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35 years, Belém-Pará (BRA)
Usuário desde Março de 2015
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Professor de língua portuguesa, redação e literatura desde 2010, em escolas particulares, projeto voluntário e aulas particulares. Graduado em 2011 pela primeira turma de Letras com Habilitação em Língua Portuguesa do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará e em breve estudante de Letras com Habilitação em Língua Inglesa pela Universidade Federal do Pará.
Escrevo de forma amadora, no sentido profissional e apaixonado do termo, poemas, contos, resenhas e crônicas e publico de vez em quando nesta e em outras redes sociais.
Atualmente tenho estudado demais os impactos das mídias sociais nos aspectos comunicacionais e existenciais do ser humano ocidental e pós-moderno.
Fora isso, no tempo liveo, faço questão de ler um bom romance, ver animes e séries, além de filmes maneiros, e conversar acerca de questões ligadas à vida humana, podendo ser uma boa partida de futebol ou mesmo a resenha de um bom filme ou livro.

Últimas opiniões enviadas

  • Rafael Kafka

    Ali por 2006, tive a chance de ver esse filme que mudou a forma como eu via cinema até então. Viria começar a frequentar cineclubes coisa de dois anos depois, mas ali por junho de onze anos - quando o SBT ainda tinha uma progrmação razoável de filmes aos sábado à noite, tive a chance de ver esse filme que pelo trailer me fez pensar em diversas coisas legais que na época eu estava lendo.
    A principal delas: Franz Kafka, a quem fui apresentado praticamente na mesma época por uma professora do ensino médio e provocava em mim um contato completamente diferente com a literatura, que até então tinha sido algo bem convencional para mim. O filme de Cameron Crowe, assim como "A Metamorfose", me mostrou outra forma de trabalhar personagens, temporalidade e o universo onírico que nos compõe e nos determina. Minha cinefilia e meu verdadeiro amor pela literatura nasceram ali, enquanto eu estava com tuberculose em um ano entendiante e longo.
    As frases, a trilha sonora, a fotografia de beleza raríssima, a artificialidade da existência como algo abordado tanto no plano do realismo quanto no da ficção científica me fizeram entender muito do que estava ao meu lado. E penso que a personagem Sofia foi a primeira a causar em mim algo similar ao amor que, posso dizer, até persigo por essas pequenas coisas da vida, como brincadeiras infantis e falta de floreamentos na hora das coisas poéticas da existência.
    Quando o filme terminou naquele dia, eu fiquei deprimido, pois queria mais. Sentia que se ele tivesse umas dez horas de duração, eu seguiria ali assistindo, sem cansar, sem reclamar. Mas no final, com o olhar de David Aames despertando, sinto que ganhei um dos melhores presentes dados pela arte a mim. E hoje, revendo esse filme tanto tempo depois, sinto que a poesia do mesmo segue igual a mim.
    É preciso escolher entre uma existência vivida em inautenticidade ou algo verdadeiro a todo instante. Muitas vezes, por mais que o sonho vire pesadelo, seguimos ali por medo da mudança ou por costume a velhas dores. O drama de Aames em "Vanilla Sky" é o drama diário de todos nós que muitas vezes nos afundamos em uma existência a qual julgamos como escolhida por nós, mas na verdade foi imposta pelo temor diante da angústia.
    Em uma realidade controlada pela tecnologia que visa a facilitar tudo, a mente parece se rebelar sem que percebamos isso e o conflito entre realidade e onirismo gera o pesadelo. Nesse sentido, "Vanilla Sky' assume uma realidade similar à de "Solaris", com a vontade de sonhar sendo obliterada e com o indivíduo passando a viver uma realidade criada que se assume verdadeira. E angústia, mesmo quando tentada ser anulada, mostra seus sinais.
    Há a necessidade de uma situação-limite para despertar o ser para uma escolha de libertação. Muitos acabam se afundando na inautenticidade justamente pela falta de tal situação e assim, aos poucos, a infelicidade toma conta das pessoas, que julgam-se donas de vidas livres de qualquer forma de opressão social ou pessoal.
    "Vanilla Sky" é um libelo em prol da liberdade humana, o qual assim como os livros de Kafka me fazem pensar em todas as opressões que não percebemos sofrer e reduzem a individualidade a nada, a subjetividade a um vazio sem sentido.

