Luan

BOOK OF BLOOD
Direção: John Harrison
Ano: 2009
Assistido em: 01/06/2024

Já ouvi muito falar sobre Clive Barker e de suas histórias de terror, mas nunca tive oportunidade de ler nada dele, aliás esse é o primeiro contato que estou tendo com uma obra derivada dos trabalhos desse autor, mas confesso que era melhor nem ter tido, porque se a primeira impressão é a que fica, a que ficou é a pior possível.

Após anos tentando provar a existência do sobrenatural, a Dra. Mary Florescu tem uma oportunidade de ouro ao se encontrar com Simon, um jovem com habilidades paranormais. Quando Mary, seu ajudante Reg e Simon se mudam para um casa onde ocorreram assassinatos brutais e inexplicáveis, eles começam a se deparar com atividades sinistras que podem comprovar as teorias da Dra. Florescu.

Os personagens aqui apresentados são péssimos, a médica e seu parceiro são horrorosos, sem um pingo de carisma, sem nenhum charme que os faça atrair o público, já o paranormal Simon, só se garante porque tem o rosto e o corpo bonito do Jonas Armstrong, mas fora isso também é outro picolé de chuchu, sem graça e sem conteúdo. É impossível dar a mínima para qualquer um dos três, eu mesmo não estava nem aí para o fato deles sobreviverem ou não no final da história, só queria que os créditos finais começassem a subir logo.

Os efeitos visuais são péssimos, a CW fazia coisas melhores quando estava nos seus melhores dias, isso aqui não parece uma produção de cinema, não assusta de forma alguma, e para piorar o ritmo da história é horrível, a história é muito lenta, mesmo sendo um filme relativamente curto de 1h40min, a sensação que fica é que quase nada acontece, e que o roteiro não sai do lugar, de modo que quando o filme chega no seu clímax e depois ao seu desfecho o espectador já está cansado, exausto e implorando pelos créditos.

Book of Blood sem sombra de dúvidas é um dos piores filmes de terror que assisti nos últimos tempos, quiçá em todos os tempos, mas volto a repetir, que não conheço a carreira do autor no qual a história se baseia, e honestamente depois disso aqui, se existia alguma vontade de conhecer, ela não existe mais. Tudo que essa droga merece é ser relegado ao completo ostracismo, apagado da memória dos poucos infelizes que tiveram o desprazer de acreditar que poderiam encontrar algum tipo de entretenimento nisso aqui .

BOY KILLS WORLD
Direção: Moritz Mohr
Ano: 2023
Assistido em: 01/06/2024

Hollywood parece ter tesão em perder dinheiro, tem filmes que eles lançam que se você não for do meio cinéfilo, e não buscar constantemente por informações sobre a industria, nem vai saber que foi lançado, já que o investimento de marketing de alguns títulos é inexistente. E esse foi o caso de Boy Kills World, que praticamente ninguém ficou nem sabendo da existência, mas que despertou muito o meu interesse devido à sua proposta de lembrar um grande videogame.

Em um futuro próximo, a família Van Der Koy são os tiranos líderes de uma sociedade onde eles podem decidir quem vive e quem morre. Quando um garoto tem sua mãe e sua irmã mortas pelos Van Der Koy, ele se dedica a um rigoroso treinamento marcial, a fim de se tornar um arma de matar pronto para buscar sua vingança.

O diretor Moritz Mohr tem uma boa ideia, mas boa ideia não garante filme bom, e aqui o maior problema é a história extremamente simplória, e narrativamente falando bem fraquinha, ele até algo a nos contar, a reviravolta do final é surpreendente, foi um plot twist que nem cogitei, e tudo isso foi bom diga-se de passagem, mas o problema é que não tem história para 1h50min, o que leva a direção a apelar para sequências de ação que apesar de interessantes, não trazem nenhuma novidade, nada que já não tenhamos visto, atrevo-me a dizer que ao invés de quase duas horas esse filme renderia melhor se durasse apenas 1h10mim ou no máximo 1h20min.

Aqui nós temos um BIll Skarsgard fazendo papel de surdo mudo, pelo menos ele está extremamente gostoso e tem algumas cenas sem camisa, mas fora isso o personagem não utiliza o talento do ator, como vilã temos Famke Janssen tão rasa quanto um pires, e cópia descarada de outras malvadas do cinema.

Boy Kills World parece uma mistura de The Hunger Games com estética mais moderada de um Scott Pilgrim, o que necessariamente não faz do resultado final um filme ruim, mas algo mediano, que balança na corda entre o legal e o ruim. Ele até pode garantir uma diversão passageira, mas desde que você ignore a história simples e sem muito conteúdo e se divirta com a sequências de ação embaladas em algumas cenas +18 onde a violência é um pouco mais gráfica, mas fora isso, é bem lugar comum, não foge muito ao que Hollywood já apresentou no passado.

CHILD’S PLAY
Direção: Tom Holland
Ano: 1988
Assistido em: 26/05/2024

Chega a ser constrangedor ter que confessar algo assim, mas eu nunca assisti a nenhum filme do Chucky durante minha infância e adolescência, e só agora em 2024 que resolvi que era a hora de ir atrás do boneco mais famoso do cinema do terror. E honestamente, mesmo o filme estando bem longe de ser ruim, confesso que o maior sentimento que tive foi uma enorme frustração.

Charles Lee Ray é um perigoso serial killer, que após ser fatalmente baleado pela polícia, utiliza um ritual de voodoo para transferir sua alma para o boneco Good Guy. Quando o pequeno Andy pede a sua mãe um boneco desses de presente de aniversário, a mulher acaba tendo acesso ao boneco com a alma de Charles, que irá se aproximar de Andy como seu novo amigo: o boneco Chucky.

O grande problema desse longa é que ele é terrivelmente datado, você sente o cheiro de naftalina dos anos 1980, talvez para o final daquela década, e para o comecinho dos anos 1990, talvez ele fosse sim assustador, mas quando você tem uma certa bagagem, e com o passar dos anos acompanhou a evolução do gênero, é impossível não achar tudo que está em cena risível, e é justamente aí que está a questão, me diverti com toda a galhofa que estava assistindo, mas não fiquei apreensivo em momento algum, e sequer tive a sensação de suspense que esperava encontrar.

Tom Holland (que não é o ator insuportável), nos entrega um filme bem elaborado, o boneco é muito bem trabalhado nas cenas, você vê que os efeitos práticos fazem toda a diferença já que mesmo passados mais de 30 anos as sequências ainda são funcionais, mas infelizmente em pleno 2024, não tem como você levar isso a sério, não dá para se assustar com um boneco de 50cm de altura, feito de plástico atacando adultos com um faca, portanto a melhor maneira de encarar esse filme, e levar ele como um enorme piada, e aí que tá o problema, não sei se a intenção original do Don Mancini e do Tom Holland fosse de fazer o público rir, mas é isso que o Chucky faz hoje em dia.

O boneco nos proporciona cenas engraçadas, ele é bastante boca suja, mas em momento algum consegui entender como ele se tornou um ícone do terror, ele não tem a mesma aura ameaçadora de um Michael Myers, Freddy Krueger ou Jason Voorhees que tiveram em seus primeiros filmes ótimos momentos de terror. Chucky se tornou um ícone do terrir e eu até fiquei interessado em ir atrás das outras produções desse universo, mas dessa vez vou buscando pela piada, pela palhaçada e pela farofa e não por um clássico do terror como eu esperava que fosse.