Últimas opiniões enviadas
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Lady Gaga se desfez de sua persona para dar vida à Ally. Mas a sua voz é incomparável, o seu jeito peculiar e nariz de Germanotta está cada vez maior e mais autêntico. Eu sou fã da Gaga há milênios, assisti o filme por ela, e estou torcendo por ela. Sempre! O filme poderia ter sido menor, 1:20 h e o final de Jack poderia ter sido um acidente. Achei o início do filme muito bom, mas quando o Jack começa a ficar moribundo, nossa, só a Ally salva o desenrolar do novelão. A trilha sonora é imbatível, vai levar o Oscar, não tem pra ninguém. Gaga é um monstro da música neste século XXI. Quanto a direção é mediana, a fotografia é regular. Se comparar ao documentário de Gaga na Netflix é evidente o quanto a produção em todos os aspectos técnicos é superior a esse filme do Bradley. Mas vale muito a pena conferir. A música vai te emocionar. Viva o cinema. Viva a arte!!
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Nostalgia
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AS RUÍNAS NO CINEMA DE TARKOVSKY
A experiência de assistir Andrei Tarkovski é sempre nostálgica. O filme é dedicado à memória de sua mãe, em vista disso, "Nostalgia" (1983) me pareceu a todo momento uma reconciliação maternal. Um desejo irreparável no tempo. A experiência visual e sonora nos transportam para a infância mais genuína: o som da chuva; uma garrafa de vidro rolando no chão; uma serraria emitindo sons do corte da madeira; entre outros recursos - que tão somente através das artes cinematográficas - é possível atingir para acessar as subcamadas de nosso inconsciente, e trasportar imagens e sons (esquecidos) de nossa infância para a superfície: a consciência. O cineasta trabalha de modo genial em duas horas de filme para deslocar em nós, o enrijecimento da inteligência sensível na vida adulta, e suscitar a lembrança que o paraíso está perdido.
Ricardo Neto
Últimos recados
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Sávio
Opa
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Rodolfo Ítalo
Bem vindo, Ricardo!
O filme é claramente uma crítica à Igreja Católica, apresentando o discurso de proteção e levianidade quanto ao tema do abuso sexual de padres. O mais interessante no filme é perceber na segunda camada, a mais sutil, como o abuso sexual na infância busca uma espécie de retorno na vida adulta, seja de uma resposta do abusador, ou até encontros com outras vítimas para verbalizar ostensivamente o caso e reconstruir a memória sexual do passado. Então, o filme me passou uma imagem de como a sexualidade é conflituosa em qualquer momento da vida. Tem um mal na sexualidade humana que ainda é desconhecido e o Cristianismo só pregou peças punitivas em cima disso, de modo que, não me parece ser o ato abusivo em si o grande problema, mas a peça problemática da Igreja que pune a sexualidade em todos nós. Todos nós temos marcas dessa punição, independente de ter sido abusado ou não.
Quanto a técnica narrativa, é um filme com uma fotografia bem caprichada e vale a pena assistir. Nota 3.8