Eu respeito filme que sabe exatamente o que é, que vai direto ao ponto que interessa e tal.
O roteiro pode ser uma bobagem, o humor nada engraçado, sem nenhum charme, os personagens são fracos (olha que eu gosto do Jason Statham), além de ser muito previsível e entre outras coisas. Mas mesmo com todos os defeitos, ele sempre está numa ação constante, o que até me agradou. É como se fosse sequências de videogame. Curti mais o início e a metade, achei envolvente. Porém, mais para o final já tava achando um pouco chato e torcendo para chegasse ao fim.
É um filme que trata sobre autodescoberta, perda, perdão e responsabilidade. É uma história de um pai ausente com a sua família, até acontecer um acidente trágico envolvendo sua esposa, isso faz com que ele percebesse que era necessário tentar se reconectar com suas duas filhas.
A tragédia é sentida e pouco enfrentada, não é muito sobre o luto em si. É sobre enfrentar os erros do passado, mas é muito mais sobre preparar o futuro com suas filhas. Apesar de lidar com assuntos pesados, é um filme leve e com um humor bem moderado. O Havaí como cenário colaborou muito pra esse clima mais leve, além de render imagens lindas...
George Clooney sem nenhum tipo de maneirismos, está muito bem numa interpretação bem verdadeira. Shailene Woodley também está ótima.
Eu achei bom, curti mesmo. Poderia ser melhor. Acho que poderia ter momentos um pouco mais dramatizados, tinha potencial pra isso. Ele ter permanecido mais ou menos num único tom, fez com que se não destacasse tanto assim, pra mim.
É um filme autoconsciente do absurdo que é, assim mesmo detestei. Fazia muito tempo que não me sentia perdendo meu tempo. Olha, que nem sou muito exigente quando se trata de filmes do gênero, mas não rolou comigo. O menino protagonista é insuportável como todos os outros personagens. Não criei nenhum tipo de simpatia por eles. A história é fraquíssima, até mesmo as fugas de carro e tal, não me envolveram... O romance é a coisa mais absurda e sem química que já vi, eu acho.
A única coisa que achei bacana, é a maneira com a música foi usada no filme. De resto, nada mais me agradou. O enredo é muito previsível, os diálogos são risíveis e sei lá, é tão forçado, mas tão forçado querendo ser cool, que não chega ser nada disso, pelo menos, pra mim. Boring, boring...
É uma mistura de western com vampiros. Vi pela primeira vez quando era criança e minha lembrança era de ter gostado. Agora assistindo depois de adulto, acho impressionante que ainda funcione tão bem depois de tantos anos. A maneira que Carpenter conduz o filme fez toda a diferença.
A cena inicial do grupo de caçadores (com vários equipamentos legais) entrando numa casa pra matar os vampiros. Depois ver o vilão Valek matando geral, as mortes são executadas de maneira bastante criativa, violenta e divertida.
É tudo muito bem ambientado, o humor ácido é ótimo, a trilha sonora funciona, o James Woods tá ótimo, haha. Existe também uma crítica (nada sútil) a igreja católica, rs. É um entretenimento de muito respeito.
Eu conheço quase nada sobre o gênero Western (não sou tão fascinado assim, pra ser sincero). A minha impressão é que geralmente são filmes bem padronizados entre bom e o mal, com personagens arquetípicos e tal. Esse é bem fora da curva nesse sentido. Mesmo ambientado no velho Oeste, é muito mais um drama crítico que faz uma abordagem sobre temas como a histeria coletiva e do linchamento.
Me lembrou bastante “12 Homens e uma Sentença”. Porque é outro filme que defende os direitos fundamentais de uma pessoa, que também mostra a importância de uma investigação justa sobre qualquer caso que seja. Todos deveriam ter o direito de se defender.
Existe críticas ao fascismo. Poucos personagens até tentam colocar juízo na cabeça daqueles que estão com sede de vingança... Mas a maioria vence. O Henry Fonda está nesse filme também, o seu personagem se encontra no grupo da minoria. Aparentemente um homem bom, mas como praticamente todos os homens bons diante de uma situação como essa, permanece passivo. O que é bem realista.
Gostei bastante do final. A carta sendo lida, mostrando cada personagem com peso na consciência pelo que foi cometido e tal.
Enfim, o roteiro é muito escrito, os personagens são bastante reais e conta com uma mensagem atemporal. Baita filme.
Eu conheço pouco coisa do cinema soviético (pretendo conhecer mais). Não sou fascinado pelo gênero de guerra, mas posso dizer que gosto. O filme não mostra praticamente nada em relação aos conflitos nos campos de batalha em si. É uma história de amor de uma mulher por um homem que escolheu ir à guerra. Veronika é incapaz de esquecer o seu apego por ele. É basicamente uma história de amor em tempos de guerra...
A câmera é uma coisa absurdamente impressionante. Nem precisa ser conhecedor da área (como eu) pra perceber isso. Ela gira, gira, consegue seguir os personagens em planos sequências deslumbrantes (Veronika atravessando os tanques na rua, por exemplo), ainda mais para aquela época.
Muitas cenas incrivelmente bem capturadas, como a cena que mostra Veronika se abrigando no metrô, por causa do ataque aéreo, depois ao chegar à casa dos seus pais, percebe que o edifício foi bombardeado... Outra cena espetacular, é quando toca outro alarme de ataque aéreo, Mark quer levar Veronika para o metrô, mas ela não quer ir... Daí ele começa a tocar piano com tanta força que acabamos nem conseguindo escutar o som das bombas. Mesmo assim, devido ao bombardeio, o lugar fica sem luz, as janelas são quebradas, as cortinas não paravam e etc... A cena da morte de Boris é um negócio muito bem executado. É que tudo foi na perspectiva do próprio, ele olhando para o céu... Tudo girando e ele sonhando. Uma cena realmente excelente.
