Assisti a versão restaurada com trilha ao vivo improvisada pelo Metá Metá, e saí da sala com a impressão de que a descoberta constante de recursos técnicos não impediu o cinema de parar no tempo.
Me assustei previamente com os comentários, mas saí satisfeita com Wim. Talvez ele realmente se perca na filosofia dos diálogos, mas vindo desse diretor é preferível que o pecado seja cometido por excesso. Usar o 3D (presente à parte) como recurso para sobrelevar o movimento das folhas/plantas e a sobreposição dos rostos nos esclarece como esse processo pode, de forma s-i-m-p-l-e-s, ser bem utilizado. Estive naquele jardim por 97 minutos participando indiretamente da conversa que pode ser sintetizada em uma única cena; o grito no silêncio.
O entrelace de uma realidade escondida dentro da imigração, com a história de um menino e um passarinho. Enquanto não pudermos enxergar, nossos estilingues continuarão apontados para a liberdade do outro.
O personagem Ivo carrega uma empatia gigantesca, e se torna ainda mais adorável quando abusa do humor em certas situações, que na maioria das vezes são cortadas por algum incidente, bruscamente nos remetendo de volta ao clima de guerra. Um clima que está presente durante o filme todo, mas não impede de que seja revelada a individualidade e o lado humano dos personagens. O filme mostra o quanto um assunto tão mal retratado pode ser elaborado com delicadeza.
Sganzerla definindo sua obra: "Eu fiz um filme deliberadamente panfletário, poético, sensacional, selvagem, mal comportado, cinematográfico, sanguinário, pretensioso e revolucionário. O personagem deste filme mágico e vulgar é sublime e desagradável. Acima de tudo, a estupidez e sujeira são dados políticos revelando as leis secretas da alma e do corpo explorado, colonial servil e subdesenvolvido. Assim, o Bandido da Luz Vernelha é um personagem político na medida em que é um marginal ineficaz, um rebelde impotente incapaz de canalizar suas energias vitais."
Para comentar sobre esse filme é preciso deixar claro ainda no início: trata-se de uma produção criada com sensibilidade do primeiro minuto até o último, é preciso estar apto a sentir para captar toda a subjetividade magnífica que Spike Jonze coloca nas entrelinhas dessa obra moderna da sétima arte.
Obra que foi adaptada do livro Where the Wild Things Are, escrito e ilustrado por Maurice Sendrak, em 1963. Maurice foi um mestre de histórias infantis, trouxe em seus livros uma mistura de magia e realidade que ajuda imensuravelmente na sustentação de qualquer imaginação. Em entrevista a Spike para um documentário, ele diz: “Eu acho que o que eu ofereci foi diferente, não porque eu desenhei ou escrevi melhor que os outros, mas porque eu fui mais honesto que os outros, e sobre as crianças e a vida das crianças, e as fantasias das crianças, e a linguagem das crianças, eu disse tudo o que eu queria, porque eu não acredito em crianças. Eu não acredito em infância, não acredito que exista essa demarcação “Você não pode lhes dizer isso! Você não pode lhes dizer aquilo!”, você diz a eles tudo o que quiser. Apenas diga, se for verdade."
Spike nos coloca dentro dessa história e nos fazer ver que esses monstros não passam de meras representações do nosso psicológico, é interessante notar como cada monstro apresenta alguma relação com nosso protagonista, seja em seu lado solitário, ou em sua vontade de chamar atenção. Cada cena do filme carrega um forte conteúdo emocional apoiado pela trilha e pela fotografia, é uma obra que merece destaque e valor no meio de tantas outras histórias superficiais.
Me aproveito da inexistente demarcação da infância citada por Maurice para comentar que esse filme pode agradar as mais variáveis idades pois vai além de conceitos jogados pela tela, é um grande representante do principal princípio do cinema, que é fazer sentir. Defino esse filme com o título dado à uma música da trilha; em Onde Vivem os Monstros, All Is Love.
