Zé James

A história dos filmes de Kung Fu não pode ser contada sem este clássico. Os Shaw Brothers tinham um dos maiores estúdios em Hong Kong no auge dos filmes de Kung Fu. Era uma verdadeira cidade, atores e outros funcionários moravam no local. O estúdio conseguiu um feito mesmo na época de guerra fria conseguir exportar seus filmes aos Estados Unidos.

O filme gerou uma grande desconfiança antes de ser lançado, pois todas películas da época tinha um galã ou super herói como personagem principal. A ideia de um filme estrelado só por monges magrinhos foi revolucionária na época e deu certo.

O filme influenciou diversos diretores, Quentin Tarantino é um fã assumido.Inclusive algumas cenas de Kill Bill 2 são releituras de momentos de A Câmara 36 de Shaolin e também o ator foi convidado a fazer um personagem.

As coreografias e sequências de luta era extremamente longas e técnicas.

Também o filme é considerada uma das melhores obras realizadas pelo cinema Chinês e já esteve na lista de 1001 filmes para se ver antes de morrer.

A Câmara 36 de Shaolin conta a história de uma rebelião chinesa
As artes marciais foram proibidas durante o governo Manchu. Mestres foram presos e a prática foi dissipada em todo território chinês.

O filme conta a história de um discípulo lendário chamado San Te que foi treinado por Chi Shan, ele conseguiu se refugiar no templo de Shaolin, aonde o Kung Fu ainda era ensinado pelos monges.

O treinamento é um dos mais interessantes já vistos em filmes de artes marciais. O guerreiro tem que passar por 35 câmaras de treinamento até completar sua formação, o mesmo é árduo e algumas técnicas, tanto físicas ou mentais, que ele precisa aprimorar são quase impossíveis, nele vemos mestres anciões capazes de façanhas incríveis e ficamos torcendo pelo progresso do personagem principal a se tornar um mestre do Kung Fu, é uma excelente produção aonde considero um clássico indispensável para quem gosta de artes marciais ou filmes de luta em si.

O filme, ao meu ver falta alguma química entre os personagens, aonde deixa um pouco a desejar, ainda mais em uma história de sobrevivência e durante um desastre com inúmeras perdas de entes conhecidos, contudo a história baseado no acidente dos andes, é surreal, aonde os sobreviventes no meio do gelo e em condições nada favoráveis, mostra a eterna luta da humanidade pela sobrevivência, o monólogo feito pelo ator John Malkovich é brilhante, seja na sua interpretação, como no contexto de sobrevivente que repassa a ser.

Clássico do cinema em casa do SBT, aonde marcou muito a infância dos jovens dos anos 90 e começo dos anos 2000. Apesar que não é um filme muito infantil. O roteiro cheio de furos aonde mostra no começo um Brasil que é um lugar mistura da Bahia com Amazônia, fora isso é um filme gostoso de se assistir, um ex-aluno, ex-boina verde que aprendeu capoeira no Brasil, volta a sua cidade e reencontra seu supervisor e vê a decadência de sua escola, aonde jovens de um bairro de baixa renda, convive com o tráfico de drogas, até mesmo dentro de sua escola e também a violência de todos os dias e desigualdade social. Ao andar pela escola, ele encontra um traficante batendo em um aluno, que diz ser seu irmão, aonde resolve combater os bandidos, com o esporte que aprendeu a lutar, a capoeira, com suas técnicas além de derrotar os bandidos, ele consegue impressionar a escola toda, e seu ex-professor lhe incentiva a promover aulas de capoeira aos piores alunos da escola, pois com a disciplina é algo que os alunos precisam para melhorar seus estudos e talvez oferecer um futuro melhor aos alunos, dando uma oportunidade que talvez nunca mais consigam em suas vidas. Vale a pena mencionar, que retrata uma realidade comum, pouco explorada em filmes americanos da época, que mesmo no America Dream, existia pobreza, violência e desigualdade social, ainda mais no público latino e negro de Miami. O filme por mais bizarro que chega a ser alguns furos de roteiro, mas nada que impede de ser visto. O vilão é meio exagerado, se dizendo brasileiro, mas com muita cara de vilão de novela mexicana ou de porto rico. A parte legal são as músicas da cultura da copeira tocando no filme, e o cara que entrega o berimbau no começo do filme, é o mestre de capoeira que treinou os atores. O filme tem a mesma química de ação de filmes como do Sylvester Stallone, Vandame e Schwarzenegger, mas de baixo orçamento é claro. Mas recomendo as futuras gerações que não vivenciou a época que esse filme foi constantemente exibido na grade do SBT.