É um drama com uma força enorme e bem comovente. Executado de maneira primorosa. Grande filme.
"Para mim, a arte é a extensão do que você realmente sente."
A mescla entre documentário e ficção realizada aqui por Kiarostami é simplesmente genial. Confesso que tive dificuldade em distinguir a ficção da realidade.
Sabzian cometeu um erro, ele enganou uma família da classe média usando a identidade de um diretor famoso (Makhmalbaf). Foi preso. A história é publicada por uma revista e Kiarostami decide fazer um filme sobre o evento. É tudo muito observador. Queremos saber quais foram suas motivações. Kiarostami teve acesso ao julgamento, é a sequência em que ouvimos as confissões sinceras de Sabzian. É muito íntimo e poderoso cada palavra colocada pelo protagonista. Descobrimos que nunca houve intenções de roubo e tal, apenas a vontade de ser ouvido e respeitado.
Esse filme consegue perfeitamente ser tantas coisas, por isso é muito complicado descrevê-lo. É uma reflexão sobre os efeitos da arte e o cinema nas pessoas. É uma carta de amor ao cinema através da paixão do seu protagonista. É sobre a busca de identidade, mostra também como a situação social de uma pessoa pode estar interligada com cada uma de suas ações e etc...
A sequência final é simplesmente divina. Coisa de gênio. Sabzian se encontrando com o Makhmalbaf, o passeio de moto, a conversa entre os dois, das quais não escutamos (por falhas na gravação possivelmente, não sei, rs), mas não importa. A visita a família que foi enganada, ele levando flores e assumindo a culpa, o último frame congelado, com uma música absurdamente linda... Obra-prima.
"Por isso, quando alguém diz: 'Quando você chegar à NBA não se esqueça de mim', e todas essas coisas, eu deveria responder: 'Se eu não conseguir, não se esqueça de mim.'".
Esse documentário é de uma autenticidade incrível. É sobre a vida de dois meninos pobres que moram nos subúrbios de Chicago e que sonham em se tornarem jogadores da NBA.
O documentário obviamente fala sobre o amor de cada um pelo basquete, mas é muito mais sobre o caminho que esses meninos precisam percorrer para chegar nos seus objetivos. E, como sabemos, vida de famílias pobres (ainda mais se forem negros, que é o caso aqui), o caminho árduo é quase sempre a regra, infelizmente. Nós acompanhamos suas vidas no decorrer de cinco anos. É tudo capturado de maneira muito íntima.
A duração é pouco mais de 3hrs, mas não cansa em nenhum momento. O ritmo é bastante prazeroso, é praticamente impossível não se envolver com as histórias, pois é repleto de emoções verdadeiras. É real, não tem nada encenado aqui.
Numa cena, um dos meninos, fala sobre estar pela primeira vez rodeado apenas por crianças brancas, onde diz que será difícil, mas que é necessário seguir em frente... O documentário não deixa de mostrar o conflito entre negros e brancos nos EUA, críticas ao sistema e etc...
O mais triste e revoltante é saber que essas histórias aconteceram em 1994 e que ainda é realidade para MUITAS pessoas, infelizmente. Não precisa saber nada sobre basquete para assistir esse filme. Recomendo muito.
“É fantástico poder disparar em alguém assim. Não ter medo de fazê-lo... Isso significa não ter medo de morrer, não é?
Se eu fosse valente, levaria uma arma? É porque me assusto com facilidade. E quando você está com medo o tempo todo, acaba desejando a morte.”
Esse é um filme muito diferente da Yakuza. Não esperava algo assim. Me surpreendeu bastante.
O início mostra rapidamente os mecanismos dentro da organização em Tokyo, algumas cenas violentas e etc. No entanto, um tanto antes da metade, Murukawa (interpretado pelo próprio Kitano) e seus companheiros são mandados para uma praia. É neste lugar, onde ele e seus companheiros esquecem suas responsabilidades e acabam se divertindo, por retornarem aos seus momentos de pura inocência, seja numa guerra com fogos de artifícios, ou até mesmo num combate de sumô, rs. E, assim mesmo, são poucas as vezes em que Murukawa esboça um sorriso. Ele está cansado dessa vida de assassino da Yakuza.
Os personagens não costumam mostrar nenhuma emoção. As expressões faciais de todos são praticamente as mesmas independentemente da ocasião, seja num tiroteio ou em qualquer outro momento. Eles estão acostumados com esse modo de vida cheio de violência e crueldade. É a plena consciência sobre o inevitável.
É um filme muito calmo e com poucos diálogos, o que pode fazer muita gente achar bastante entediante. Essa calmaria, os momentos de alegria e etc... É interrompido justamente com a violência.
Eu curto bastante filmes sobre esportes e tal. Esse é mais um filme sobre uma rivalidade esportiva bem famosa do tênis. Eu não conhecia a história, pois não conheço praticamente nada sobre esse esporte.
Borg é um atleta muito mais frio e que não costuma demonstrar suas emoções e McEnroe é completamente o oposto, muito mais temperamental e etc... É interessante mostrar o quanto suas personalidades influenciam no seu jogo. É um filme que vai um pouco além de mostrar apenas os jogos, é mostrado o conflito emocional de cada um.
A direção é competente. O roteiro é bom, nada acima da média. Achei bem envolvente e emocionante.
Então, para minha surpresa achei bem mais ou menos. Não que eu tivesse esperando algo próximo ao nível da obra de Kobayashi, rs. Olha que eu gosto do Miike.
