Pat Sorthé

Paris é linda e fascina muita gente ao longo do tempo. Em "Meia-Noite em Paris", Woody Allen acerta ao criar um roteiro que homenageia e brinca com os escritores que adotaram a cidade, que no início do século XX, era um lugar de criatividade e liberdade de expressão, que os americanos como Ernest Hemingway e F. Scott Fitzgerald, dentre outros,escolheram viver.
Allen recorre a velha fascinação que o homem tem de um dia poder voltar ao passado, para contar uma história que tem como personagem principal a beleza romântica de Paris.
Inteligente, hilariante, com ótimas piadas sobre o comportamento dos grandes escritores e artistas de uma época efervescente da arte no mundo, o filme faz jus a cidade que um dia mereceu a famosa epigrafe de Henrique IV: "Paris vale uma missa.". Concordo.

A cidade eterna merecia ser melhor tratada pelo sempre bom Woody Allen.
Ao contrário do filme sobre Paris - que ganhou uma história bem construída e interessante -, com Roma, o diretor americano deixou seus fãs, como eu, decepcionados.
O roteiro não convence nem como comédia escrachada, nem como comédia romântica. Os personagens italianos são bobos, sem graça e não transmitem inteligência e maior interesse. São regidos apenas pela emoção caricata.
Já os outros personagens (os americanos) também não se salvam, em meio a uma história que se esforça em ser engraçada, mas consegue ser apenas chata. O ponto alto da chatice se traduz no personagem de Roberto Benigni, que enche o saco como um personagem histérico, criado para ser uma crítica aos famosos paparazzos, mas não funciona, cansa.
Uma pena, pois a sedutora Roma oferece ao observador mais interessado e arguto uma homenagem a altura de sua beleza e importância.

Com belas atuações de Robert Downey Jr. e do veterano Robert Duval - indicado ao Oscar de ator coadjuvante, "O Juiz" retrata um conflito entre o pai - um velho e severo juiz de uma pacata cidade do interior -, e seu filho, um advogado bem sucedido, da grande metrópole.
O reencontro dos dois, ocasionado pela a morte da esposa do juiz e a volta do filho para o enterro, provoca uma avalanche de ressentimentos e mágoas guardadas entre eles.. Acusado de um crime, o velho juiz tem, pela primeira vez, a oportunidade de conhecer melhor aquele filho que tanto rejeitou na juventude e acaba por descobrir que ele será decisivo no momento mais difícil de sua vida. Bom filme, com destaque nas atuações dos dois Robert. Aliás, Downey Jr também merecia ser indicado ao Oscar.