Eduardo Siqueira

Após assistir esse filme fiquei com uma grande dúvida a respeito do dom do esquecimento que os anjos (segundo o filme) nos dão após ter-nos mostrado tudo o que acontecerá em nossas vidas. Sendo isso real, não sei até que ponto poderíamos considerar o Esquecimento uma dádiva, ou então uma maldição. Sei lá, a nós já é conhecido a beleza da incerteza, de arriscar-se sem saber onde tudo vai dar ( do quão incrível e especial isso nos torna perante ao mundo), mas quando vi Nemo viver cada possibilidade de modo que todas eram igualmente reais , confesso que a incerteza não me pareceu tão bela quanto eu a via. Tipo: Perdemos todos os infinitos universo de descobertas e possibilidades sem igual ao escolhermos viver determinada realidade. Não se trata de qual escolha é a certa, uma vez que todas são possíveis. É bem mais do que qual escolha nos fará mais felizes. A prerrogativa do Sr. Ninguém certamente vai muito mais além disso. Qualquer que seja a nossa decisão... estaremos fadados a não conhecer a beleza das demais. Seria incrível se a cada decisão pudêssemos viver cada uma delas da maneira que Nemo as viveu. Talvez por isso Sr Ninguém, pois como o próprio filme diz: "Enquanto você não escolhe, tudo permanece possível" . Imagine quantas realidades faríamos partes? Seria o caos mais incrível que alguém escolheria estar. Enfim, eu escolheria poder não escolher... mesmo sabendo do tamanho do paradoxo que envolve essa frase. Pra terminar. apesar de conhecer poucos conceitos a respeito da Física Quântica e gnosticismo, me arrisco a dizer que esse será o conhecimento mais valioso do nosso futuro. Principalmente se levarmos em conta o mistério quântico que permeia as partículas subatômicas, onde a flecha do tempo, bem como como o conceito de Uni Verso são desprezados uma vez que não há explicações para os inúmeros lapsos (ou seria colapsos) envolvendo tais grandezas (aparecer e desaparecer do nada)

O mais legal nos filmes do Adam Sandler (sem desmerecer Drew Barrymore e elenco) é que tudo é uma grande festa... Ninguém aparenta estar trabalhando (mesmo que na realidade esteja). Ele tem o dom de divertir ... se divertindo, o dom de juntar toda uma família no sofá e transmitir algo bom. ele é admirável! e sabe disso..

Seria fantástico se levássemos em conta somente algumas mensagens que o filme passa. Infelizmente, isso não é possível. E verdade seja dita, o começo é chato pra caralho (Parece que o filme só começa “Pra valer” depois dos 40 minutos). Sei lá! Acho que faltou uma melhor combinação entre roteiro/direção. Uma história tão vívida, simplesmente, merecia mais.

Ainda sim, ótimo filme.