Achei esse remake muito pouco inspirado. Algumas coisinhas são diferentes do original, o que foi uma decisão certeira, mas o “diferente” aqui não é necessariamente bom. O que ficou mais evidente nessa versão é o drama de Tsugumo, tanto que foi gasto um longo tempo com os flashbacks contando sua história... Não é interessante, sem falar que é muito melodramático. Isso prejudicou o ritmo, algo que definitivamente não acontece no antigo.
Na versão de Kobayashi a crítica a classe dominante, a desconstrução do samurai e entre outras coisas, é mostrado com muito mais clareza e importância do que nessa versão.
PS: Quem não viu a obra-prima Harakiri, por favor, assista.
É um filme sobre um trem descontrolado que precisa ser parado. Simples e enxuto.
É bem no padrão hollywoodiano, mas não há problema, quando se é bem feito. É muito eletrizante do início ao fim. A câmera trêmula na maioria das vezes é algo que me incomoda bastante em qualquer filme, mas aqui é muito bem usado. Gostei muito do fato de mostrar os noticiários da televisão, isso dá uma sensação de maior imersão nesse evento (que aconteceu de verdade).
Denzel Washington e Chris Pine estão ótimos, apesar de seus personagens planos. Mas isso não comprometeu em nada minha experiência, pois me importei com eles, algo muito importante nos filmes do gênero, pra mim.
Enfim, é um filme muito eficaz no que se propôs a fazer. Entretenimento de respeito. Filmão.
O cinema costuma produzir muitos filmes baseados em fatos reais que, muitas vezes, eu sequer sabia da existência... É sobre um evento conhecido como a Revolta de Gwangju que aconteceu na Coréia do Sul em 1980. Apesar de se tratar de um evento trágico, a narrativa é leve e bem-humorada. Só mais para o final é que muda bastante.
O mais bacana, é a maneira que conseguiram inserir a história do protagonista (o motorista, interpretado brilhantemente pelo querido Song Kang-ho) dentro do evento histórico. Ele é disparado a melhor coisa do filme. É carismático, engraçado e sua parte dramática funciona. O ator convence e mostra muito bem todo o conflito interno do personagem.
E sobre o evento histórico em si, infelizmente, me senti o tempo inteiro bastante distante... A parte final é onde o filme caiu um tanto, pra mim. Eu estou plenamente acostumado com o cinema asiático, portanto, conheço bem seus exageros, aqui o excesso cantou solto... É manipulador, discursinho desnecessário e etc...
Ainda assim, é um bom filme na maior parte do tempo.
Me surpreendeu. Eu nunca pensei que uma simples história sobre alguns alunos planejando trapaças em provas escolares poderia ser tão intrigante e divertido. A narrativa é ótima e segura, as voltas e reviravoltas acontecem com uma certa frequência e nenhuma vez destoa da história. O enredo pode até ser exagerado, mas o diretor consegue manter toda essa loucura plausível.
Então, o que eu achei mais interessante, é que embora toda a sua ação esteja longe de situações de vida ou morte, o filme consegue apresentar essas provas como sequências intensas e com um suspense respeitável. Os aspectos técnicos são muito bons, a música é legal, a edição é boa, por isso é tão dinâmico e não cansa nunca.
O que eu menos gostei, foi o final, por causa do sentimentalismo exagerado... Fora isso, é um entretenimento muito bem feito.
É estranho, rs. Ele não tem necessariamente um enredo. É apenas mostrado algumas histórias (onde não me parece ter nenhuma conexão uma com a outra, além do fato de todos se passarem numa mesma região na Islândia) entre homens e seus cavalos (as vezes seus únicos parceiros na vida).
O humor é bastante peculiar. Parece ter um lado obscuro também. Mas é uma observação interessante sobre o comportamento humano em sua forma mais primitiva através dos cavalos. Não fiquei completamente envolvido do início ao fim. Mas talvez por não achar um filme fácil, rs.
Pretendo rever um dia. Enfim, por último e não menos importante: a Islândia é linda pra caramba, o cara fica babando com aquelas paisagens.
Olha, podemos dizer que é um filme bastante sensorial. Quase não há diálogos. Quem não consegue embarcar na jornada de um homem em fuga e tendo que enfrentar a natureza para sobreviver, não deve gostar...
Não há show pirotécnico ou qualquer drama barato aqui. É apenas a luta pela sobrevivência sendo filmada com tamanha precisão. O que essa batalha pela sobrevivência não faz a pessoa cometer... Cenas marcantes. Vincent Gallo em uma grande atuação.
“Acha que estamos acabados?” “Idiota! Ainda nem sequer começamos”
A história é sobre dois jovens delinquentes que basicamente representam a juventude do Japão nos anos 90. Depois de um deles apanhar, eles decidem aprender boxe. No entanto, um tem talento e o outro não. Daí os caminhos se separam, enquanto um quer se tornar um boxeador, o outro ingressa nos Yakuzas..
Gosto da amizade entre os dois protagonistas, apesar de não ter tantos diálogos, mas existe uma cumplicidade entre eles. Mesmo ao longo de anos sem se ver, a amizade permanece intacta. Eu só não gostei muito da passagem de tempo, mas nada que comprometa a obra num geral.
O final é bonito e otimista. Eles se recordam sobre o passado, dão risadas do quão idiotas foram em vários momentos, mas o que importa é seguir em frente. Um belo filme sobre amadurecimento.
Então, para quem for assistir querendo ver uma grande ficção científica, saiba que você pode ficar um pouco frustrado nesse sentido. É que essa ideia de a "outra terra" até poderia ter sido o foco, mas não é. Não que não seja importante para a trama, é que seu impacto é pouco sentido. O filme se concentra nos dois protagonistas e mostra uma preocupação mais com uma história humana de crime, culpa, mágoa, perdão e a possibilidade de redenção.
