Ricardo Rodrigues Corrêa

Posso Ser
Minha Autoria

Posso ser o recanto da alegria nas tardes de verão,
Que não por acaso, se fazem ardentes e densas.
Posso ser o artista por trás da plenitude da sua arte,
Que num momento de silencio ou agito, fez seu melhor trabalho.

Posso ser um grito agudo de agonia,
Que de repente, assim tão cortante, rasga a garganta.
Posso ser uma simplória e embevecida canção,
Que entre seus curtos versos e melodia, ressaltam a dor e o perdão.

Posso ser a beleza da loucura no insano ou louco,
Que de inocente se faz, para não ver a infeliz realidade que se cerca.
Posso ser um suspiro amiúde de saudade,
Que martela, vai e volta, como se aberto o peito estivesse.

Posso ser um inacabado e disfarçado sorriso,
Que a atrevida Monalisa brinca, escondendo entre seus lábios.
Posso ser a frágil e branca neve nos Alpes e colinas mais altas,
Que docemente desce como leve pluma e se dissipa delicadamente.

Posso ser a poesia do poeta e o sincretismo de seus poemas,
Que nascem do abstracionismo do seu ser que ganha vida,
Dançando uma eterna valsa com seus amores e ódios, rosas e espinhos,
Luz e escuridão, realidade e fantasia, morte e vida, do seu ser e do seu não ser.