Ricardo

Daniel Day-Lewis dando uma aula de interpretação, como sempre

Diferente daqueles documentários que tentam "desvendar o mito","Montage Of Heck" mostra o Kurt como ele realmente era:um ser humano como qualquer outro,que só queria fazer música,conseguir viver dela e construir uma família.Mas aí veio todo o estouro do Nevermind,e a mídia intitulando ele como "porta voz de uma geração",quando simplesmente não era isso que ele buscava.Além do sensacionalismo da mídia sobre a vida pessoal dele,sempre pintando ele e a Courtney Love como "o casal de junkies que estava criando uma bebê viciada em drogas",que foi uma coisa com a qual ele não conseguia lidar,e só ajudou ele a ficar ainda mais deprimido e afundado na heroína.

É uma oportunidade única poder ver pessoas que foram próximas dele lembrando a pessoa que ele foi,e não do "grande astro do rock,e ídolo de uma geração".A presença dos vídeos caseiros e das gravações em áudio só tornam a experiência ainda melhor.E vale destacar também o trabalho foda de edição que eles fizeram com os trechos dos diários dele,e as sequências em animação que ficara muito bem feitas.Talvez um dos únicos defeitos tenha sido a ausência do Dave Grohl,nem que fosse num depoimento mais curto.

Enfim,é um filme obrigatório para qualquer fã do Kurt e do Nirvana,ou até mesmo para alguém que tenha curiosidade em saber quem ele foi:alguém que tinha sim,muitos problemas,que nunca receberam a atenção que deveriam,nem por parte da família,dos amigos ou da esposa,mas que ainda assim tentou de tudo para superá-los.Que amava a família e a esposa,mas que nunca foi amado de volta da mesma maneira.Mas,acima de tudo,alguém que só queria ser feliz,mas que,infelizmente,nunca conseguiu.

Pode ser definido em uma palavra:encantador.O final é uma das coisas mais tocantes já filmadas.Chaplin foi,incontestavelmente,um gênio.