Eu gosto do tipo da estrutura que geralmente tem em filmes independentes. As imagens bem realistas, a câmera sempre próxima dos personagens e tal, o filme é feliz em captar bem os pequenos gestos e momentos de tensão entre os protagonistas.
Eu não fiquei tão surpreendido assim com o filme e o seu final. Mas é uma boa história e bem executada. Muito bom.
É um filme curioso, divertido e com uma mensagem educativa, rs.
A história é simples. É pra quem curte filmes horror/comédia. Eu consigo apreciar (as vezes) a bizarrice. Tem gore (nada muito forte). Os dentinhos podem até parecerem incontroláveis, monstruosos e etc... Mas o filme acertadamente mostra que não é bem assim (o consentimento na hora do sexo é essencial).
Olha, pra quem gosta de filmes do tipo, pode agradar até. Eu curto, mas esse aqui é só atraente quando os carros estão nas pistas mesmo. O filme ser chamado de Ford vs Ferrari só pode ser questão de marketing, porque olha... O lado da Ferrari é pouco mostrado, por isso essa rivalidade nem sentida é.
Eu gostei praticamente somente das cenas de corrida. Isso foi até compensador, diante de um filme com um enredo repleto de apetrechos já conhecidos... Eu já esperava clichês, mas queria sentir um pouco mais de emoção. Até mesmo o lado cômico não funciona, pra mim. O que é aquela cena do Miles e Shelby brigam no gramado? Muito vergonha alheia, haha.
Os personagens não são legais. A parte do Miles com a família não são boas, tanto sua mulher como o seu filho, são muito limitados, só serviram pra ser torcedores e pronto.
Pra quem gostou... Eu recomendo (caso não tenha visto) Rush que é mil vezes melhor.
É um retrato honesto sobre um grupo de jovens americanos que vivem à margem da sociedade e não parecem ter nenhuma perspectiva. É uma viagem onde mostra todos querendo ganhar dinheiro, mas enquanto não estão trabalhando, tentam aproveitar a vida ao máximo. E somos convidados a conhecer tudo isso.
Eu gostei. Achei bem filmado e muito bem-intencionado, o que considero importante. Mesmo achando muitos momentos intrigantes, onde pude sentir toda a energia do grupo e tal, o problema é que as vezes achei um tanto entediante também, talvez por achar um tanto repetitivo. Não gosto de falar de duração e tal, mas acho que isso prejudicou um pouco aqui.
É uma verdadeira descida ao inferno de um policial corrupto e viciado. A visão de Ferrara sobre a vida cotidiana de Nova York impressiona muito por sua crueza, repleto de perversões, drogas e etc... Não apenas sobre isso, ele também consegue trazer abordagens absurdamente boas sobre questões como moralidade, religião, pecado e redenção.
Keitel está monstruoso. Ele surpreendido com a fé da Freira e tal, tem uma alucinação na igreja que resultou numa cena de confronto com Jesus, simplesmente memorável. O monólogo é incrível, mesmo. Difícil descrever a atuação do Keitel, mas posso falar que é uma das melhores atuações que já tive o prazer de ver.
A sequência final ao som de Pledging My Love é maravilhosa, não só por ser bem capturada. Mas também por todo o significado em si.
Eu amei. É um daqueles que cresce nos pequenos momentos, sabe?
É uma história familiar agridoce sobre a perda, luto e também crescimento. Eu realmente tô encantado como o diretor foi extremamente feliz em capturar os momentos emocionais e tal, é repleto de sutilezas... Não tem “espetáculo” nessa história, a preocupação é com o íntimo de cada personagem. É a vida cotidiana e seus relacionamentos. É tudo, literalmente tudo, muito palpável. Dói. Mas com amor ao lado, é possível seguir em frente.
É o meu primeiro filme do diretor. O título "Dor e Glória” resume muito bem a vida do protagonista Salvador Mallo.
Salvador em uma cena com sua mãe, menciona o termo “autoficção”. Mesmo não conhecendo a história do Almodóvar, é muito perceptível que essa história foi um tanto inspirada (não sei exatamente o quanto, mas isso não importa) na sua própria vida.
É uma obra muito íntima, o passado está diretamente relacionado ao presente. O protagonista passa o tempo inteiro buscando respostas sobre questões da vida através de suas lembranças emocionalmente carregadas, enquanto sofre com dores nas costas, uma tosse horrível e por outras coisas que o filme mostra em detalhes. É sobre se reconciliar consigo mesmo.
“O melhor ator não é aquele que chora, e sim o que luta para conter as lágrimas.”
É o que Salvador fala para o ator do seu antigo filme que está prestes a retornar aos palcos. Isso diz muito sobre a própria atuação do Banderas (me surpreendeu bastante, muito por sempre achar ele um ator limitado) que evita qualquer tipo de melodrama.
Vou procurar ver outros filmes do Almodóvar. Não sei se vou gostar tanto assim, mas é sempre interessante ver filmes de cineastas cujo o amor pelo cinema parece ser imenso.
Corrida Mortal
3.3 411 Assista AgoraEu respeito filme que sabe exatamente o que é, que vai direto ao ponto que interessa e tal.
O roteiro pode ser uma bobagem, o humor nada engraçado, sem nenhum charme, os personagens são fracos (olha que eu gosto do Jason Statham), além de ser muito previsível e entre outras coisas. Mas mesmo com todos os defeitos, ele sempre está numa ação constante, o que até me agradou. É como se fosse sequências de videogame. Curti mais o início e a metade, achei envolvente. Porém, mais para o final já tava achando um pouco chato e torcendo para chegasse ao fim.