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  • Rafael Kafka

    "Fracture", que saiu no Brasil com o título de "Um Crime de Mestre", me fez pensar em uma HQ bem legal que li há vários anos chamada "A Piada Mortal" e que cria um contraponto entre Batman e Coringa, em argumento feito por Alan Moore no qual aparentemente o ponto principal de diferença entre um herói e um vilão é o superego. No longa de Gregory Holbit ocorre esse contraponto entre duas mentes em pólos morais opostos, ambas marcadas por uma inteligência monstruosa.
    Ao mesmo tempo, há o contraponto entre duas gerações de atores que possuem um estilo a meu ver bastante similar. Tanto Anthony Hopkins quanto Tyan Gosling são artistas cujo maior charme está em um expressionismo pouco verbal e, paradoxalmente, pouco expressivo. O ar blasé de Ryan e a frieza de Anthony caem muito bem nos diálogos e enredo intricados que envolvem um praticante de feminicídio que brinca com a justiça, criando um verdadeiro quebra-cabeça insolúvel para ser desmantelado, e um advogado ambicioso que põe em risco uma carreira promissora pelo simples prazer de resolver um crime.
    Em ambas as figuras, vemos a genialidade que se deleita com os jogos intricados da existência, duas consciências em conflito num jogo de gato e rato, com perseguições, idas e vindas que parecem não ter fim, resolvidas com base em um detalhe simples que passa despercebido por todas as forças de segurança.
    "Fracture" é um filme de desenrolar fluido e belo, com uma trilha simples e que conjuga bem com o clima do filme como um todo. O título inglês recupera bem esse espírito de cisão existente e já tornado clichê dentro do cinema do conflito envolvendo dois seres que ao mesmo tempo que são divergentes, possuem muito de comum - Al Pacino e Robert de Niro fizeram bem demais isso em "Fogo contra Fogo" também, mas em ritmo mais frenético e menos dialógico.
    A graça de filmes como o protagonizado por Ryan Gosling - um de meus atores favoritos - e Anthonu Hopkins, uma lenda viva, é mostrar que mesmo os formatos que já parecem engessados podem ser renovados para criar boas histórias para falar da profundeza da dimensão existencial humana.

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  • Rafael Kafka

    "A Noite" é mais um dos filmes da Trilogia da Incomunicabilidade de Antonioni e nele o uso dos enquadramentos, algo que caracteriza a obra do diretor italiano, atinge o máximo de destreza. Cada quadro serve para contar histórias paralelas que se passam ao mesmo tempo da história central, criando a sensação interessante de contraponto entre hermetismo e amplitude, uma imersão no universo psicológico das personagens enquanto o mundo lá fora segue com suas vicissitudes.
    A imagem nos filmes de Antonioni tem mais poder que a palavra e cada cena possui um requinte metalinguístico, como se quisesse reclamar para o cinema o estatuto de mídia independente da literatura, mesmo em filmes como "Blow Up", que são adaptações de obras literárias.
    A linguagem imagética amplia o isolamento da personagens, transformando-as em seres fechados em si mesmos, estúpidos diante do mundo, sem compreensão mútua alguma. Os olhares e os momentos de carícia têm algo de louco e descontrolado, perturbador, e a câmera assume uma espécie de onipresença seletiva em relação ao que é digno de ser visto.
    O final da história parece ilustrar bem isso: o casal apaixonado em uma cena de amor que mais parece uma luta é aos poucos ignorados por um travelling que mais parece um olhar resignado, melancólico, descontente com a realidade de joguetes que analisamos por duas horas diante de nós.
    Assim como em "A Aventura", cujo foco central é um sumiço sem motivo claro, esse filme mostra um diretor altamente preocupado com a opacidade da consciência humana, que mesmo no ser-para-outro parece ser incapaz de se definir precisamente e de entender o outro como subjetividade plena. Nunca o princípio filosófico da consciência em busca da destruição do outro ganhou tanto sentido para mim quanto nesta película.

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  • Filmow
    Filmow

    O Oscar 2017 está logo aí e teremos o nosso tradicional BOLÃO DO OSCAR FILMOW!

    Serão 3 vencedores no Bolão com prêmios da loja Chico Rei para os três participantes que mais acertarem nas categorias da premiação. (O 1º lugar vai ganhar um kit da Chico Rei com 01 camiseta + 01 caneca + 01 almofada; o 2º lugar 01 camiseta da Chico Rei; e o 3º lugar 01 almofada da Chico Rei.)

    Vem participar da brincadeira com a gente, acesse https://filmow.com/bolao-do-oscar/ para votar.
    Boa sorte! :)

    * Lembrando que faremos uma transmissão ao vivo via Facebook e Youtube da Casa Filmow na noite da cerimônia, dia 26 de fevereiro. Confirme presença no evento https://www.facebook.com/events/250416102068445/

  • Duda Klein
    Duda Klein

    Oi Rafael, desculpa a demora ahahha Nossa, não mesmo! Meu namorado costuma dizer que eu assisti tudo do Netflix já, mas tu pode ver aqui que eu assisti apenas 300 filmes minha vida inteira.. Não considero isso mutio ahhaha

  • cypher
    cypher

    Cara eu assisti Berserk e virei super fã, você pode me indicar mais alguns animes que sejam tão fodas quanto ?

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