de tanto feminismo branco liberal

Eu tenho uma teoria muito DOIDA pra quem já viu o filme (sob uma ótica psicológica/psicanalítica):

O Ephraim (Robert Pattinson, o vampiro que brilha ou seja lá como vc quiser chamar) que é o faloreilo aprendiz, não chegou na ilha com o Thomas (o duende verde). Ele chega sozinho na ilha pra fugir do trabalho anterior na floresta pois ele assassinou seu companheiro de trabalho (não fica claro p/ mim se o Ephraim matou o colega de trabalho acidentalmente ou de propósito, mas isso não vem ao caso agora). A fuga para a ilha não significa somente escapar da cadeia, mas principalmente esquecer e reprimir os próprios atos cometidos. Na ilha, Ephraim cria essa figura paterna e autoritária (representada pelo Thomas) que o colocará "nos eixos", vigiando-o e disciplinando-o para torná-lo um homem responsável e um trabalhador exemplar. O motivo disso se dá pelo fato de que Ephraim matou o colega do trabalho anterior pois os dois tiveram relações sexuais, e para Ephraim tornou-se impossível aceitar uma sexualidade homoafetiva. Então, para não duvidar da própria identidade heterossexual, Ephraim acaba por assassinar seu companheiro. Dessa forma, para reafirmar sua masculinidade, Ephraim cria a figura do homem viril, mais velho e mais experiente: o Thomas. Porém, é possível perceber várias contradições no comportamento de Thomas e Ephraim, pois há uma evidente tensão sexual entre ambos. Inclusive na posição que Ephraim se coloca muitas vezes, de cuidar da limpeza/arrumação do local, na qual ele mesmo percebe que está realizando os deveres domésticos, se tornando a "dona de casa" da relação. No decorrer do tempo que se passa no filme, Ephraim vai resgatando alguns lampejos do seu período com o antigo companheiro de trabalho, porém sempre em uma espécie de sonho/viagem. A parte em que isso fica mais evidente é quando Ephraim está andando na ilha e vê o antigo colega de trabalho (aparece uma cabeça com cabelo branco virada de costas) na qual ele acerta com um machado, e logo depois Ephraim está transando com uma sereia. A sereia nada mais é que o próprio companheiro de Ephraim, que ele tanto medo tentando-a reprimir, mas a deseja (tanto que ele desaba no choro quando se masturba com a sereia de "brinquedo" que achou). Durante todo o filme, Thomas alerta que Ephraim precisa duvidar da realidade que o cerca, sempre o provocando para duvidar até de si mesmo. Thomas representa a lucidez, as pulsões sexuais e a consciência pesada de Ephraim, na qual ele tenta negar através do álcool. É possível perceber que os dois são a "mesma pessoa" quando Ephraim está correndo de Thomas, porém quando chegam na sala, Thomas afirma que era Ephraim que o estava perseguindo. Porém, a pressão da culpa pela morte do companheiro e de sua sexualidade reprimida é tão grande que Ephraim acaba assassinando Thomas (também na cabeça e com um machado!). O rosto do antigo companheiro aparece na figura do Thomas, encarando Ephraim, alguns segundos antes de ser assassinado. Ou seja, Ephraim está finalmente encarando a realidade do que aconteceu, e assim enterra sua consciência (o Thomas). O farol (que representa o falo) é a sexualidade que tanto Ephraim precisa descobrir e compreender, que sua própria consciência (representada pelo Thomas) o impedia. Só que a luz da verdade sobre sua identidade sexual e o que isso leva ao significado de ser homem é tão inconcebível para Ephraim que esta acaba o cegando (a luz também pode ser a culpa impossível de se carregar por ter assassinado seu companheiro).