Os Descendentes
3.5 1,3K Assista AgoraÉ um filme que trata sobre autodescoberta, perda, perdão e responsabilidade. É uma história de um pai ausente com a sua família, até acontecer um acidente trágico envolvendo sua esposa, isso faz com que ele percebesse que era necessário tentar se reconectar com suas duas filhas.
A tragédia é sentida e pouco enfrentada, não é muito sobre o luto em si. É sobre enfrentar os erros do passado, mas é muito mais sobre preparar o futuro com suas filhas. Apesar de lidar com assuntos pesados, é um filme leve e com um humor bem moderado. O Havaí como cenário colaborou muito pra esse clima mais leve, além de render imagens lindas...
George Clooney sem nenhum tipo de maneirismos, está muito bem numa interpretação bem verdadeira. Shailene Woodley também está ótima.
Eu achei bom, curti mesmo. Poderia ser melhor. Acho que poderia ter momentos um pouco mais dramatizados, tinha potencial pra isso. Ele ter permanecido mais ou menos num único tom, fez com que se não destacasse tanto assim, pra mim.
Em Ritmo de Fuga
4.0 1,9K Assista AgoraÉ um filme autoconsciente do absurdo que é, assim mesmo detestei. Fazia muito tempo que não me sentia perdendo meu tempo. Olha, que nem sou muito exigente quando se trata de filmes do gênero, mas não rolou comigo. O menino protagonista é insuportável como todos os outros personagens. Não criei nenhum tipo de simpatia por eles. A história é fraquíssima, até mesmo as fugas de carro e tal, não me envolveram... O romance é a coisa mais absurda e sem química que já vi, eu acho.
A única coisa que achei bacana, é a maneira com a música foi usada no filme. De resto, nada mais me agradou. O enredo é muito previsível, os diálogos são risíveis e sei lá, é tão forçado, mas tão forçado querendo ser cool, que não chega ser nada disso, pelo menos, pra mim. Boring, boring...
Vampiros de John Carpenter
3.1 268 Assista AgoraÉ uma mistura de western com vampiros. Vi pela primeira vez quando era criança e minha lembrança era de ter gostado. Agora assistindo depois de adulto, acho impressionante que ainda funcione tão bem depois de tantos anos. A maneira que Carpenter conduz o filme fez toda a diferença.
A cena inicial do grupo de caçadores (com vários equipamentos legais) entrando numa casa pra matar os vampiros. Depois ver o vilão Valek matando geral, as mortes são executadas de maneira bastante criativa, violenta e divertida.
É tudo muito bem ambientado, o humor ácido é ótimo, a trilha sonora funciona, o James Woods tá ótimo, haha. Existe também uma crítica (nada sútil) a igreja católica, rs. É um entretenimento de muito respeito.
Consciências Mortas
4.2 72Eu conheço quase nada sobre o gênero Western (não sou tão fascinado assim, pra ser sincero). A minha impressão é que geralmente são filmes bem padronizados entre bom e o mal, com personagens arquetípicos e tal. Esse é bem fora da curva nesse sentido. Mesmo ambientado no velho Oeste, é muito mais um drama crítico que faz uma abordagem sobre temas como a histeria coletiva e do linchamento.
Me lembrou bastante “12 Homens e uma Sentença”. Porque é outro filme que defende os direitos fundamentais de uma pessoa, que também mostra a importância de uma investigação justa sobre qualquer caso que seja. Todos deveriam ter o direito de se defender.
Existe críticas ao fascismo. Poucos personagens até tentam colocar juízo na cabeça daqueles que estão com sede de vingança... Mas a maioria vence. O Henry Fonda está nesse filme também, o seu personagem se encontra no grupo da minoria. Aparentemente um homem bom, mas como praticamente todos os homens bons diante de uma situação como essa, permanece passivo. O que é bem realista.
Gostei bastante do final. A carta sendo lida, mostrando cada personagem com peso na consciência pelo que foi cometido e tal.
Enfim, o roteiro é muito escrito, os personagens são bastante reais e conta com uma mensagem atemporal. Baita filme.
Quando Voam as Cegonhas
4.3 72Eu conheço pouco coisa do cinema soviético (pretendo conhecer mais). Não sou fascinado pelo gênero de guerra, mas posso dizer que gosto. O filme não mostra praticamente nada em relação aos conflitos nos campos de batalha em si. É uma história de amor de uma mulher por um homem que escolheu ir à guerra. Veronika é incapaz de esquecer o seu apego por ele. É basicamente uma história de amor em tempos de guerra...
A câmera é uma coisa absurdamente impressionante. Nem precisa ser conhecedor da área (como eu) pra perceber isso. Ela gira, gira, consegue seguir os personagens em planos sequências deslumbrantes (Veronika atravessando os tanques na rua, por exemplo), ainda mais para aquela época.
Muitas cenas incrivelmente bem capturadas, como a cena que mostra Veronika se abrigando no metrô, por causa do ataque aéreo, depois ao chegar à casa dos seus pais, percebe que o edifício foi bombardeado... Outra cena espetacular, é quando toca outro alarme de ataque aéreo, Mark quer levar Veronika para o metrô, mas ela não quer ir... Daí ele começa a tocar piano com tanta força que acabamos nem conseguindo escutar o som das bombas. Mesmo assim, devido ao bombardeio, o lugar fica sem luz, as janelas são quebradas, as cortinas não paravam e etc... A cena da morte de Boris é um negócio muito bem executado. É que tudo foi na perspectiva do próprio, ele olhando para o céu... Tudo girando e ele sonhando. Uma cena realmente excelente.
É um drama com uma força enorme e bem comovente. Executado de maneira primorosa. Grande filme.
Close Up
4.3 117"Para mim, a arte é a extensão do que você realmente sente."