"Hoje é que estamos a viver de fato na caverna do Platão, porque as próprias imagens que nos mostram a realidade, de alguma maneira substituem a realidade. Nós estamos no mundo audiovisual, nós estamos efetivamente a repetir a situação das pessoas aprisionadas ou atadas na caverna do Platão, olhando em frente, vendo sombras e acreditando que essas sombras são a realidade. Foi preciso passarem todos esses séculos para que a caverna do Platão aparecesse finalmente em um momento na história da humanidade, que é hoje, e vai ser cada vez mais."
Queria que esses diálogos durassem para sempre. Senti um aperto enorme quando foi chegando ao final. Trilogia insuperável no quesito de retratar as verdadeiras faces do amor.
“Like sunlight, sunset, we appear, we disappear. We are so important to some, but we are just passing through.”
Living The Light – Robby Müller
5.0 1Disponível para locação no Vimeo.
https://vimeo.com/ondemand/livingthelight
Inferno
4.2 57Assisti a versão restaurada com trilha ao vivo improvisada pelo Metá Metá, e saí da sala com a impressão de que a descoberta constante de recursos técnicos não impediu o cinema de parar no tempo.
Gloria
3.8 138 Assista AgoraUma Frances Ha aos 58.
Gloria, eu queria dançar com você.
Os Belos Dias de Aranjuez
2.5 17 Assista AgoraMe assustei previamente com os comentários, mas saí satisfeita com Wim. Talvez ele realmente se perca na filosofia dos diálogos, mas vindo desse diretor é preferível que o pecado seja cometido por excesso. Usar o 3D (presente à parte) como recurso para sobrelevar o movimento das folhas/plantas e a sobreposição dos rostos nos esclarece como esse processo pode, de forma s-i-m-p-l-e-s, ser bem utilizado. Estive naquele jardim por 97 minutos participando indiretamente da conversa que pode ser sintetizada em uma única cena; o grito no silêncio.
Café Society
3.3 530 Assista AgoraJesse Eisenberg como o Woody dos anos 70.
Fogo no Mar
3.2 69 Assista AgoraO entrelace de uma realidade escondida dentro da imigração, com a história de um menino e um passarinho. Enquanto não pudermos enxergar, nossos estilingues continuarão apontados para a liberdade do outro.
O Último Metrô
3.8 68 Assista Agora- Você é bela, Helena. Tão bela que olhar para você é um sofrimento.
- Ontem disse que era uma alegria.
- É uma alegria e um sofrimento.
Ai mon coeur, Truffautzinho...
Últimas Conversas
4.2 108"Deus é o cara que morreu" e Luisa é a menina que me deixou com dor no coração de saber que Coutinho não teve tempo de fazer um doc só com crianças.
Tangerinas
4.3 243O personagem Ivo carrega uma empatia gigantesca, e se torna ainda mais adorável quando abusa do humor em certas situações, que na maioria das vezes são cortadas por algum incidente, bruscamente nos remetendo de volta ao clima de guerra. Um clima que está presente durante o filme todo, mas não impede de que seja revelada a individualidade e o lado humano dos personagens.
O filme mostra o quanto um assunto tão mal retratado pode ser elaborado com delicadeza.
O Bandido da Luz Vermelha
3.9 264 Assista AgoraSganzerla definindo sua obra: "Eu fiz um filme deliberadamente panfletário, poético, sensacional, selvagem, mal comportado, cinematográfico, sanguinário, pretensioso e revolucionário. O personagem deste filme mágico e vulgar é sublime e desagradável. Acima de tudo, a estupidez e sujeira são dados políticos revelando as leis secretas da alma e do corpo explorado, colonial servil e subdesenvolvido. Assim, o Bandido da Luz Vernelha é um personagem político na medida em que é um marginal ineficaz, um rebelde impotente incapaz de canalizar suas energias vitais."
Onde Vivem os Monstros
3.8 2,4K Assista AgoraPara comentar sobre esse filme é preciso deixar claro ainda no início: trata-se de uma produção criada com sensibilidade do primeiro minuto até o último, é preciso estar apto a sentir para captar toda a subjetividade magnífica que Spike Jonze coloca nas entrelinhas dessa obra moderna da sétima arte.
