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Em meio à fervorosa atmosfera do Rio de Janeiro dos anos 1980, "Rio Babilônia" emerge como uma autêntica crônica da decadência e efervescência urbana. O filme, dirigido por Neville D'Almeida, mergulha nas entranhas de uma cidade onde o cotidiano se confunde com o caos, expondo a dualidade entre a ilusão turística e a realidade crua dos cariocas.
Este retrato cinematográfico revela uma sociedade marcada pela corrupção, tráfico, e extravagância, onde a elite decadente convive com a miséria, e os contrastes sociais são amplificados a cada cena. A narrativa, repleta de orgias, confrontos policiais e encontros com traficantes e celebridades, tece uma trama que desafia a moralidade e as convenções sociais.
A crítica social presente em "Rio Babilônia" é contundente, evocando uma reflexão profunda sobre a condição humana e as estruturas de poder. A cidade, apresentada como um labirinto babilônico, torna-se palco de uma dança frenética de excessos e violência, onde a linha entre o prazer e a destruição é tênue.
Este filme não apenas captura a essência do Rio de Janeiro, mas também questiona a nossa complacência diante das injustiças sociais. A obra de D'Almeida é um convite à introspecção, uma análise sociológica do Brasil dos anos 1980, onde o brilho e a podridão coexistem em uma harmonia dissonante. Em última instância, "Rio Babilônia" é uma obra que desafia o espectador a encarar suas próprias contradições e a refletir sobre a complexidade da vida urbana e suas implicações sociais e morais.
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"Evidências do Amor", dirigido por Pedro Antônio, transcende as fronteiras de uma simples comédia romântica, trazendo à tona questões profundas sobre relacionamentos e memórias. A trama, centrada em Marco e Laura, revela como uma música pode ser um portal para reflexões existenciais e emocionais, reavaliando momentos passados e escolhas feitas. Cada vez que a canção "Evidências" toca, Marco mergulha em suas lembranças, tentando entender onde e como o amor se perdeu.
Através de um enredo aparentemente leve e divertido, o filme nos convida a questionar a natureza do amor e da memória. A relação de Marco e Laura simboliza as complexidades dos vínculos humanos e a maneira como somos moldados por nossas experiências e arrependimentos. Esse retorno constante às memórias não é apenas uma viagem nostálgica, mas uma busca por entendimento e redenção.
A mensagem subjacente de "Evidências do Amor" nos força a confrontar nossas próprias histórias. Quantas vezes deixamos de perceber os sinais e acabamos repetindo erros do passado? O filme sugere que a verdadeira sabedoria reside na capacidade de ouvir, aprender e mudar. A música, atuando como um fio condutor, nos lembra que, assim como uma melodia pode evocar sentimentos intensos, nossas ações e decisões têm repercussões duradouras.
Em um mundo onde as relações são frequentemente superficiais, "Evidências do Amor" nos desafia a olhar mais profundamente para dentro de nós mesmos e a valorizar as conexões genuínas. O filme é uma celebração do cinema nacional, combinando humor, romance e uma reflexão filosófica sobre a vida e o amor. É um lembrete poderoso de que, às vezes, precisamos revisitar o passado para construir um futuro melhor.
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Marcelo
Ola, participe desses grupos do FACEBOOK:
VIVA A ECOARTE! Espaço poético de arte e dicas saudáveis:
https://www.facebook.com/groups/saudalternativaAMANTES DA SÉTIMA ARTE... de dicas de filmes:
https://www.facebook.com/groups/amantesda7arteVai ser bem legal, abs!
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Filmow
O Oscar 2017 está logo aí e teremos o nosso tradicional BOLÃO DO OSCAR FILMOW!
Serão 3 vencedores no Bolão com prêmios da loja Chico Rei para os três participantes que mais acertarem nas categorias da premiação. (O 1º lugar vai ganhar um kit da Chico Rei com 01 camiseta + 01 caneca + 01 almofada; o 2º lugar 01 camiseta da Chico Rei; e o 3º lugar 01 almofada da Chico Rei.)
Vem participar da brincadeira com a gente, acesse https://filmow.com/bolao-do-oscar/ para votar.
Boa sorte! :)* Lembrando que faremos uma transmissão ao vivo via Facebook e Youtube da Casa Filmow na noite da cerimônia, dia 26 de fevereiro. Confirme presença no evento https://www.facebook.com/events/250416102068445/
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Patrícia
bom, to meio perdida pra fazer indicação ahuahaa
e vc tem algum que possa indicar?
No filme "Bahia de Todos os Santos", dirigido por Trigueirinho Neto em 1960, somos transportados para a Salvador da década de 1940, em meio à ditadura de Getúlio Vargas. A narrativa nos apresenta Tônio, um jovem marginalizado que se encontra na encruzilhada entre a miséria, o preconceito racial e a opressão política. Abandonado pelo pai e com a mãe doente, ele encontra refúgio no terreiro de candomblé da avó, Mãe Sabina, constantemente alvo da repressão policial.
A vida de Tônio, marcada por pequenos furtos e mantida por uma amante estrangeira, revela as tensões de um Brasil onde as classes marginalizadas lutam por dignidade. Quando seu amigo Pitanga se envolve em uma greve de estivadores e um confronto com a polícia resulta em mortes, Tônio é levado a uma ação desesperada: rouba sua amante para ajudar Pitanga e outros grevistas a fugir. A decisão de Tônio de apoiar os "comunistas", como sua amante deduz, resulta em sua traição e subsequente denúncia à polícia.
Este filme, apesar de ter sido recebido com críticas mistas e até ridicularizado em sua estreia, é uma peça crucial do cinema baiano e brasileiro. Ele nos obriga a refletir sobre as profundas divisões sociais e raciais que permeiam nossa história e ainda ecoam na contemporaneidade. A Salvador de 1960, retratada com uma estética neorrealista, não é apenas um cenário, mas um personagem vivo que nos mostra as contradições de uma sociedade em luta.
A obra de Trigueirinho Neto, apesar dos desafios técnicos e limitações orçamentárias, é uma representação audaciosa da resistência cultural e política. Ela nos convida a considerar a resiliência dos marginalizados e a força das tradições afro-brasileiras diante da opressão.
O filme serve como um espelho para a atualidade, onde ainda enfrentamos questões similares de desigualdade e repressão. Ele nos faz questionar quanto realmente avançamos e nos lembra da importância de preservar e valorizar nossa cultura e história. Em tempos de luta por justiça social, "Bahia de Todos os Santos" permanece um testemunho poderoso da persistência humana e da busca incessante por liberdade.