A mescla entre documentário e ficção realizada aqui por Kiarostami é simplesmente genial. Confesso que tive dificuldade em distinguir a ficção da realidade.
Sabzian cometeu um erro, ele enganou uma família da classe média usando a identidade de um diretor famoso (Makhmalbaf). Foi preso. A história é publicada por uma revista e Kiarostami decide fazer um filme sobre o evento. É tudo muito observador. Queremos saber quais foram suas motivações. Kiarostami teve acesso ao julgamento, é a sequência em que ouvimos as confissões sinceras de Sabzian. É muito íntimo e poderoso cada palavra colocada pelo protagonista. Descobrimos que nunca houve intenções de roubo e tal, apenas a vontade de ser ouvido e respeitado.
Esse filme consegue perfeitamente ser tantas coisas, por isso é muito complicado descrevê-lo. É uma reflexão sobre os efeitos da arte e o cinema nas pessoas. É uma carta de amor ao cinema através da paixão do seu protagonista. É sobre a busca de identidade, mostra também como a situação social de uma pessoa pode estar interligada com cada uma de suas ações e etc...
A sequência final é simplesmente divina. Coisa de gênio. Sabzian se encontrando com o Makhmalbaf, o passeio de moto, a conversa entre os dois, das quais não escutamos (por falhas na gravação possivelmente, não sei, rs), mas não importa. A visita a família que foi enganada, ele levando flores e assumindo a culpa, o último frame congelado, com uma música absurdamente linda... Obra-prima.
Basquete Blues
4.4 33"Por isso, quando alguém diz: 'Quando você chegar à NBA não se esqueça de mim', e todas essas coisas, eu deveria responder: 'Se eu não conseguir, não se esqueça de mim.'".
Esse documentário é de uma autenticidade incrível. É sobre a vida de dois meninos pobres que moram nos subúrbios de Chicago e que sonham em se tornarem jogadores da NBA.
O documentário obviamente fala sobre o amor de cada um pelo basquete, mas é muito mais sobre o caminho que esses meninos precisam percorrer para chegar nos seus objetivos. E, como sabemos, vida de famílias pobres (ainda mais se forem negros, que é o caso aqui), o caminho árduo é quase sempre a regra, infelizmente. Nós acompanhamos suas vidas no decorrer de cinco anos. É tudo capturado de maneira muito íntima.
A duração é pouco mais de 3hrs, mas não cansa em nenhum momento. O ritmo é bastante prazeroso, é praticamente impossível não se envolver com as histórias, pois é repleto de emoções verdadeiras. É real, não tem nada encenado aqui.
Numa cena, um dos meninos, fala sobre estar pela primeira vez rodeado apenas por crianças brancas, onde diz que será difícil, mas que é necessário seguir em frente... O documentário não deixa de mostrar o conflito entre negros e brancos nos EUA, críticas ao sistema e etc...
O mais triste e revoltante é saber que essas histórias aconteceram em 1994 e que ainda é realidade para MUITAS pessoas, infelizmente. Não precisa saber nada sobre basquete para assistir esse filme. Recomendo muito.
Adrenalina Máxima
4.0 29“É fantástico poder disparar em alguém assim. Não ter medo de fazê-lo... Isso significa não ter medo de morrer, não é?
Se eu fosse valente, levaria uma arma? É porque me assusto com facilidade. E quando você está com medo o tempo todo, acaba desejando a morte.”
Esse é um filme muito diferente da Yakuza. Não esperava algo assim. Me surpreendeu bastante.
O início mostra rapidamente os mecanismos dentro da organização em Tokyo, algumas cenas violentas e etc. No entanto, um tanto antes da metade, Murukawa (interpretado pelo próprio Kitano) e seus companheiros são mandados para uma praia. É neste lugar, onde ele e seus companheiros esquecem suas responsabilidades e acabam se divertindo, por retornarem aos seus momentos de pura inocência, seja numa guerra com fogos de artifícios, ou até mesmo num combate de sumô, rs. E, assim mesmo, são poucas as vezes em que Murukawa esboça um sorriso. Ele está cansado dessa vida de assassino da Yakuza.
Os personagens não costumam mostrar nenhuma emoção. As expressões faciais de todos são praticamente as mesmas independentemente da ocasião, seja num tiroteio ou em qualquer outro momento. Eles estão acostumados com esse modo de vida cheio de violência e crueldade. É a plena consciência sobre o inevitável.
É um filme muito calmo e com poucos diálogos, o que pode fazer muita gente achar bastante entediante. Essa calmaria, os momentos de alegria e etc... É interrompido justamente com a violência.
Kitano é foda. Excelente filme.
Borg vs McEnroe
3.7 47Eu curto bastante filmes sobre esportes e tal. Esse é mais um filme sobre uma rivalidade esportiva bem famosa do tênis. Eu não conhecia a história, pois não conheço praticamente nada sobre esse esporte.
Borg é um atleta muito mais frio e que não costuma demonstrar suas emoções e McEnroe é completamente o oposto, muito mais temperamental e etc... É interessante mostrar o quanto suas personalidades influenciam no seu jogo. É um filme que vai um pouco além de mostrar apenas os jogos, é mostrado o conflito emocional de cada um.
A direção é competente. O roteiro é bom, nada acima da média. Achei bem envolvente e emocionante.
Hara-Kiri: Morte de um Samurai
4.1 64Então, para minha surpresa achei bem mais ou menos. Não que eu tivesse esperando algo próximo ao nível da obra de Kobayashi, rs. Olha que eu gosto do Miike.