Obra que foi adaptada do livro Where the Wild Things Are, escrito e ilustrado por Maurice Sendrak, em 1963. Maurice foi um mestre de histórias infantis, trouxe em seus livros uma mistura de magia e realidade que ajuda imensuravelmente na sustentação de qualquer imaginação. Em entrevista a Spike para um documentário, ele diz:
“Eu acho que o que eu ofereci foi diferente, não porque eu desenhei ou escrevi melhor que os outros, mas porque eu fui mais honesto que os outros, e sobre as crianças e a vida das crianças, e as fantasias das crianças, e a linguagem das crianças, eu disse tudo o que eu queria, porque eu não acredito em crianças. Eu não acredito em infância, não acredito que exista essa demarcação “Você não pode lhes dizer isso! Você não pode lhes dizer aquilo!”, você diz a eles tudo o que quiser. Apenas diga, se for verdade."
Spike nos coloca dentro dessa história e nos fazer ver que esses monstros não passam de meras representações do nosso psicológico, é interessante notar como cada monstro apresenta alguma relação com nosso protagonista, seja em seu lado solitário, ou em sua vontade de chamar atenção. Cada cena do filme carrega um forte conteúdo emocional apoiado pela trilha e pela fotografia, é uma obra que merece destaque e valor no meio de tantas outras histórias superficiais.
Me aproveito da inexistente demarcação da infância citada por Maurice para comentar que esse filme pode agradar as mais variáveis idades pois vai além de conceitos jogados pela tela, é um grande representante do principal princípio do cinema, que é fazer sentir.
Defino esse filme com o título dado à uma música da trilha; em Onde Vivem os Monstros, All Is Love.
O Grande Lebowski
3.9 1,1K Assista AgoraSatisfação na vida: atingir nível Lebowski
Boyhood: Da Infância à Juventude
4.0 3,7K Assista AgoraLinklater e sua fixação pelo tempo real <3
Eu Não Faço a Menor Ideia do que eu Tô …
3.0 803- Vô, eu acho que a única pessoa que fez escolhas piores na vida foi o Nicolas Cage.
Eu, Você e Todos Nós
3.8 166Vontade de viver nas obras da Miranda.
Quem vai Ficar com Mary?
3.1 492 Assista AgoraAdoro esse filme!
Que nunca deixem de exibir no Corujão.
Jackass Apresenta: Vovô Sem Vergonha
3.2 727 Assista AgoraMuito bom o Billy encorporando a pequena miss Sunshine na vida real hahaha
Minha nova comédia preferida.
Azul é a Cor Mais Quente
3.7 4,3K Assista AgoraEsse trailer com a trilha de Beach House é lindíssimo!
Janela da Alma
4.3 192 Assista Agora"Hoje é que estamos a viver de fato na caverna do Platão, porque as próprias imagens que nos mostram a realidade, de alguma maneira substituem a realidade. Nós estamos no mundo audiovisual, nós estamos efetivamente a repetir a situação das pessoas aprisionadas ou atadas na caverna do Platão, olhando em frente, vendo sombras e acreditando que essas sombras são a realidade. Foi preciso passarem todos esses séculos para que a caverna do Platão aparecesse finalmente em um momento na história da humanidade, que é hoje, e vai ser cada vez mais."
Ah, Saramago...
Mary e Max: Uma Amizade Diferente
4.5 2,4KVontade de recomendar esse filme a todos os meus amigos e mandar uma lata de leite condensado junto.
Antes da Meia-Noite
4.2 1,5K Assista AgoraQueria que esses diálogos durassem para sempre. Senti um aperto enorme quando foi chegando ao final.
Trilogia insuperável no quesito de retratar as verdadeiras faces do amor.
“Like sunlight, sunset, we appear, we disappear. We are so important to some, but we are just passing through.”
Cinema Paradiso
4.5 1,4K Assista Agora"Whatever you end up doing, love it. The way you loved the projection booth when you were little." Alfredo <3
Kramer vs. Kramer
4.1 546 Assista AgoraDustin Hoffman, terrific.
Meu Nome Não é Johnny
3.5 1,0K Assista Agora“Já ouvi essa porra em filme americano, esse cara tá mandando eu me foder velho, fuck you é o caralho, fuck tu fuck a porra toda“ hahaha muito bom