Ramon

Sim, um filme apelativo e que, de fato, faz jus a sua tradução em português: um filme sem limites, sem censura, sem escrúpulos para o que é moral ou imoral, legal ou ilegal.

No Brasil, sua exibição foi proibida em quase todos os cinemas, e deveras. Não pela censura, pois é um filme que foi produzido para ser visto e para ser odiado, mas sim pelo abominável.

O terror de Um Filme Sérvio foca no perturbador. E isto se dá pelos estupros e torturas que tomam parte da película.

A moral se perde em meio ao que é ilegal. Até alguns se perguntariam como algo desse tipo foi produzido e liberado sua exibição. Outros, inclusive, até contestariam a sanidade dos seus produtores, roteiristas e diretor. Normal: não estamos acostumados a ver algo tão doentio.

Por outro lado defendo a obra: é o que é tangível, que pode ser real, que tenta ser real. Pode ser também o lado desumano que o humano tem e tanto esconde e inibe.

Spasojevic fez um filme para poucos, fez um filme para você suportar ou não suportar, fez um filme sabendo que todos que o assistirem vai o odiar. Spasojevic não fez nada para ser agraciado, fez para ser temido.

Em tempos que a aclamada trilogia De Volta Para O Futuro fica apenas na memória dos mais velhos ou dos cinéfilos, ao passo que sua fórmula de viagens no tempo hoje em dia seja mais assunto para filmes infantis, Questão De Tempo surpreende ao reutilizar um conceito já "batido" atrelado a um roteiro bem trabalho e elenco envolvido na trama.

Ainda assim que não tenha feito seu papel de forma mais contundente, pois capacidade para isso o filme tinha, três estrelas se fazem suficientes, afinal, quando o "aluno" é bom, o "professor" tem que exigir o melhor a ser dado.

Também, trocando em miúdos, para ser sincero, me fez cochilar em dados momentos.

Tentaram contar muita história em pouco menos de 120 minutos: deu nisso. O filme é muito superficial, embora devemos entender que não precise ser tão minucioso quanto um livro. Os anos passam rápido demais, a história é drasticamente resumida e, não somente, negligenciada.

Por outro lado, a trilha sonora é boa, mas nada que salve o filme e a atuação nada icônica de Kutcher.

Por fim, o que vale é a intenção. É um bom filme para assistir.