Achei esse remake muito pouco inspirado. Algumas coisinhas são diferentes do original, o que foi uma decisão certeira, mas o “diferente” aqui não é necessariamente bom. O que ficou mais evidente nessa versão é o drama de Tsugumo, tanto que foi gasto um longo tempo com os flashbacks contando sua história... Não é interessante, sem falar que é muito melodramático. Isso prejudicou o ritmo, algo que definitivamente não acontece no antigo.
Na versão de Kobayashi a crítica a classe dominante, a desconstrução do samurai e entre outras coisas, é mostrado com muito mais clareza e importância do que nessa versão.
PS: Quem não viu a obra-prima Harakiri, por favor, assista.
Incontrolável
3.3 710 Assista AgoraÉ um filme sobre um trem descontrolado que precisa ser parado. Simples e enxuto.
É bem no padrão hollywoodiano, mas não há problema, quando se é bem feito. É muito eletrizante do início ao fim. A câmera trêmula na maioria das vezes é algo que me incomoda bastante em qualquer filme, mas aqui é muito bem usado. Gostei muito do fato de mostrar os noticiários da televisão, isso dá uma sensação de maior imersão nesse evento (que aconteceu de verdade).
Denzel Washington e Chris Pine estão ótimos, apesar de seus personagens planos. Mas isso não comprometeu em nada minha experiência, pois me importei com eles, algo muito importante nos filmes do gênero, pra mim.
Enfim, é um filme muito eficaz no que se propôs a fazer. Entretenimento de respeito. Filmão.
O Motorista de Táxi
4.3 159 Assista AgoraO cinema costuma produzir muitos filmes baseados em fatos reais que, muitas vezes, eu sequer sabia da existência... É sobre um evento conhecido como a Revolta de Gwangju que aconteceu na Coréia do Sul em 1980. Apesar de se tratar de um evento trágico, a narrativa é leve e bem-humorada. Só mais para o final é que muda bastante.
O mais bacana, é a maneira que conseguiram inserir a história do protagonista (o motorista, interpretado brilhantemente pelo querido Song Kang-ho) dentro do evento histórico. Ele é disparado a melhor coisa do filme. É carismático, engraçado e sua parte dramática funciona. O ator convence e mostra muito bem todo o conflito interno do personagem.
E sobre o evento histórico em si, infelizmente, me senti o tempo inteiro bastante distante... A parte final é onde o filme caiu um tanto, pra mim. Eu estou plenamente acostumado com o cinema asiático, portanto, conheço bem seus exageros, aqui o excesso cantou solto... É manipulador, discursinho desnecessário e etc...
Ainda assim, é um bom filme na maior parte do tempo.
Gênios do Mal
4.0 82 Assista AgoraMe surpreendeu. Eu nunca pensei que uma simples história sobre alguns alunos planejando trapaças em provas escolares poderia ser tão intrigante e divertido. A narrativa é ótima e segura, as voltas e reviravoltas acontecem com uma certa frequência e nenhuma vez destoa da história. O enredo pode até ser exagerado, mas o diretor consegue manter toda essa loucura plausível.
Então, o que eu achei mais interessante, é que embora toda a sua ação esteja longe de situações de vida ou morte, o filme consegue apresentar essas provas como sequências intensas e com um suspense respeitável. Os aspectos técnicos são muito bons, a música é legal, a edição é boa, por isso é tão dinâmico e não cansa nunca.
O que eu menos gostei, foi o final, por causa do sentimentalismo exagerado... Fora isso, é um entretenimento muito bem feito.
Cavalos e Homens
3.4 9É estranho, rs. Ele não tem necessariamente um enredo. É apenas mostrado algumas histórias (onde não me parece ter nenhuma conexão uma com a outra, além do fato de todos se passarem numa mesma região na Islândia) entre homens e seus cavalos (as vezes seus únicos parceiros na vida).
O humor é bastante peculiar. Parece ter um lado obscuro também. Mas é uma observação interessante sobre o comportamento humano em sua forma mais primitiva através dos cavalos. Não fiquei completamente envolvido do início ao fim. Mas talvez por não achar um filme fácil, rs.
Pretendo rever um dia. Enfim, por último e não menos importante: a Islândia é linda pra caramba, o cara fica babando com aquelas paisagens.
Matança Necessária
3.5 31Olha, podemos dizer que é um filme bastante sensorial. Quase não há diálogos. Quem não consegue embarcar na jornada de um homem em fuga e tendo que enfrentar a natureza para sobreviver, não deve gostar...
Não há show pirotécnico ou qualquer drama barato aqui. É apenas a luta pela sobrevivência sendo filmada com tamanha precisão. O que essa batalha pela sobrevivência não faz a pessoa cometer... Cenas marcantes. Vincent Gallo em uma grande atuação.
Ótimo filme.
De Volta às Aulas
4.0 24“Acha que estamos acabados?”
“Idiota! Ainda nem sequer começamos”
A história é sobre dois jovens delinquentes que basicamente representam a juventude do Japão nos anos 90. Depois de um deles apanhar, eles decidem aprender boxe. No entanto, um tem talento e o outro não. Daí os caminhos se separam, enquanto um quer se tornar um boxeador, o outro ingressa nos Yakuzas..
Gosto da amizade entre os dois protagonistas, apesar de não ter tantos diálogos, mas existe uma cumplicidade entre eles. Mesmo ao longo de anos sem se ver, a amizade permanece intacta. Eu só não gostei muito da passagem de tempo, mas nada que comprometa a obra num geral.
O final é bonito e otimista. Eles se recordam sobre o passado, dão risadas do quão idiotas foram em vários momentos, mas o que importa é seguir em frente. Um belo filme sobre amadurecimento.
