No final da década de 1950, o governo chinês condenou aos campos de trabalho forçado milhares de cidadãos considerados "dissidentes de direita" - seja por suas antigas atividades, por críticas ao Partido Comunista ou simplesmente por causa de suas origens familiares. Cerca de três mil intelectuais pobres ou de classe média da província de Gansu, deportados para serem reeducados no Campo de Jiabiangou, no oeste da China, no coração do deserto de Gobi, há milhares de quilômetros de suas famílias e entes queridos, foram obrigados a se submeter a condições de miséria absoluta. Como resultado do árduo trabalho físico, de um clima implacavelmente extremo e da terrível escassez de alimentos, muitos pereceram nas valas noturnas onde dormiam. Em seu primeiro longa de ficção, Wang recria vividamente as circunstâncias brutais do campo, onde os prisioneiros trabalham no limite da resistência humana. Os prisioneiros parecem resignados à morte, até surgir uma mulher em busca de seu marido, que infunde em alguns deles o desejo de planejar uma fuga. Baseado em entrevistas com sobreviventes e no livro de Yang Xianhui intitulado Goodbye, Jiabiangou.