A Outra Terra
3.7 874 Assista AgoraEntão, para quem for assistir querendo ver uma grande ficção científica, saiba que você pode ficar um pouco frustrado nesse sentido. É que essa ideia de a "outra terra" até poderia ter sido o foco, mas não é. Não que não seja importante para a trama, é que seu impacto é pouco sentido. O filme se concentra nos dois protagonistas e mostra uma preocupação mais com uma história humana de crime, culpa, mágoa, perdão e a possibilidade de redenção.
Eu gosto do tipo da estrutura que geralmente tem em filmes independentes. As imagens bem realistas, a câmera sempre próxima dos personagens e tal, o filme é feliz em captar bem os pequenos gestos e momentos de tensão entre os protagonistas.
Eu não fiquei tão surpreendido assim com o filme e o seu final. Mas é uma boa história e bem executada. Muito bom.
Vagina Dentada
2.7 583É um filme curioso, divertido e com uma mensagem educativa, rs.
A história é simples. É pra quem curte filmes horror/comédia. Eu consigo apreciar (as vezes) a bizarrice. Tem gore (nada muito forte). Os dentinhos podem até parecerem incontroláveis, monstruosos e etc... Mas o filme acertadamente mostra que não é bem assim (o consentimento na hora do sexo é essencial).
É uma crítica nada sutil a misoginia.
Ford vs Ferrari
3.9 712 Assista AgoraOlha, pra quem gosta de filmes do tipo, pode agradar até. Eu curto, mas esse aqui é só atraente quando os carros estão nas pistas mesmo. O filme ser chamado de Ford vs Ferrari só pode ser questão de marketing, porque olha... O lado da Ferrari é pouco mostrado, por isso essa rivalidade nem sentida é.
Eu gostei praticamente somente das cenas de corrida. Isso foi até compensador, diante de um filme com um enredo repleto de apetrechos já conhecidos... Eu já esperava clichês, mas queria sentir um pouco mais de emoção. Até mesmo o lado cômico não funciona, pra mim. O que é aquela cena do Miles e Shelby brigam no gramado? Muito vergonha alheia, haha.
Os personagens não são legais. A parte do Miles com a família não são boas, tanto sua mulher como o seu filho, são muito limitados, só serviram pra ser torcedores e pronto.
Pra quem gostou... Eu recomendo (caso não tenha visto) Rush que é mil vezes melhor.
Docinho da América
3.5 215 Assista AgoraÉ um retrato honesto sobre um grupo de jovens americanos que vivem à margem da sociedade e não parecem ter nenhuma perspectiva. É uma viagem onde mostra todos querendo ganhar dinheiro, mas enquanto não estão trabalhando, tentam aproveitar a vida ao máximo. E somos convidados a conhecer tudo isso.
Eu gostei. Achei bem filmado e muito bem-intencionado, o que considero importante. Mesmo achando muitos momentos intrigantes, onde pude sentir toda a energia do grupo e tal, o problema é que as vezes achei um tanto entediante também, talvez por achar um tanto repetitivo. Não gosto de falar de duração e tal, mas acho que isso prejudicou um pouco aqui.
Vício Frenético
3.9 124É uma verdadeira descida ao inferno de um policial corrupto e viciado. A visão de Ferrara sobre a vida cotidiana de Nova York impressiona muito por sua crueza, repleto de perversões, drogas e etc... Não apenas sobre isso, ele também consegue trazer abordagens absurdamente boas sobre questões como moralidade, religião, pecado e redenção.
Keitel está monstruoso. Ele surpreendido com a fé da Freira e tal, tem uma alucinação na igreja que resultou numa cena de confronto com Jesus, simplesmente memorável. O monólogo é incrível, mesmo. Difícil descrever a atuação do Keitel, mas posso falar que é uma das melhores atuações que já tive o prazer de ver.
A sequência final ao som de Pledging My Love é maravilhosa, não só por ser bem capturada. Mas também por todo o significado em si.
Amanda
3.8 48Eu amei. É um daqueles que cresce nos pequenos momentos, sabe?
É uma história familiar agridoce sobre a perda, luto e também crescimento. Eu realmente tô encantado como o diretor foi extremamente feliz em capturar os momentos emocionais e tal, é repleto de sutilezas... Não tem “espetáculo” nessa história, a preocupação é com o íntimo de cada personagem. É a vida cotidiana e seus relacionamentos. É tudo, literalmente tudo, muito palpável. Dói. Mas com amor ao lado, é possível seguir em frente.
Um dos melhores filmes da década.
Dor e Glória
4.2 619 Assista AgoraÉ o meu primeiro filme do diretor. O título "Dor e Glória” resume muito bem a vida do protagonista Salvador Mallo.
Salvador em uma cena com sua mãe, menciona o termo “autoficção”. Mesmo não conhecendo a história do Almodóvar, é muito perceptível que essa história foi um tanto inspirada (não sei exatamente o quanto, mas isso não importa) na sua própria vida.
É uma obra muito íntima, o passado está diretamente relacionado ao presente. O protagonista passa o tempo inteiro buscando respostas sobre questões da vida através de suas lembranças emocionalmente carregadas, enquanto sofre com dores nas costas, uma tosse horrível e por outras coisas que o filme mostra em detalhes. É sobre se reconciliar consigo mesmo.
“O melhor ator não é aquele que chora, e sim o que luta para conter as lágrimas.”
É o que Salvador fala para o ator do seu antigo filme que está prestes a retornar aos palcos. Isso diz muito sobre a própria atuação do Banderas (me surpreendeu bastante, muito por sempre achar ele um ator limitado) que evita qualquer tipo de melodrama.
Vou procurar ver outros filmes do Almodóvar. Não sei se vou gostar tanto assim, mas é sempre interessante ver filmes de cineastas cujo o amor pelo cinema parece ser imenso.